Reencontros, alegria e confiança no Passeio das Mulheres CDU do Porto

A praia flu­vial da Ar­ga­çosa, em Viana do Cas­telo, aco­lheu no do­mingo, 3, a 23.ª edição do Pas­seio das Mu­lheres CDU do Porto, na qual par­ti­cipou o Se­cre­tário-geral do Par­tido, Je­ró­nimo de Sousa.

O PCP fez bem em votar contra o Or­ça­mento do Es­tado

A com­po­nente po­lí­tica da ini­ci­a­tiva, com a in­ter­venção de Je­ró­nimo de Sousa, de­correu da parte da tarde, já ali se con­vivia há horas. Pre­sentes es­tavam mi­li­tantes do PCP e ali­ados da CDU, muitos dos quais sem par­tido, dos dis­tritos do Porto e de Viana do Cas­telo. O es­paço, mag­ní­fico, pres­tava-se à des­con­tração e era vi­sível a fe­li­ci­dade do re­en­contro, após um ano em que esta ini­ci­a­tiva não se re­a­lizou.

Muitos al­mo­çaram ali, ou­tros apa­re­ceram mais tarde. Dançou-se, riu-se, con­viveu-se, falou-se de lutas pas­sadas e pre­sentes, da vida mais cara, das exi­gên­cias do com­bate que todos os dias se trava pelos di­reitos e a de­mo­cracia. E, claro, da luta das mu­lheres pela «ver­da­deira igual­dade», na lei e na vida – que, como ali se lem­brou, não é uma «guerra de sexos», mas parte in­te­grante e de­ci­siva da luta de classes.

Tudo isto, claro, com a con­fi­ança – e a ale­gria – que sempre ca­rac­te­rizam os lu­ta­dores.

De tudo isto fa­laria Je­ró­nimo de Sousa, que par­ti­lhou o palco com Ale­xandra Pinto e Ilda Fi­guei­redo, ambas do Co­mité Cen­tral, com o res­pon­sável pela or­ga­ni­zação con­ce­lhia de Viana do Cas­telo, Fi­lipe Vintém, e com os eleitos au­tár­quicos Cláudia Ma­rinho (ve­re­a­dora na Câ­mara Mu­ni­cipal de Viana do Cas­telo) e Rui Sá (eleito na As­sem­bleia Mu­ni­cipal do Porto).

Re­feriu-se à guerra na Ucrânia, «que nunca de­veria ter co­me­çado» e com a qual é fun­da­mental pôr fim o quanto antes, e sa­li­entou a pre­mência de lutar pela paz. De­nun­ciou as san­ções, que pre­ju­dicam os povos – todos eles – en­quanto dão mi­lhões a ga­nhar a al­guns poucos, e acusou o Go­verno de cum­pli­ci­dade com as mul­ti­na­ci­o­nais e os grupos eco­nó­micos, ao re­cusar-se a fixar preços má­ximos de bens e ser­viços es­sen­ciais.

«Fi­zemos bem!»

O di­ri­gente co­mu­nista de­bruçou-se com algum por­menor na ac­tual si­tu­ação po­lí­tica na­ci­onal, mar­cada pela acção go­ver­na­tiva do PS com mai­oria ab­so­luta. Lem­brou o voto con­trário do PCP ao Or­ça­mento do Es­tado e as in­com­pre­en­sões que tal opção sus­citou.

Porém, está hoje à vista o seu acerto, ga­rantiu Je­ró­nimo de Sousa, re­fe­rindo-se so­bre­tudo à si­tu­ação no Ser­viço Na­ci­onal de Saúde, à de­gra­dação da es­cola pú­blica, aos sa­lá­rios e pen­sões que não só não au­mentam como perdem poder de compra a cada dia que passa. As ac­tu­a­li­za­ções pro­postas pelo Go­verno, ga­rante, ficam muito aquém dos oito por cento de au­mento es­ti­mado da in­flação. O drás­tico au­mento dos preços dos bens ali­men­tares, dos com­bus­tí­veis e da energia afectam so­bre­tudo as ca­madas so­ciais mais frá­geis e têm graves con­sequên­cias.

«Po­díamos nós ser cúm­plices desta po­lí­tica?», ques­ti­onou, res­pon­dendo de ime­diato que não. O PCP está do lado da de­fesa da de­mo­cracia, dos di­reitos e da me­lhoria das con­di­ções de vida de quem tra­balha e tra­ba­lhou. «Do lado certo», por­tanto. Re­fe­rindo-se aos ata­ques di­ri­gidos ao Par­tido nos úl­timos meses, Je­ró­nimo de Sousa re­la­ci­onou-os pre­ci­sa­mente com este seu po­si­ci­o­na­mento firme. E lem­brou que nem du­rante o fas­cismo, e pe­rante a brutal re­pressão que sobre eles re­caiu, os co­mu­nistas aban­do­naram a sua luta e que se­gu­ra­mente não é agora que o farão.



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