A luta pela Constituição continua, diz o Partido Comunista do Chile

No Chile, foi re­jei­tada em re­fe­rendo a pro­posta de Cons­ti­tuição do país ela­bo­rada para subs­ti­tuir a vi­gente, do tempo da di­ta­dura de Pi­no­chet. Os co­mu­nistas e ou­tras forças de­mo­crá­ticas de­fendem que deve ser apre­sen­tado um novo pro­jecto cons­ti­tu­ci­onal.

Co­mu­nistas de­fendem a apre­sen­tação de uma nova pro­posta de Cons­ti­tuição

O pre­si­dente do Par­tido Co­mu­nista do Chile (PCCh), Guil­lermo Teil­lier, afirmou na se­gunda-feira, 5, em San­tiago do Chile, que o grande de­safio de­pois do re­fe­rendo cons­ti­tu­ci­onal é con­ti­nuar a luta por uma nova Cons­ti­tuição, pro­gres­sista e trans­for­ma­dora. No re­fe­rendo, re­a­li­zado no do­mingo, sobre um pro­jecto de carta magna ela­bo­rado por uma co­missão pa­ri­tária, a pro­posta de nova Cons­ti­tuição do país foi re­jei­tada por ampla mai­oria (61,87 por cento contra 38,13 por cento), numa con­sulta em que exer­ceram o seu di­reito de voto mais de 13 mi­lhões de chi­lenos.

«Há duas coisas fun­da­men­tais. A pri­meira é que o pro­cesso por uma nova Cons­ti­tuição, para subs­ti­tuir a ac­tual, pi­no­che­tista, deve pros­se­guir. A se­gunda é que, para outra pro­posta, deve ser eleita uma nova Con­venção», de­fendeu Teil­lier numa en­tre­vista pu­bli­cada na pá­gina di­gital do jornal El Siglo.

Na opi­nião do pre­si­dente do PCCh, o pró­ximo texto não pode apagar tudo o que está es­crito no do­cu­mento apre­sen­tado no re­fe­rendo, porque ali há exi­gên­cias de mi­lhões de pes­soas que devem ser tidas em conta. Re­cordou que muitas das con­quistas da pro­posta re­jei­tada fa­vo­recem as or­ga­ni­za­ções so­ciais e sec­tores como tra­ba­lha­dores, mu­lheres, jo­vens «e é por aí que de­vemos se­guir».

Se­gundo uma son­dagem da em­presa Ipsos pu­bli­cada já após o re­fe­rendo, 78 por cento dos chi­lenos con­si­dera que a ac­tual lei fun­da­mental, em vigor desde a di­ta­dura de Au­gusto Pi­no­chet (1973-1990), deve ser mu­dada.

Novo pro­cesso cons­ti­tuinte

O pre­si­dente da Re­pú­blica do Chile, Ga­briel Boric, reuniu-se com os lí­deres das duas câ­maras do Con­gresso para co­meçar um novo pro­cesso cons­ti­tuinte, de­pois da re­jeição da pro­posta de carta magna sub­me­tida a re­fe­rendo no dia 4.

Numa men­sagem ao país, Boric anun­ciou também rondas de con­ver­sa­ções para co­nhecer as ini­ci­a­tivas de dis­tintos sec­tores com­pro­me­tidos em se­guir avante com este pro­jecto de uma nova Cons­ti­tuição. Se­gundo o chefe do Es­tado, o povo não ficou sa­tis­feito com o pro­jecto apre­sen­tado pela Con­venção Cons­ti­tu­ci­onal e por isso re­jeitou-o de forma clara nas urnas.

De­pois de re­co­nhecer o re­sul­tado do re­fe­rendo, a di­recção da cam­panha do Aprovo instou a opo­sição de di­reita a cum­prir o com­pro­misso de avançar com a ela­bo­ração de uma nova Cons­ti­tuição. Lem­brou que o pro­jecto sub­me­tido a re­fe­rendo foi pro­duto de uma con­sulta po­pular re­a­li­zada em 2020, em que quase 80 por cento da po­pu­lação pro­nun­ciou-se a favor da re­dacção de uma nova lei fun­da­mental do país.

Karol Ca­riola, de­pu­tada eleita pelo Par­tido Co­mu­nista do Chile e porta-voz da cam­panha do Aprovo, as­se­gurou que o de­safio de im­pul­si­onar mu­danças es­tru­tu­rais con­tinua de pé. «Não de­sis­ti­remos, porque a Cons­ti­tuição de 1980 não nos re­pre­senta», vincou.




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