Greves no Reino Unido por aumento de salários

No Reino Unido, fer­ro­viá­rios, en­fer­meiros, em­pre­gados dos cor­reios, pro­fes­sores uni­ver­si­tá­rios, entre ou­tros tra­ba­lha­dores, exigem a su­bida de sa­lá­rios de acordo com a in­flação. De­correm greves e anun­ciam-se novas pa­ra­li­sa­ções até ao final do ano.

Fer­ro­viá­rios, en­fer­meiros e ou­tros tra­ba­lha­dores exigem au­mentos sa­la­riais de acordo com a in­flação

Em Lon­dres e nou­tras ci­dades bri­tâ­nicas, mi­lhares de pes­soas ti­veram de mudar os seus planos de vi­agem, no sá­bado, 26, de­vido à greve le­vada a cabo por ma­qui­nistas de com­boios de 11 com­pa­nhias que operam no sector. Os fer­ro­viá­rios exigem a su­bida de sa­lá­rios de acordo com a in­flação.

Esta pa­ragem de 24 horas foi a quinta or­ga­ni­zada nos úl­timos meses pelo Aslef (o sin­di­cato bri­tâ­nico dos ma­qui­nistas de com­boios, com 21 mil mem­bros) e afectou os pas­sa­geiros que ti­nham pla­neado des­lo­ca­ções para as­sistir a eventos des­por­tivos ou fazer com­pras na­ta­lí­cias no fim de se­mana.

O com­boio ex­presso que faz o per­curso entre a es­tação de Pad­dington, no centro da ca­pital, e o ae­ro­porto de He­athrow, também es­teve pa­rado de­vido à greve.

«La­men­tamos os in­con­ve­ni­entes cau­sados aos pas­sa­geiros», afirmou o se­cre­tário-geral do sin­di­cato, Mick Whelan, que culpou do fra­casso das ne­go­ci­a­ções a em­presa que re­pre­senta as com­pa­nhias ope­ra­doras dos ca­mi­nhos de ferro. Em de­cla­ra­ções à te­le­visão BBC, o líder sin­dical ex­plicou que a re­cusa do pa­tro­nato em aceitar as rei­vin­di­ca­ções dos ma­qui­nistas não deixou outra opção a não ser a greve. E avisou que a luta por rei­vin­di­ca­ções sa­la­riais vai pros­se­guir, es­tando os tra­ba­lha­dores pre­pa­rados para novas greves.

Mick Whelan de­clarou ao jornal Mor­ning Star que os mi­nis­tros do go­verno con­ser­vador devem «parar de brincar» e deixar os di­ri­gentes das em­presas dos ca­mi­nhos de ferro ne­go­ciar o fim do pro­lon­gado con­flito sobre os sa­lá­rios.

Pro­testos dos tra­ba­lha­dores, exi­gindo au­mentos sa­la­riais que per­mitam en­frentar a in­flação já su­pe­rior a 11 por cento e por me­lhores con­di­ções la­bo­rais, têm sido cons­tantes no Reino Unido em re­sul­tado do au­mento do custo de vida.

Os tra­ba­lha­dores do metro de Lon­dres e de ou­tras com­pa­nhias fer­ro­viá­rias pla­neiam re­a­lizar greves in­ter­ca­ladas de 48 horas nos dias 13 e14, pri­meiro, e 16 e 17 de De­zembro, de­pois, além de ou­tras em Ja­neiro. Os sin­di­catos dos en­fer­meiros, dos em­pre­gados dos cor­reios e dos pro­fes­sores uni­ver­si­tá­rios anun­ci­aram também pa­ra­li­sa­ções nas pró­ximas se­manas.

 

En­fer­meiros: a maior
greve em um sé­culo

Os en­fer­meiros bri­tâ­nicos re­ve­laram em Lon­dres que farão greve nos dias 15 e 20 de De­zembro, para apoiar as suas exi­gên­cias de su­bida de sa­lário de 17 por cento, bem como me­lhores con­di­ções para os do­entes.

Se­gundo a se­cre­tária-geral do Co­légio Real de En­fer­magem, Pat Cullen, a de­cisão de pa­ra­lisar foi adop­tada de­vido à re­cusa das au­to­ri­dades de Saúde Pú­blica em en­cetar ne­go­ci­a­ções for­mais.

«A minha pro­posta para con­versar de ma­neira formal foi re­jei­tada e, em seu lugar, os mi­nis­tros es­co­lheram a greve», as­se­gurou a di­ri­gente sin­dical num co­mu­ni­cado. Cullen re­alçou que os en­fer­meiros e as en­fer­meiras estão can­sados de ser ig­no­rados, de re­ceber sa­lá­rios baixos, de ter que en­frentar a falta de pes­soal e de não poder dar aos do­entes os cui­dados que eles me­recem.

Como seria de es­perar, o mi­nistro da Saúde, Steve Bar­clay, do seu lado, alegou que o go­verno não pode cus­tear o au­mento de sa­lá­rios que os en­fer­meiros pedem.

A pa­ra­li­sação, prevê-se, será a maior or­ga­ni­zada pelo sector da saúde em mais de um sé­culo e terá lugar no meio de uma cada vez maior vaga de pro­testos e greves de di­fe­rentes sin­di­catos, que exigem um au­mento de sa­lá­rios de acordo com a su­bida da in­flação.




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