Polónia exige à Ucrânia que pare de glorificar colaboracionistas nazis

A Polónia, aliada da Ucrânia, exigiu ao governo de Kiev que pare de glorificar nazis e reconheça o genocídio de polacos que os nazis ucranianos ajudaram a perpetrar durante a II Guerra Mundial. Varsóvia propôs uma comissão conjunta para exumar valas comuns e dar às vítimas dos nazis um enterro digno, mas não recebeu resposta de Kiev.

As autoridades ucranianas rejeitaram protestos da Polónia pela glorificação do colaboracionista nazi Stepan Bandera, responsável pelo massacre de mais de 130 mil judeus polacos – e milhares de soviéticos de várias nacionalidades – durante a II Guerra Mundial. Bandera criou um grupo armado, o «Exército Insurgente Ucraniano» (UPA), que combateu contra a URSS e colaborou com a Alemanha hitleriana durante a invasão da União Soviética, em 1941. Ganhou o estatuto de herói nacional, desde o golpe de Estado Maidan de 2014, e a data do seu nascimento é hoje feriado nacional na Ucrânia.

Responsáveis do governo polaco consideram que os massacres cometidos pela UPA cabem na definição de genocídio.

As críticas polacas não revelam, porém, qualquer desavença ideológica profunda com as autoridades da vizinha Ucrânia. Ambas partilham, aliás, um mesmo protagonismo no apagamento e revisão do passado socialista e da Segunda Guerra Mundial. Ao abrigo da lei que proíbe a «propaganda» comunista, foram destruídos dezenas de monumentos evocativos da vitória sobre o nazi-fascismo e do papel da União Soviética na libertação da Polónia, ao mesmo tempo que noutros se sucedem os actos de vandalismo. Num e noutro país, o Partido Comunista encontra-se ilegalizado.




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