Bielorrússia propõe à ONU contactos sobre Ucrânia
O presidente da Bielorrússia, Alexandr Lukashenko, instou o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, a estabelecer «contactos significativos» com as partes envolvidas no conflito na Ucrânia, em busca de uma solução de paz.
Interesses de todos os países, grandes ou pequenos, devem ser escutados, defende Lukashenko
«Seguimos as suas últimas reuniões em Moscovo e Kiev com esperança. Ao mesmo tempo, esperámos contactos significativos seus com todas as partes envolvidas no conflito, incluindo os Estados Unidos da América e outros países do Ocidente», escreveu o dirigente bielorrusso numa nota enviada ao primeiro responsável da Organização das Nações Unidas.
Lukashenko asseverou que está nas mãos do secretário-geral da ONU tomar «uma posição de manutenção da paz verdadeiramente estratégica, baseada no princípio da segurança indivisível».
Nesse sentido, deu ênfase à importância de organizar um processo global e definitório de temas de segurança, com a participação de todos os principais actores internacionais, no espírito de São Francisco, estabelecendo assim um paralelismo com o local onde foi assinada a Carta das Nações Unidas, em 1945.
«Nós, como vizinhos da Ucrânia, estamos preocupados com o futuro da segurança regional e as garantias da segurança nacional da Bielorrússia. É impossível resolver estes problemas sem a nossa participação, sem a participação dos países da região», manifestou.
Ao mesmo tempo, o chefe do Estado bielorrusso rejeitou categoricamente as acusações de alguns governos que qualificam o seu país como agressor:
Segundo Lukashenko, a posição do seu país é a de que «as preocupações e os interesses de qualquer país, seja uma oitava parte da terra ou um Estado insular, devem ser escutados por todos».
O presidente bielorrusso afirmou, além disso, que o conflito na Ucrânia, as suas causas fundamentais e as actuais sanções dos EUA e da UE contra a Rússia já trazem as suas devastadoras consequências ao mundo e manifestam-se em diversos países com um aumento sem precedentes dos preços dos alimentos, da energia e dos fertilizantes, entre outras esferas. E apelou «aos países do mundo a unir-se e a evitar que o conflito regional na Europa se converta numa guerra mundial em grande escala».