Melhores salários e serviço movem lutas nos transportes

A opção de luta dos tra­ba­lha­dores dos trans­portes ficou vi­sível nas greves par­ciais na Trans­tejo e nos ple­ná­rios de ontem no Me­tro­po­li­tano de Lisboa, con­ver­gindo para as ma­ni­fes­ta­ções de sá­bado.

Re­cu­sada a ne­go­ci­ação, a luta agu­diza-se

A Fec­trans/​CGTP-IN sa­li­entou as rei­vin­di­ca­ções de au­mento in­ter­calar dos sa­lá­rios (para co­brir as perdas pro­vo­cadas pela in­flação em 2022), va­lo­ri­zação sa­la­rial em 2023, re­dução dos ho­rá­rios de tra­balho e fim da sua des­re­gu­lação, re­dução da idade legal de re­forma, me­lhores con­di­ções de tra­balho e «um ser­viço pú­blico de trans­portes e co­mu­ni­ca­ções as­sente em fortes em­presas pú­blicas, que sirva o País e os por­tu­gueses».

No fo­lheto de apelo à par­ti­ci­pação nas ma­ni­fes­ta­ções que a CGTP-IN con­vocou para este sá­bado, em Lisboa e no Porto (ver págs. 8 e 9), a fe­de­ração frisa que «os tra­ba­lha­dores têm di­reito a uma vida digna, que só se con­segue com sa­lá­rios justos». Con­tudo, «a va­lo­ri­zação dos sa­lá­rios, não nos irá ser dada, há que lutar por ela».

«Uma ne­go­ci­ação co­lec­tiva com con­teúdos e que con­duza à re­so­lução dos con­flitos la­bo­rais e à va­lo­ri­zação do tra­balho e dos tra­ba­lha­dores», o «au­mento real dos sa­lá­rios», a «va­lo­ri­zação das car­reiras pro­fis­si­o­nais» e me­didas para a «me­lhoria do ser­viço pú­blico pres­tado» foram rei­vin­di­cadas pela fe­de­ração e por es­tru­turas não fi­li­adas na CGTP-IN, numa carta en­tregue ao Go­verno no dia 6.

Em causa, como se re­fere no do­cu­mento, está a prá­tica de «im­po­sição das po­si­ções ema­nadas das tu­telas», num quadro em que as ad­mi­nis­tra­ções da Trans­tejo e So­flusa, Me­tro­po­li­tano de Lisboa, CP e Grupo IP «ficam sem qual­quer au­to­nomia para pro­cu­rarem so­lu­ções a partir da re­a­li­dade de cada em­presa».

A greve na Trans­tejo, du­rante três horas por turno (manhã e tarde), co­meçou na se­gunda-feira, dia 10, com adesão total. No Metro, a greve mar­cada para dia 12 foi re­mar­cada para dia 25 e os sin­di­catos de­ci­diram re­a­lizar ontem três ple­ná­rios.

 



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