BRICS defendem diálogo para resolução de conflitos

No fecho da 14.ª Ci­meira dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) os seus di­ri­gentes pro­nun­ci­aram-se a favor da re­so­lução pa­cí­fica e através de diá­logo dos con­flitos in­ter­na­ci­o­nais.

BRICS querem re­forçar e alargar co­o­pe­ração entre países emer­gentes

No en­cer­ra­mento da sua 14.ª ci­meira, no dia 23, os BRICS ape­laram ao res­peito da so­be­rania e in­te­gri­dade ter­ri­to­rial de todos os países e a pri­o­rizar con­sultas face a qual­quer di­fe­rença.

Apoi­aram ne­go­ci­a­ções entre Rússia e Ucrânia e os es­forços da ONU para ofe­recer ajuda hu­ma­ni­tária à po­pu­lação ucra­niana. De­fen­deram que o Afe­ga­nistão deve con­se­guir es­ta­bi­li­dade e se­gu­rança mas in­sis­tiram na não in­ge­rência nos seus as­suntos in­ternos. Re­al­çaram a ne­ces­si­dade de manter o acordo nu­clear com o Irão, assim como o re­gresso à mesa de diá­logo para fazer avançar a com­pleta des­nu­cle­a­ri­zação da pe­nín­sula co­reana.

A de­cla­ração final propõe que se for­ta­leça o con­trolo e a não pro­li­fe­ração das armas, in­cluindo as bi­o­ló­gicas e ató­micas. Insta à união de forças na luta contra o ter­ro­rismo, o nar­co­trá­fico e os crimes trans­na­ci­o­nais. In­cen­tiva o uso aberto e pa­cí­fico da In­ternet. Aponta a ne­ces­si­dade de os pro­gramas de luta contra a po­breza e de ini­ci­a­tivas ori­en­tadas para a re­cu­pe­ração eco­nó­mica global e para manter es­tável a ca­deia de abas­te­ci­mentos.

E aposta em mais co­o­pe­ração para de­fender o mul­ti­la­te­ra­lismo, pro­mover o res­peito pelos di­reitos hu­manos, su­perar a pan­demia de Covid-19 e alargar o acesso equi­ta­tivo às va­cinas.

A 14.ª Ci­meira dos BRICS reuniu por vi­de­o­con­fe­rência os pre­si­dentes da China, Xi Jin­ping; da África do Sul, Cyril Ra­maphosa; do Brasil, Jair Bol­so­naro; e da Rússia, Vla­dimir Putin; e o pri­meiro-mi­nistro da Índia, Na­rendra Modi.

An­te­ce­dida por um fórum eco­nó­mico, a ci­meira contou, além dos lí­deres dos BRICS, com os chefes de Es­tado e go­verno da Ar­gélia, Egipto, In­do­nésia, Irão, Ca­za­quistão, Cam­boja, Ma­lásia, Se­negal, Tai­lândia, Uz­be­quistão, Fiji e Etiópia.

Co­o­pe­ração Sul-Sul

A China anun­ciou que des­ti­nará mais mil mi­lhões de dó­lares para im­pul­si­onar o de­sen­vol­vi­mento global no marco da co­o­pe­ração Sul-Sul e que par­ti­lhará ex­pe­ri­ên­cias na er­ra­di­cação da po­breza ex­trema e na pro­dução de ali­mentos.

O pre­si­dente Xi Ji­ping disse que o seu país en­tre­gará essa verba aos or­ga­nismos da ONU en­car­re­gados de pro­mover a paz e o pro­gresso no mundo. O di­ri­gente chinês in­ter­veio, no dia 24, na aber­tura de um diá­logo de alto nível or­ga­ni­zado du­rante 14.ª Ci­meira dos BRICS. A China, se­gundo in­dicou, está igual­mente pronta para co­la­borar em áreas como ener­gias re­no­vá­veis, uso sus­ten­tável de terras e re­cursos ma­rí­timos e pro­dução con­junta de va­cinas.

Xi in­sistiu em al­cançar um con­senso in­ter­na­ci­onal para su­perar os de­sa­fios do mundo ac­tual, pro­mover o pro­gresso e avançar com a Agenda 2030 da ONU para o De­sen­vol­vi­mento Sus­ten­tável.

Apelou à cri­ação de um con­texto em que possa fluir uma eco­nomia aberta e livre de pro­tec­ci­o­nismo, san­ções uni­la­te­rais, que­bras e in­ter­rup­ções na ca­deia global de abas­te­ci­mentos.

E pediu para apostar na ino­vação, ace­lerar a trans­fe­rência tec­no­ló­gica e o in­ter­câmbio de co­nhe­ci­mentos, bem como am­pliar a co­o­pe­ração entre os países com eco­no­mias grandes e pe­quenas, a fim de se cons­truir um pa­drão de de­sen­vol­vi­mento mais in­clu­sivo, equi­li­brado e equi­ta­tivo.




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