1987 – Assassinato de Thomas Sankara
Ex-colónia francesa, Burkina Faso (então Alto Volta) torna-se independente em 1960, mas a instabilidade política é uma constante na história do país, que teve o seu primeiro presidente, Maurice Yaméogo, deposto por um golpe de Estado, e foi sujeito, durante 14 anos, à ditadura militar de Sangoulé Lamizana. O país conhece três mudanças de regime entre 1980 e 1983; é então que o capitão Thomas Sankara, apoiado por partidos políticos de esquerda, sindicatos, trabalhadores rurais e urbanos, e parte do exército, lidera com sucesso a Revolução de Agosto. O país muda o nome para Burkina Faso, que na língua indígena significa «terra de pessoas íntegras». A revolução «democrática e popular» de Sankara traduz-se na redução da mortalidade infantil, aumento das taxas de alfabetização, direitos das mulheres, abolição de privilégios tribais, fim das mutilações genitais, dos casamentos forçados e da poligamia, no combate à desertificação. Só no primeiro ano de sua presidência, 10 milhões de árvores foram plantadas. De formação marxista, Sankara não poupa críticas à globalização capitalista e às políticas neocoloniais face aos países do terceiro mundo. Um complot internacional, liderado por Blaise Campaoré, põ-lhe fim à vida, aos 37 anos. É lembrado como o Che africano.