CGTP-IN persiste nas lutas e na convergência

As ac­ções da se­mana de luta, que o mo­vi­mento sin­dical uni­tário está a pro­mover nos vá­rios dis­tritos, dão força aos ar­gu­mentos e à mo­bi­li­zação dos tra­ba­lha­dores, em de­fesa de au­mentos sa­la­riais ime­di­atos, para repor o poder de compra já per­dido, e de me­didas que as­se­gurem di­reitos, com o ob­jec­tivo geral de va­lo­ri­zação do tra­balho.

O au­mento ex­tra­or­di­nário dos sa­lá­rios é uma emer­gência na­ci­onal

Com as ma­ni­fes­ta­ções e ple­ná­rios, nos dis­tritos de Por­ta­legre, Se­túbal, Évora e Beja, ini­ci­aram-se as ac­ções de rua, com al­te­ra­ções e can­ce­la­mentos pon­tuais, mo­ti­vados pela chuva forte. De uma forma geral, as ini­ci­a­tivas re­a­li­zaram-se e foram con­fir­madas as dos dias se­guintes, de­sig­na­da­mente: hoje, 15, em Al­mada (ma­ni­fes­tação às 10h00, da «ro­tunda dos bancos» até aos Paços do Con­celho); amanhã, 16, em Lisboa (ma­ni­fes­tação às 16h00, do Ca­mões até ao Rossio) e em Por­ta­legre (16h00, do Museu das Ta­pe­ça­rias até ao Rossio), e sá­bado, 17, em Faro (ma­ni­fes­tação, às 10h00, do mer­cado mu­ni­cipal até à Rua de Santo An­tónio) e em Aveiro (con­cen­tração, às 10h30, junto da Ponte Laços de Ami­zade).

 Au­mentos sa­la­riais como emer­gência

Tal como nos ma­te­riais da CGTP-IN e das es­tru­turas sin­di­cais, as faixas, ban­deiras e pa­la­vras de ordem, bem como os do­cu­mentos rei­vin­di­ca­tivos apro­vados e en­tre­gues, con­fir­maram a pri­o­ri­dade que é dada à exi­gência de au­mento ex­tra­or­di­nário dos sa­lá­rios, a par das rei­vin­di­ca­ções para a ac­tu­a­li­zação sa­la­rial anual, em 2023. Mas ga­nharam igual­mente re­levo ma­té­rias es­pe­cí­ficas.

Na se­gunda-feira, dia 12, de manhã, tra­ba­lha­dores do Mu­ni­cípio do Ga­vião reu­niram-se no es­ta­leiro mu­ni­cipal e ma­ni­fes­taram-se até ao edi­fício prin­cipal da Câ­mara, onde en­tre­garam uma carta rei­vin­di­ca­tiva.

Também nessa manhã, tra­ba­lha­dores do con­celho do Seixal – des­ta­cando-se os sec­tores da Ad­mi­nis­tração Local e Ad­mi­nis­tração Cen­tral, mas também um grupo de re­for­mados – ma­ni­fes­taram-se desde o Centro Co­mer­cial de Amora até à ro­tunda do Centro Co­mer­cial Rio Sul.

À mesma hora, em Al­cácer do Sal, teve lugar uma ma­ni­fes­tação de âm­bito re­gi­onal, mo­bi­li­zando cen­tenas de tra­ba­lha­dores de Grân­dola, Sines e San­tiago do Cacém. Par­ti­ci­param, re­a­fir­mando a so­li­da­ri­e­dade do PCP, di­ri­gentes do Par­tido e eleitos da CDU, como in­formou a Di­recção da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal do Li­toral Alen­te­jano.

Na terça-feira, a Se­cre­tária-geral da CGTP-IN, Isabel Ca­ma­rinha, par­ti­cipou em ini­ci­a­tivas que ti­veram como marca comum a ce­le­bração dos 60 anos da con­quista da jor­nada de oito horas nos campos do Alen­tejo e Ri­ba­tejo: um ple­nário em Beja, nas ar­cadas da Casa da Cul­tura, de manhã; pouco de­pois das 14 horas, em Serpa, um ple­nário com pes­soal da Santa Casa da Mi­se­ri­córdia, se­guido de des­file pelas ruas da ci­dade; um con­tacto com tra­ba­lha­dores agrí­colas da Her­dade do Vale da Rosa; e ao final da tarde, em Pias, uma sessão pú­blica.

No dia 12, re­a­lizou-se uma greve na in­dús­tria das con­servas de peixe. Con­vo­cada pela Fe­saht/​CGTP-IN, para exigir au­mentos sa­la­riais, teve maior adesão na Co­fisa (Fi­gueira da Foz), onde ocorreu uma con­cen­tração de tra­ba­lha­dores. Além dos sa­lá­rios baixos, os ho­rá­rios são muito des­re­gu­lados e a as­so­ci­ação pa­tronal ANICP pre­tende impor o tra­balho por turnos, como ex­plicou à Lusa a co­or­de­na­dora da fe­de­ração, Maria das Dores Gomes.

Com um ple­nário, na terça-feira, 13, de manhã, os tra­ba­lha­dores da em­presa Silos de Lei­xões (Grupo Cham­pa­li­maud), em Ma­to­si­nhos, con­cluíram a greve de dia 9, sexta-feira, e dia 12, de­ci­dindo propor à ad­mi­nis­tração uma reu­nião de ne­go­ci­ação, na pró­xima se­mana. A greve, se­gundo o Sintab, teve uma adesão de 90 por cento. A res­posta pa­tronal será ana­li­sada num novo ple­nário, onde po­derão ser de­ci­didas novas formas de luta.

Também para dia 13, o sin­di­cato Ofi­ci­aismar con­vocou um ple­nário de pi­lotos de barra e portos, para ana­lisar o rumo a se­guir, de­pois do su­cesso das greves de 5 e 6 de No­vembro e 6 e 7 de De­zembro, no Con­ti­nente, pela im­ple­men­tação, por parte do Go­verno, do acordo de 2019 sobre a an­te­ci­pação da idade da re­forma.

O STAL e os tra­ba­lha­dores da Tra­to­lixo (em­presa in­ter­mu­ni­cipal para o tra­ta­mento dos re­sí­duos só­lidos de Cas­cais, Mafra, Oeiras e Sintra) es­peram con­cre­tizar a ne­go­ci­ação de um acordo de em­presa com uma nova ad­mi­nis­tração, como disse à agência Lusa um di­ri­gente do sin­di­cato. No dia 10, úl­timo de dois dias de greve, com uma adesão es­ti­mada em 95 por cento, foi co­nhe­cido o pe­dido de de­missão do pre­si­dente do con­selho de ad­mi­nis­tração, res­pon­sa­bi­li­zado pelo im­passe nas ne­go­ci­ação do AE du­rante três anos.
No dia 9, junto do pi­quete de greve com­pa­re­ceram o pre­si­dente do STAL, José Cor­reia, a Se­cre­tária-geral da CGTP-IN, Isabel Ca­ma­rinha, e uma de­le­gação do PCP (con­ce­lhias de Cas­cais e Sintra).

Pela pri­meira vez, fi­zeram greve no dia 9, com grande adesão, os tra­ba­lha­dores da Blu­otter, em­presa de trans­porte de re­sí­duos, com sede na Quinta dos Al­mos­téis, em Sa­cavém (Loures), onde teve lugar uma con­cen­tração, du­rante a manhã. Or­ga­ni­zados no STRUP, sin­di­cato da Fec­trans/​CGTP-IN, os tra­ba­lha­dores de­ci­diram passar à luta, por falta de res­posta pa­tronal ao seu ca­derno rei­vin­di­ca­tivo. Foram des­ta­cados pela fe­de­ração os ní­veis to­tais de adesão nas ins­ta­la­ções de Sa­cavém, Pal­mela e Bo­li­queime.

Com uma greve e con­cen­tração na en­trada prin­cipal das ins­ta­la­ções, os tra­ba­lha­dores dos call cen­ters da Ar­matis, em Gui­ma­rães, or­ga­ni­zados no Sinttav, ini­ci­aram no dia 12, ao final da manhã, um pro­cesso de luta por au­mento dos sa­lá­rios e do sub­sídio de re­feição, que vai pros­se­guir a partir de dia 19, com greves de duas horas por turno, em se­gundas-feiras in­ter­ca­ladas, até final de Fe­ve­reiro.

No dia 13, com grande adesão, fi­zeram greve os tra­ba­lha­dores das em­presas do Grupo Águas de Por­tugal, contra su­ces­sivos adi­a­mentos da ne­go­ci­ação do ca­derno rei­vin­di­ca­tivo por parte da ad­mi­nis­tração. Os tra­ba­lha­dores, or­ga­ni­zados no STAL e sin­di­catos da Fi­e­qui­metal/​CGTP-IN, exigem o au­mento ime­diato dos sa­lá­rios, em 120 euros, e a ga­rantia de um sa­lário mí­nimo de 900 euros no grupo.
Pe­rante as di­fi­cul­dades sus­ci­tadas pelo agra­va­mento da si­tu­ação me­te­o­ro­ló­gica, os tra­ba­lha­dores em luta não dei­xaram de atender às pre­mentes ne­ces­si­dades das po­pu­la­ções, como as­si­nalou o STAL, numa nota em que deu conta, de forma de­ta­lhada, dos ele­vados ín­dices de adesão à greve.