1822 – Nasce a pintora Rosa Bonheur

Fa­mosa pelas suas obras de ani­mais, par­ti­cu­lar­mente re­a­listas, a fran­cesa Rosa Bo­nheur é con­si­de­rada uma das mai­ores pin­toras do séc. XIX. Graças à sua forte per­so­na­li­dade es­capa ao des­tino das mu­lheres da sua época: con­vence o pai, também pintor, a deixá-la es­tudar com Louis Cog­niet, e obtém au­to­ri­zação para fazer có­pias no Louvre. Talvez por não poder es­tudar nus, de­vido à sua con­dição de mu­lher, con­sagra-se ao mundo animal. «Ela su­perou todos pelo ta­lento para cap­turar a in­ten­si­dade da pre­sença de bois, ove­lhas ou ve­ados… os per­so­na­gens prin­ci­pais de suas pin­turas», disse o di­rector do museu na­ci­onal de Port-Royal des Champs. Aos 19 anos, é se­lec­ci­o­nada pelo júri do Salão de Paris de 1841, facto re­le­vante tendo em conta que foi apenas em 1897, graças à luta das fe­mi­nistas, que as mu­lheres foram ad­mi­tidas na es­cola de Belas Artes. No Salão de 1848 ganha a me­dalha de ouro com o quadro «Bo­eufs et tau­reaux, race du Cantal», que se­gundo o júri «re­pre­senta a vida la­bo­riosa dos campos com tanta po­esia como ver­dade». Segue-se, um ano de­pois, o es­tron­doso su­cesso do seu «La­bou­rage ni­ver­nais», que será le­vado à ex­po­sição uni­versal de Paris de 1889. Rosa Bo­nheur foi a pri­meira mu­lher a ser pro­mo­vida a Ofi­cial da Le­gião de Honra, dis­tinção con­fe­rida em 1865 pela im­pe­ra­triz Eu­génia.