Cuba organiza referendo sobre novo Código das Famílias

O novo Có­digo das Fa­mí­lias vai ser re­fe­ren­dado pelo povo cu­bano no dia 25 de Se­tembro. Apro­vado pelo par­la­mento, após con­sulta à po­pu­lação, se agora ob­tiver a mai­oria dos votos, subs­ti­tuirá o Có­digo vi­gente, de 1976, dando con­ti­nui­dade aos di­reitos con­tidos na Cons­ti­tuição de 2019.

Mais de 200 mil ci­da­dãos par­ti­cipam na or­ga­ni­zação e re­a­li­zação do re­fe­rendo

Em Cuba, no pró­ximo dia 25 de Se­tembro, ha­verá mais de 21 mil co­lé­gios elei­to­rais abertos para a re­a­li­zação do re­fe­rendo sobre o novo Có­digo das Fa­mí­lias, anun­ciou o Con­selho Elei­toral Na­ci­onal (CEN), em Ha­vana.

De acordo com o CEN foram cri­adas con­di­ções para que um eleitor que se en­contre au­sente da pro­víncia de re­si­dência por ra­zões pes­soais ou de tra­balho possa exercer o di­reito de voto, em co­lé­gios es­pe­ciais ha­bi­li­tados para isso. Toda a do­cu­men­tação do pro­cesso está pronta, ao mesmo tempo que se tra­balha na im­pressão de 10 mi­lhões de bo­le­tins de voto e se elegem os mem­bros das mesas elei­to­rais.

No dia 30 de Agosto con­cluiu-se a ac­tu­a­li­zação dos ca­dernos elei­to­rais, que se en­con­tram ex­postos em lu­gares pú­blicos para que as pes­soas ve­ri­fi­quem os dados e as­se­gurem assim a va­li­dade do seu voto.

Em mais de 12 mil cír­culos elei­to­rais, cerca de 200 mil ci­da­dãos, entre au­to­ri­dades elei­to­rais e pes­soal de apoio, par­ti­cipam na or­ga­ni­zação e re­a­li­zação da con­sulta po­pular.

A 25.ª versão do Có­digo, apro­vada em Julho pas­sado pelo par­la­mento, é o re­sul­tado da mo­di­fi­cação de 49,15 por cento de todo o con­teúdo do pro­jecto an­te­rior que foi sub­me­tido a con­sulta da po­pu­lação e de es­pe­ci­a­listas, os quais con­tri­buíram com im­por­tantes al­te­ra­ções.

Se for apro­vado, o do­cu­mento subs­ti­tuirá o Có­digo das Fa­mí­lias que data de 1976 e dará con­ti­nui­dade aos di­reitos con­tidos na Cons­ti­tuição de 2019 e em tra­tados in­ter­na­ci­o­nais de que Cuba é parte. Pela pri­meira vez na sua his­tória cons­ti­tu­ci­onal, Cuba aprovou o exer­cício efec­tivo de um re­fe­rendo le­gis­la­tivo.

Cuba agra­dece
so­li­da­ri­e­dade e apoio

O pri­meiro-mi­nistro de Cuba, Ma­nuel Mar­rero, agra­deceu as ex­pres­sões de so­li­da­ri­e­dade com o país che­gadas de vá­rias partes do mundo e de re­jeição do blo­queio eco­nó­mico, co­mer­cial e fi­nan­ceiro im­posto pelos Es­tados Unidos da Amé­rica.

O chefe do go­verno des­tacou nas redes so­ciais o papel do mo­vi­mento Pontes de Amor, uma das en­ti­dades en­vol­vidas na mo­bi­li­zação no do­mingo, 28 de Agosto, que abarcou Miami e ou­tras 20 ci­dades dos EUA, além de mais urbes em di­fe­rentes la­ti­tudes.

Também o mi­nistro dos Ne­gó­cios Es­tran­geiros, Bruno Ro­drí­guez, exaltou os sen­ti­mentos de fra­ter­ni­dade e so­li­da­ri­e­dade dos que, por todo o mundo, lutam contra o cerco a Cuba im­posto pelos EUA.

O go­ver­nante re­alçou o em­penho com que com­pa­tri­otas cu­banos e amigos em vá­rios países con­denam o blo­queio «de­su­mano» im­posto a Cuba por Washington. «Es­ti­mulam-nos tantas de­mons­tra­ções de afecto», as­si­nalou no Twitter. Em Mon­treal e To­ronto, no Ca­nadá, até Vas­teras, na Suécia, pas­sando por Bahamas, Ja­maica e Bo­lívia, ti­veram lugar ac­ções de so­li­da­ri­e­dade com Cuba e de re­jeição da po­lí­tica da Casa Branca.

Nessas ini­ci­a­tivas so­li­dá­rias, foi re­a­fir­mado que o blo­queio norte-ame­ri­cano, apli­cado desde há mais de seis dé­cadas, tem sido con­de­nado in­ter­na­ci­o­nal­mente e que as Na­ções Unidas se pro­nuncia todos os anos pela sua eli­mi­nação.

A po­lí­tica hostil de Washington contra Ha­vana li­mita o acesso da po­pu­lação cu­bana a pro­dutos bá­sicos como ali­mentos e me­di­ca­mentos e é o prin­cipal obs­tá­culo ao de­sen­vol­vi­mento do país.




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