EXIGÊNCIA E LUTA PELA RESPOSTA AOS PROBLEMAS

«Há al­ter­na­tiva e há so­lu­ções»

Con­ti­nu­amos con­fron­tados com o pro­gres­sivo agra­va­mento da si­tu­ação eco­nó­mica e so­cial do País: os preços não param de au­mentar, as taxas de juro sobem para va­lores in­com­por­tá­veis, os sa­lá­rios, re­formas e pen­sões não au­mentam e é a vida dos por­tu­gueses que se res­sente com a perda de poder de compra das fa­mí­lias. Mas, também as micro, pe­quenas e mé­dias em­presas se vêem du­ra­mente atin­gidas, quer com os custos cada vez mais ele­vados das ma­té­rias-primas, da energia e dos com­bus­tí­veis, quer com a re­dução do con­sumo que de­corre da perda de poder de compra do povo por­tu­guês.

Ora, como o PCP tem vindo a de­nun­ciar, o au­mento dos preços e o cres­ci­mento das de­si­gual­dades e in­jus­tiças so­ciais tem como origem e prin­cipal causa a es­pe­cu­lação dos grupos eco­nó­micos, que fazem dis­parar os preços para ob­terem os lu­cros ex­tra­or­di­ná­rios que ar­re­cadam, en­quanto os tra­ba­lha­dores e o povo em­po­brecem.

Mesmo sa­bendo que a sua re­cusa de au­mento geral dos sa­lá­rios tem como con­sequência amarrar as vidas dos tra­ba­lha­dores e das suas fa­mí­lias a uma perda de poder de compra que pode atingir, só no ano de 2022, mais de 7%, com todo o lastro de de­gra­dação so­cial e eco­nó­mica que daí advém, o Go­verno de mai­oria ab­so­luta do PS, sub­me­tido às im­po­si­ções da UE e do euro e ao do­mínio do grande ca­pital, em con­ver­gência com PSD, CDS, Ch e IL, in­siste nessa re­cusa.

Neste quadro, as­sume par­ti­cular re­levo e des­taque o papel e a in­ter­venção do PCP, pro­pondo so­lu­ções que cor­res­pondem às ne­ces­si­dades dos tra­ba­lha­dores, do povo e do País, di­na­mi­zando a luta e alar­gando a exi­gência de me­didas ime­di­atas que res­pondam a estes pro­blemas mas também de uma po­lí­tica al­ter­na­tiva pa­trió­tica e de es­querda que as­suma as res­postas es­tru­tu­rais ne­ces­sá­rias ao País.

São pre­cisas me­didas para com­bater o au­mento do custo de vida e o agra­va­mento das in­jus­tiças e de­si­gual­dades, bem como para travar a de­gra­dação da si­tu­ação eco­nó­mica. É ne­ces­sário o au­mento geral dos sa­lá­rios, das re­formas e pen­sões, bem como o au­mento in­ter­calar do Sa­lário Mí­nimo Na­ci­onal para 800 euros; é pre­ciso re­gular e fixar os preços má­ximos de bens es­sen­ciais; impõe-se tomar me­didas de apoio à ha­bi­tação; do cum­pri­mento dos di­reitos so­ciais nas áreas da saúde e edu­cação com a ime­diata con­tra­tação e va­lo­ri­zação dos seus pro­fis­si­o­nais; da tri­bu­tação adi­ci­onal dos lu­cros ex­tra­or­di­ná­rios dos grupos eco­nó­micos, de forma a que uma parte subs­tan­cial dos mi­lhares de mi­lhões de euros de lu­cros acu­mu­lados desde o início do ano possam re­verter para o apoio à pro­dução na­ci­onal, ao re­forço das po­lí­ticas so­ciais e ao in­ves­ti­mento nos ser­viços pú­blicos.  


É neste quadro que se deve dar uma es­pe­cial im­por­tância e atenção à di­na­mi­zação da luta dos tra­ba­lha­dores nas em­presas, lo­cais de tra­balho e sec­tores em torno da acção rei­vin­di­ca­tiva – sendo de des­tacar o mês de mo­bi­li­zação e luta de­ci­dido pela CGTP-IN, que se en­contra a de­correr, e que cul­mi­nará com as ma­ni­fes­ta­ções mar­cadas para 15 de Ou­tubro em Lisboa e no Porto - e também à luta das po­pu­la­ções contra o au­mento do custo de vida e em de­fesa dos Ser­viços Pú­blicos, com des­taque para o SNS, a Es­cola Pú­blica e a Se­gu­rança So­cial, sob o ataque cer­rado da po­lí­tica de di­reita.


É também neste quadro que se de­sen­volve a ini­ci­a­tiva do PCP em que se in­se­riram a vi­sita à ex­plo­ração agrí­cola e en­contro com a di­recção da Lou­ri­coop na Lou­rinhã no pas­sado do­mingo, cha­mando a atenção para os efeitos de­sas­trosos da po­lí­tica de di­reita na pro­dução agrí­cola na­ci­onal, res­pon­sável por um dos mais graves dé­fices do Pais, o dé­fice agro-ali­mentar; a sessão evo­ca­tiva do cen­te­nário do nas­ci­mento de Sofia Fer­reira em Vila Franca de Xira, an­te­ontem, ambas com a par­ti­ci­pação do Se­cre­tário-geral do PCP e ainda as jor­nadas de tra­balho dos de­pu­tados do PCP no PE, com di­versas ac­ções no dis­trito de Braga, entre 21 e e 23 de Se­tembro.

Pros­segue também a acção de re­forço do Par­tido nas di­versas li­nhas de tra­balho de­ci­didas, com par­ti­cular atenção à res­pon­sa­bi­li­zação de qua­dros, ao re­cru­ta­mento e in­te­gração dos novos mi­li­tantes e ao fun­ci­o­na­mento das cé­lulas de em­presa e lo­cais de tra­balho e avançaa pre­pa­ração da Con­fe­rência Na­ci­onal, sob o lema «Tomar a ini­ci­a­tiva, re­forçar o Par­tido, res­ponder às novas exi­gên­cias», com o de­sen­vol­vi­mento do de­bate e a eleição dos de­le­gados, sus­ci­tando um amplo en­vol­vi­mento do co­lec­tivo par­ti­dário.

Como su­bli­nhou Je­ró­nimo de Sousa na sessão pú­blica «a res­posta ne­ces­sária à de­gra­dação das con­di­ções de vida»: em Lisboa, «Con­victos de que, apon­tando o ca­minho que serve aos tra­ba­lha­dores e ao povo, cum­primos o nosso papel, con­ti­nu­a­remos firmes e de­ter­mi­nados na exi­gência e na luta por essas so­lu­ções, na luta pela po­lí­tica al­ter­na­tiva pa­trió­tica e de es­querda.»