Diálogo e paz para resolver conflitos

De­pu­tados de forças pro­gres­sistas eu­ro­peias e la­tino-ame­ri­canas de­fendem o diá­logo como via pri­mor­dial para a re­so­lução dos di­fe­rendos entre países e exigem a re­so­lução por via pa­cí­fica do con­flito entre a Rússia e a Ucrânia.

Exi­gida re­so­lução por via pa­cí­fica do con­flito entre Rússia e Ucrânia

Sandra Pe­reira, de­pu­tada do PCP no Par­la­mento Eu­ropeu e vice-pre­si­dente da As­sem­bleia Par­la­mentar Euro-La­tino-ame­ri­cana (Eu­roLat), par­ti­cipou na 14.ª sessão ple­nária or­di­nária do or­ga­nismo, de 11 a 14 de Abril, em Bu­enos Aires.

Na ca­pital ar­gen­tina, à margem da as­sem­bleia, par­la­men­tares de forças pro­gres­sistas da Eu­ropa e da Amé­rica La­tina subs­cre­veram uma de­cla­ração con­junta em que de­fendem o diá­logo como via pri­mor­dial para re­so­lução de di­fe­rendos entre países e instam a re­so­lução por via pa­cí­fica do con­flito entre a Rússia e a Ucrânia.

Apelam ao fim das me­didas co­er­civas exer­cidas uni­la­te­ral­mente e à margem do di­reito in­ter­na­ci­onal contra ou­tros países, in­cluindo san­ções eco­nó­micas, co­mer­ciais e fi­nan­ceiras. O blo­queio a Cuba, que já dura há mais de 60 anos, «é o mais claro exemplo desta po­lí­tica cri­mi­nosa de san­ções uni­la­te­rais por parte dos Es­tados Unidos da Amé­rica», des­tacam os subs­cri­tores do texto, que exigem em par­ti­cular aos EUA e à União Eu­ro­peia a sus­pensão dessas me­didas e ac­ções, que vi­olam os di­reitos dos povos.

Pe­rante as de­si­gual­dades evi­den­ci­adas pela si­tu­ação de pan­demia de COVID-19, os par­la­men­tares pro­gres­sistas con­si­deram que o le­van­ta­mento de pa­tentes das va­cinas é es­sen­cial para as­se­gurar o acesso igua­li­tário dos países, re­al­çando que até agora a va­cina re­velou ser a forma mais eficaz de com­bate à pan­demia. Do mesmo modo, de­fendem a ne­ces­si­dade de sis­temas de saúde in­clu­sivos, uni­ver­sais, pú­blicos e gra­tuitos que as­se­gurem a todos o acesso à saúde.

A de­cla­ração men­ciona a si­tu­ação nas Mal­vinas e os subs­cri­tores do texto acom­pa­nham a Re­pú­blica Ar­gen­tina na sua exi­gência de que o Reino Unido re­co­nheça a so­be­rania ar­gen­tina sobre essas ilhas.

Os par­la­men­tares saúdam a «con­so­li­dação dos mo­delos al­ter­na­tivos de pro­gresso» e o «de­sen­vol­vi­mento na­ci­onal de maior jus­tiça so­cial e fe­li­ci­dade» para os povos da Amé­rica La­tina. Re­ferem o apoio a An­drés Ma­nuel López Obrador, há pouco re­fe­ren­dado nas urnas pelo povo me­xi­cano, as re­centes to­madas de posse de Xi­o­mara Castro nas Hon­duras e de Ga­briel Boric no Chile, bem como as es­pe­ran­çosas can­di­da­turas de Gus­tavo Petro e Francia Már­quez, na Colômbia, e de Lula da Silva, no Brasil. E exortam a co­mu­ni­dade in­ter­na­ci­onal a apoiar as ins­ti­tui­ções elei­to­rais e a ajudar a ou­torgar as ga­ran­tias ne­ces­sá­rias para que estes pro­cessos ocorram num «quadro de paz e trans­pa­rência e sem in­ter­fe­rên­cias».

Além da de­pu­tada co­mu­nista por­tu­guesa, subs­crevem o texto duas de­zenas de par­la­men­tares da Ar­gen­tina, Bo­lívia, Brasil, Cuba, Equador, Grécia, Gua­te­mala e Ni­ca­rágua.

Cul­tura: re­jeitar a sua mer­can­ti­li­zação
No quadro dos tra­ba­lhos da 14.ª sessão ple­nária da Eu­roLat, o re­la­tório da de­pu­tada do PCP no Par­la­mento Eu­ropeu Sandra Pe­reira e da de­pu­tada bo­li­viana Alicia Ti­cona, sobre cul­tura como forma de pro­mover as re­la­ções entre os países que in­te­gram a União Eu­ro­peia e os países da Amé­rica La­tina e das Ca­raíbas, foi apre­sen­tado na Co­missão de As­suntos So­ciais, Ju­ven­tude e Cri­anças, In­ter­câm­bios Hu­manos, Edu­cação e Cul­tura, no âm­bito da as­sem­bleia da Eu­ropa.

O texto de­fende que o de­sen­vol­vi­mento das re­la­ções cul­tu­rais entre os países deve ba­sear-se sempre no res­peito mútuo, na co­o­pe­ração entre Es­tados so­be­ranos, li­vres e iguais em di­reitos, res­pei­tando sempre as es­pe­ci­fi­ci­dades e a di­ver­si­dade cul­tural.

Aquando da vo­tação em co­missão, par­la­men­tares de di­reita apre­sen­taram al­te­ra­ções que pre­ten­diam eli­minar as partes do texto onde se re­jei­tava a mer­can­ti­li­zação da cul­tura. A de­pu­tada co­mu­nista por­tu­guesa, em ple­nário, voltou a in­cluir no texto a re­jeição da mer­can­ti­li­zação da cul­tura, tendo a versão final do texto sido apro­vada com essa in­clusão.

 



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