Confiança e luta por um futuro ao nosso alcance!

João Pimenta Lopes

Vol­vidos os di­fí­ceis anos da pan­demia, 2022 con­sa­grou-se como um ano mar­cado por acon­te­ci­mentos com con­sequên­cias ne­ga­tivas para a vida de mi­lhões de por­tu­gueses. O re­gresso de uma mai­oria ab­so­luta, agra­vando a im­ple­men­tação da po­lí­tica de di­reita; as con­sequên­cias da guerra e dos apro­vei­ta­mentos daí de­cor­rentes; as con­sequên­cias das san­ções da UE – sub­ser­vi­ente à es­tra­tégia de con­fron­tação dos EUA; o au­mento das taxas de juro de­fi­nidas pelo BCE. Um con­texto que pesou con­si­de­ra­vel­mente, mas que não jus­ti­fica por si só a de­gra­dação da qua­li­dade de vida dos tra­ba­lha­dores e dos povos, num ano mar­cado pelo brutal au­mento do custo de vida, pelo em­po­bre­ci­mento, pelo au­mento da ex­plo­ração, pela de­gra­dação de ser­viços pú­blicos. São as op­ções po­lí­ticas na res­posta à re­a­li­dade, seja por parte do Go­verno, seja por parte das ins­ti­tui­ções da UE que de­ter­minam este rumo de di­fi­cul­dades, de baixos sa­lá­rios, de re­formas mi­se­rá­veis, de pre­ca­ri­e­dade, de cres­centes de­si­gual­dades so­ciais e re­gi­o­nais, de de­sin­ves­ti­mento nas ca­pa­ci­dades pro­du­tivas e nas res­postas so­ciais.

O ano de 2023 não se an­te­cipa mais fácil. As in­cer­tezas são na­tu­rais face às di­fi­cul­dades com que os por­tu­gueses se con­frontam. Mas sa­bemos que não tem que ser assim, que este rumo servil aos in­te­resses dos grandes grupos eco­nó­micos e das grandes po­tên­cias da UE não é uma ine­vi­ta­bi­li­dade. Sa­bemos que é pos­sível um outro ca­minho e im­ple­mentar ou­tras po­lí­ticas. Que rompam com as po­lí­ticas da UE e os cons­tran­gi­mentos que esta impõe ao país. Que afirmem a so­be­rania e in­de­pen­dência na­ci­o­nais. Que va­lo­rizem os tra­ba­lha­dores e o povo. Que va­lo­rizem di­reitos la­bo­rais e so­ciais. Que va­lo­rizem sa­lá­rios e pen­sões. Que pro­movam a pro­dução na­ci­onal, os pe­quenos e mé­dios pro­du­tores, as micro, pe­quenas e mé­dias em­presas. Que in­vistam nos ser­viços pú­blicos, na saúde, na edu­cação, na in­ves­ti­gação. Que pro­movam a cul­tura e o des­porto. Que ga­rantam o di­reito à ha­bi­tação. Que per­mitam a re­cu­pe­ração do con­trolo pú­blico de sec­tores es­tra­té­gicos, como a energia.

É com a ina­ba­lável con­fi­ança de que tudo isto é pos­sível, com a mo­bi­li­zação e luta dos tra­ba­lha­dores e do povo, que os de­pu­tados do PCP no Par­la­mento Eu­ropeu en­fren­tarão o ano que agora inicia. Quer no tra­balho ins­ti­tu­ci­onal, mas so­bre­tudo, na in­ter­venção no país, junto das po­pu­la­ções, nos lo­cais de tra­balho, nos muitos mi­lhares de con­tactos nas su­ces­sivas jor­nadas de tra­balho que estão a re­a­lizar em todos os dis­tritos. Tra­du­zindo na acção con­creta as con­clu­sões da Con­fe­rência Na­ci­onal, dando a co­nhecer as pro­postas e o pro­jecto do PCP, trans­mi­tindo a con­fi­ança de que é fa­zendo das in­jus­tiças força para lutar que é pos­sível al­cançar um me­lhor porvir.




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No Par­la­mento Eu­ropeu, os de­pu­tados do PCP de­fen­deram me­didas para apoiar os ren­di­mentos dos pe­quenos e mé­dios agri­cul­tores face ao brutal au­mento do custo dos fac­tores de pro­dução. A agri­cul­tura, in­sistem, deve ser va­lo­ri­zada, para re­forço da so­be­rania e se­gu­rança ali­men­tares de cada país.