Pôr fim à instabilidade no arrendamento não habitacional

Não passou no Par­la­mento o pro­jecto de lei do PCP que criava um re­gime au­tó­nomo de ar­ren­da­mento para as ac­ti­vi­dades eco­nó­micas (in­dús­tria e co­mércio), o exer­cício de pro­fis­sões li­be­rais e ou­tras ac­ti­vi­dades de na­tu­reza cul­tural, re­cre­a­tiva, de so­li­da­ri­e­dade so­cial ou as­so­ci­a­tiva. Es­ti­veram contra o di­ploma PS, PSD e IL, o Chega abs­teve-se, vo­tando a favor as res­tantes ban­cadas e de­pu­tados únicos do Livre e PAN.

Na base da ini­ci­a­tiva le­gis­la­tiva co­mu­nista, em de­bate con­junto no dia 20 com um di­ploma do PS re­la­ci­o­nado com a pro­tecção das lojas com his­tória, es­teve a con­si­de­ração de que o re­gime de ar­ren­da­mento ur­bano, ao juntar o ha­bi­ta­ci­onal e não ha­bi­ta­ci­onal, não atende às «di­fe­renças subs­tan­ciais» entre estes dois tipos de ar­ren­da­mento nem às «es­pe­ci­fi­ci­dades de cada um».

Foi o que disse o de­pu­tado co­mu­nista João Dias, as­si­na­lando, a este res­peito, que as ac­ti­vi­dades ao abrigo do não ha­bi­ta­ci­onal exigem in­ves­ti­mentos «que podem ser muito sig­ni­fi­ca­tivos», «criam e mantêm postos de tra­balho», «sa­tis­fazem ne­ces­si­dades das po­pu­la­ções».

Ora nada disto é le­vado em conta pelo re­gime de ar­ren­da­mento, que ficou co­nhe­cido por Lei dos Des­pejos, do Go­verno PSD/​CDS, o qual, como lem­brou o par­la­mentar co­mu­nista, é res­pon­sável pela fa­lência de muitas MPME, de pe­quenos es­ta­be­le­ci­mento de co­mércio e até de co­lec­ti­vi­dades. Isto ao mesmo tempo que «fa­vo­receu a es­pe­cu­lação no sector imo­bi­liário», acusou João Dias.

Daí a pro­posta do PCP para a fi­xação de um prazo su­ple­tivo de du­ração de con­trato de cinco anos, com vista a ga­rantir es­ta­bi­li­dade no re­gime de ar­ren­da­mento, bem como a sua re­no­vação au­to­má­tica por igual pe­ríodo mí­nimo de cinco anos, entre ou­tras pro­postas.

Pro­postas bem mais abran­gentes do que as pre­co­ni­zadas no di­ploma do PS, que João Dias con­si­derou «in­su­fi­ci­entes», já que «deixam de fora muitos pe­quenos es­ta­be­le­ci­mentos co­mer­ciais e co­mércio tra­di­ci­onal».




Mais artigos de: Assembleia da República

PCP com propostas para o OE 2023

O PCP anun­ciou an­te­ontem as pri­meiras pro­postas de al­te­ração ao Or­ça­mento do Es­tado, vi­sando va­lo­rizar o poder de compra de sa­lá­rios e pen­sões, re­gular preços de bens e ser­viços es­sen­ciais, de­fender o SNS e pro­mover a jus­tiça fiscal.

Directiva da UE sobre voto em mobilidade

O PCP votou contra o projecto de resolução apresentado pela Comissão de Assuntos Europeus, segundo uma Proposta de Directiva do Conselho, sobre o direito de voto e elegibilidade nas eleições para o Parlamento Europeu dos cidadãos da União Europeia que estejam deslocados do seu estado-membro. O diploma foi aprovado, dia...

PS rejeita soluções estruturais para a seca

A criação de um Plano Nacional para a Prevenção Estrutural dos Efeitos da Seca, proposta em projecto de lei do PCP e que esteve em debate no Parlamento no dia 19, foi inviabilizada pelos votos contra de PS e IL. A favor, além do proponente, estiverem BE, Livre e Ch, optando PSD e PAN pela abstenção. Alicerçado em duas...

Queixas aumentam na Provedoria de Justiça

Em 2021, as questões relacionadas com a Segurança Social representaram cerca de 27% do total de número de queixas dirigidas à Provedora de Justiça em 2021, ano em que se registou também um crescimento acentuado das queixas sobre Saúde (em 32%) e um crescimento absoluto das queixas relativas a Assuntos...