Lutas por direitos e para salvar o SNS

Para 1 de Julho está mar­cada uma greve na­ci­onal dos tra­ba­lha­dores da Saúde, a CGTP-IN lançou uma cam­panha em de­fesa do SNS, os mé­dicos re­clamam in­ves­ti­mento e os en­fer­meiros pro­tes­taram contra a pre­ca­ri­e­dade.

A va­lo­ri­zação dos pro­fis­si­o­nais é cen­tral para a de­fesa do SNS

Lusa

A Fe­de­ração Na­ci­onal dos Sin­di­catos dos Tra­ba­lha­dores em Fun­ções Pú­blicas e So­ciais marcou para 1 de Julho uma Greve Na­ci­onal dos Tra­ba­lha­dores da Saúde. Entre as exi­gên­cias, contam-se a aber­tura de pro­cessos ne­go­ciais, me­lhores con­di­ções de tra­balho, dig­ni­fi­cação e va­lo­ri­zação pro­fis­si­onal, justa con­tagem do tempo de ser­viço e a ad­missão de mais tra­ba­lha­dores.

A fe­de­ração lembra que, em Abril, es­teve reu­nida com a mi­nistra da Saúde, a quem apre­sentou as rei­vin­di­ca­ções dos tra­ba­lha­dores. A mi­nistra com­pro­meteu-se a agendar para o mês de Maio uma reu­nião para dar início ao pro­cesso ne­go­cial, o que não acon­teceu. «Can­sados de es­perar» e de­ter­mi­nados a não per­mitir que se re­pita o que acon­teceu nas an­te­ri­ores le­gis­la­turas, os tra­ba­lha­dores avançam agora para a greve, in­forma a es­tru­tura sin­dical.

En­tre­tanto, no final da se­mana pas­sada a CGTP-IN lançou uma cam­panha em de­fesa do SNS «pú­blico, uni­versal e gra­tuito, con­quis­tado com a Re­vo­lução de Abril», que será cen­trada nos lo­cais de tra­balho. A Inter re­clama o «in­ves­ti­mento que falta nos Cui­dados de Saúde Pri­má­rios», com os de­vidos meios téc­nicos e hu­manos e com mé­dico de fa­mília para todos os utentes, mas também a ad­missão de mais pro­fis­si­o­nais para as ins­ti­tui­ções, a pas­sagem a efec­tivos dos mi­lhares de tra­ba­lha­dores com vín­culos pre­cá­rios e o afas­ta­mento do SNS das em­presas de tra­balho tem­po­rário.

O fim da po­lí­tica de sub­fi­nan­ci­a­mento do SNS, «que mesmo tempo que li­mita a sua ac­ti­vi­dade, trans­fere mi­lhares de mi­lhões de euros para o sector pri­vado», é outra das pro­postas, a par da eli­mi­nação das taxas mo­de­ra­doras, de modo a ga­rantir a uni­ver­sa­li­dade do acesso aos cui­dados de saúde.

Mé­dicos e en­fer­meiros

Na se­gunda-feira, 13, a Fe­de­ração Na­ci­onal dos Mé­dicos (FNAM) acusou o Mi­nis­tério da Saúde de não querer ouvir o «grito de alerta» que o en­cer­ra­mento de vá­rios ser­viços de ur­gência re­pre­senta.

A es­tru­tura sin­dical ma­ni­festa a sua pre­o­cu­pação com o su­ce­dido, mas ga­rante que o mesmo não cons­titui sur­presa, «con­si­de­rando a falta de in­ves­ti­mento» no SNS e a des­va­lo­ri­zação do tra­balho dos pro­fis­si­o­nais. A si­tu­ação só não é ainda pior, ga­rante, «pelo es­forço, de­di­cação e per­sis­tência» de mé­dicos, en­fer­meiros, au­xi­li­ares e ad­mi­nis­tra­tivos. Para a FNAM, «há apenas um ca­minho pos­sível para ga­rantir o normal fun­ci­o­na­mento dos ser­viços de ur­gência do SNS»: pôr fim ao de­sin­ves­ti­mento; va­lo­rizar car­reiras, ac­tu­a­lizar sa­lá­rios e im­ple­mentar o es­ta­tuto de risco e pe­no­si­dade acres­cido para os mé­dicos.

No dia 8, numa acção pro­mo­vida pelo Sin­di­catos dos En­fer­meiros Por­tu­gueses, exigiu-se a fi­xação nos qua­dros do SNS dos pro­fis­si­o­nais con­tra­tados aquando da epi­demia de COVID-19: «estes co­legas que estão con­tra­tados há cerca de dois anos, e que op­taram por sair do pri­vado, vir do es­tran­geiro, etc., para ajudar no com­bate à pan­demia, correm o risco de ficar de­sem­pre­gados», re­feriu na oca­sião um di­ri­gente sin­dical. Na re­gião de Lisboa faltam 1500 en­fer­meiros para cum­prir os rá­cios da Or­ga­ni­zação Mun­dial de Saúde, o que para o SEP torna a si­tu­ação ainda mais «la­men­tável».




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