Nunca é tarde nem cedo para tomar partido

A ins­crição no PCP não é uma opção que se faz de ânimo leve. Quando se pre­enche uma ficha de ins­crição, opta-se entre deixar uma vida apa­zi­guada e en­ve­redar pelo ca­minho da luta, com tudo o que ela com­porta: desde a emoção de vencer, por muito pe­quena mas va­liosa que seja a vi­tória, pas­sando pela ne­ces­si­dade de vencer can­saços e frus­tra­ções quando não se vence ou se perde, até ao sen­ti­mento triun­fante de ver o mundo a mudar – mas nunca se de­sa­nima!

Ao mesmo tempo, não há também mo­mento certo para as­sumir essa opção. Uns fazem-no mais tarde, de­pois de uma vida de tra­balho e de in­jus­tiça, ou­tros, como os mi­li­tantes com quem o Avante! con­versou esta se­mana, fazem-no ainda jo­vens, com uma vida – e uma luta – in­teira pela frente.

Martim tem 21 anos, é do Porto e é aluno de Mes­trado na Fa­cul­dade de En­ge­nharia da Uni­ver­si­dade do Porto. Foi de­pois das elei­ções pre­si­den­ciais de 2021 que se ligou, ofi­ci­al­mente, ao Par­tido. Antes disso, já acom­pa­nhava de perto a ac­ti­vi­dade dos co­mu­nistas e já es­tava mais ou menos fa­mi­li­a­ri­zado com a sua or­ga­ni­zação. Re­cu­ando um pouco mais, o novo mi­li­tante conta que apesar dos seus pais serem apoi­antes as­sí­duos da CDU, nunca foram po­li­ti­ca­mente muito ac­tivos. No en­tanto, essa in­fluência, por mais pe­quena que pu­desse ser, im­plantou-se e, mais tarde, du­rante o En­sino Se­cun­dário, co­meçou a prestar mais atenção à po­lí­tica.

Já na fa­cul­dade, co­meçou a re­parar que o PCP fun­ci­o­nava de forma muito dis­tinta de todos os ou­tros par­tidos. «No­tava-se per­fei­ta­mente que o tra­balho dos co­mu­nistas era muito prá­tico. Os co­mu­nistas estão sempre nas ruas e, como a co­mu­ni­cação so­cial acaba por não dar o mesmo tipo de ex­pressão ao PCP que dá a ou­tros par­tidos, os es­forços são muito feitos de boca-a-boca e di­rec­ta­mente com as pes­soas», afirma.

Du­rante a epi­demia aper­cebeu-se das muitas «rup­turas in­co­e­rentes» do sis­tema po­lí­tico por­tu­guês. «O PCP de­mons­trou-se in­tran­si­gente na­quilo que de­fende, o que para mim foi algo de muito valor», acres­centa Martim.

Logo após as elei­ções pre­si­den­ciais, co­nheceu al­guns ca­ma­radas da sua fre­guesia e ins­creveu-se. Hoje, membro da Di­recção da Or­ga­ni­zação da Ci­dade do Porto, va­lo­riza o es­forço de in­te­gração que é feito com todos os novos mi­li­tantes.

Ra­fael é ainda mais novo. Tem 18 anos, é de Lisboa e es­tuda na Es­cola Se­cun­dária Pedro Nunes. O pri­meiro con­tacto que teve com a JCP foi no des­file do 25 de Abril do ano pas­sado. «Eu já par­ti­lhava as mesmas ideias e os mesmos prin­cí­pios, só que no meio em que eu es­tava in­se­rido não tinha con­tacto ne­nhum com a es­querda», re­lata. Há um ano, re­vela, ca­lhou estar «no sítio certo à hora certa». Ins­creveu-se na JCP no início de Maio e, uns meses de­pois, no Par­tido.

Quando ques­ti­o­nado acerca do que mudou desde então, Ra­fael res­ponde que antes «aca­bava a es­cola, ia para casa e não fazia nada». Agora está sempre a fazer «al­guma coisa que im­porta» eisso deixa-o«sa­tis­feito».

Neste mo­mento está in­se­rido na Di­recção Na­ci­onal e na Co­or­de­na­dora Na­ci­onal do En­sino Se­cun­dário da JCP, onde, sempre que pode, através da crí­tica e da auto-crí­tica, dá o seu con­tri­buto para me­lhorar a or­ga­ni­zação.

Para ele, o maior ponto po­si­tivo do Par­tido e da JCP são as pes­soas. São muitos os amigos que fez e já não ima­gina a sua vida sem eles.

 



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