Festa do Avante! – terra da fraternidade, em cada rosto igualdade

Fernanda Mateus (Membro da Comissão Política)

A Festa do Avante! é um acon­te­ci­mento po­lí­tico, cul­tural e des­por­tivo, que lhe con­fere ca­rac­te­rís­ticas sem pa­ra­lelo no pa­no­rama na­ci­onal. Du­rante três dias, na­quele belo e apra­zível es­paço, está re­flec­tida a di­ver­si­dade do País através da gas­tro­nomia, do ar­te­sa­nato, da cul­tura po­pular e dos pro­blemas e as­pi­ra­ções dos que vivem, es­tudam e tra­ba­lham nos di­versos dis­tritos e re­giões au­tó­nomas dos Açores e da Ma­deira.

O Pa­vi­lhão da Mu­lher é um es­paço de en­contro, de con­vívio e de­bate

Uma Festa que em es­paços pró­prios va­lo­riza as as­pi­ra­ções da ju­ven­tude, os di­reitos das mu­lheres, das co­mu­ni­dades imi­grantes em Por­tugal, dos emi­grantes por­tu­gueses no mundo, entre ou­tros. Uma Festa que afirma o valor da cri­ação e fruição cul­tural, o di­reito ao des­porto, e a so­li­da­ri­e­dade com os povos de todo o mundo, por um mundo mais justo e de Paz que marca o Es­paço In­ter­na­ci­onal.

A partir das ex­po­si­ções e de­bates que ir­ra­diam do Es­paço Cen­tral, a vasta pro­gra­mação per­mite o de­bate de di­fe­rentes pro­ble­má­ticas de ac­tu­a­li­dade, nos quais o PCP apre­senta a sua visão, pro­postas e so­lu­ções, e quem neles par­ti­cipa dá a sua opi­nião e con­tri­buto.

Em cada edição da Festa do Avante!, in­cluindo nas re­a­li­zadas em tempo de surto epi­dé­mico, muitos mi­lhares de vi­si­tantes vi­ven­ciam sen­ti­mentos es­pe­ciais, porque ela traduz uma «terra de fra­ter­ni­dade», cada rosto é um «rosto de igual­dade», onde se res­pira li­ber­dade, so­li­da­ri­e­dade, to­le­rância, ale­gria de viver e de con­viver.

Sim. A Festa do Avante! tem ca­rac­te­rís­ticas únicas que lhe advêm do al­cance so­cial e po­lí­tico que marcam os seus três dias de re­a­li­zação.

É uma re­a­li­zação do par­tido Co­mu­nista Por­tu­guês. Mas en­volve cada vez mais pes­soas que não sendo seus mem­bros são amigos do PCP, da JCP e da Festa.

São pes­soas que vivem a Festa, que a ajudam a cons­truir, que par­ti­cipam nos turnos de tra­balho que a fazem fun­ci­onar, afir­mando-a por aquilo que efec­ti­va­mente é: Festa de Abril e dos seus va­lores, Festa da ju­ven­tude e do povo, Festa da ami­zade, da paz e da so­li­da­ri­e­dade.

A Festa onde todos podem ir – ho­mens, mu­lheres, jo­vens, idosos e cri­anças – porque todos ali podem sentir-se bem e fruir com tran­qui­li­dade aqueles três dias.

Di­reitos das Mu­lheres na Festa do Avante!

Os di­reitos das mu­lheres e a sua luta contra todas as formas de ex­plo­ração, dis­cri­mi­nação e vi­o­lência a que estão su­jeitas, e as pro­postas do PCP para lhes dar com­bate num ca­minho que vise a sua er­ra­di­cação e a eman­ci­pação so­cial, têm es­tado sempre pre­sentes no Pa­vi­lhão da Mu­lher.

Assim será este ano, nos de­bates que terão lugar neste es­paço, com uma abor­dagem li­berta do aper­tado es­par­tilho da agenda me­diá­tica sobre os di­reitos das mu­lheres, a que não fu­gimos, que vi­sará alargar a re­flexão sobre as di­versas pro­ble­má­ticas que en­volvem a si­tu­ação e os di­reitos das mu­lheres em di­versos do­mí­nios, par­ti­cu­lar­mente agra­vados no tempo pre­sente.

São disso exemplo, os im­pactos da ca­restia de vida na con­dição das mu­lheres, em par­ti­cular das tra­ba­lha­doras, su­jeitas à pre­ca­ri­e­dade la­boral, à au­sência de re­po­sição do poder de compra dos seus sa­lá­rios, mas igual­mente das que vivem com baixos va­lores de re­forma. Ca­restia de vida que é factor acres­cido de de­gra­dação das con­di­ções de vida, de po­breza e em­po­bre­ci­mento, si­nó­nimo de acres­cida ins­ta­bi­li­dade e in­se­gu­rança, da falta de di­nheiro para a sa­tis­fação das ne­ces­si­dades quo­ti­di­anas, mas igual­mente de mais tempo des­pen­dido, mesmo que par­ti­lhado com ou­tros mem­bros do agre­gado, com ta­refas do­més­ticas e fa­mi­li­ares.

O rei­te­rado de­sin­ves­ti­mento em im­por­tantes ser­viços pú­blicos, como no Ser­viço Na­ci­onal de Saúde, com­pro­mete con­quistas que só foram pos­sí­veis em Por­tugal após a Re­vo­lução de Abril no do­mínio da saúde se­xual e re­pro­du­tiva, na gra­videz e no parto.

Esta é uma di­nâ­mica de re­tro­cesso so­cial que ali­menta todas as de­si­gual­dades e dis­cri­mi­na­ções, in­cluindo as que im­pedem às mu­lheres a igual­dade no tra­balho e na vida e o cum­pri­mento dos seus di­reitos. A luta das mu­lheres apre­senta-se como ele­mento cen­tral para con­tra­riar este ca­minho.

O Pa­vi­lhão da Mu­lher é um es­paço de en­contro, de con­vívio e de­bate com todos os vi­si­tantes da Festa que a ele acedam, em es­pe­cial para quem atribui es­pe­cial sig­ni­fi­cado ao ac­ti­vismo em de­fesa dos di­reitos das mu­lheres.

Uma luta de todos os dias que marca en­contro nos dias 2, 3 e 4 de Se­tembro.



Mais artigos de: Opinião

«Quem brinca com o fogo pode-se queimar»

Nas relações internacionais raramente há coincidências. É por isso que não deixa de ter um importante e perigoso significado a decisão da Presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, a democrata Nancy Pelosi (a 3.ª mais importante figura de Estado nos EUA), de liderar uma visita do Congresso do EUA a vários países da...

Corredores

Mo Farah é uma das grandes figuras do atletismo mundial: nas Olimpíadas de Londres (2012) e do Rio de Janeiro (2016) venceu as quatro medalhas de ouro nas provas de 5000 e 10 000 metros, a que se somam mais seis títulos mundiais e cinco europeus. Este palmarés extraordinário não só faz dele um dos mais bem sucedidos...

Exploração orquestrada

Lendo e ouvindo o que se vai difundindo, já se percebeu que por aí andam, de pá em riste, aqueles a quem foi atribuído o papel de aplanar o terreno, desde logo nessa árdua tarefa de disseminar a resignação bastante que garanta, sem grandes objecções ou resistências, que se tomem por bons e inevitáveis novos andamentos na...

O negócio da doença continua ao ataque

Os grandes potentados farmacêuticos continuam vorazes. Em 2021 enviaram ao G7 um relatório: «A missão dos 100 dias para dar resposta a futuras ameaças pandémicas» (12.06.2021). Seguiu-se (19.07.2022) a «Declaração de Berlim», que a Oxfam identificou como «um desavergonhado exercício de passa-culpas por parte de uma...

Incógnitas

O navio Razoni saiu esta segunda-feira do porto de Odessa com cereais ucranianos. Outros se devem seguir, de acordo com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia, Mevlüt Çavuşoğlu, que em mensagem no Twitter disse esperar que o acordo para a saída dos cereais «leve a um cessar-fogo e uma paz duradoura». A notícia...