1867 – Nasce Charles Henry Turner

«De­pois de es­tudar o as­sunto de todos os ân­gulos pos­sí­veis, che­guei à con­vicção de que nem o en­xame de for­migas, nem a abelha vo­a­dora, nem a vespa ca­ça­dora são gui­ados por algum ins­tinto mis­te­rioso, ou uma com­bi­nação de tro­pismos, ou apenas pela me­mória mus­cular, mas por algo que todos ad­quirem pela ex­pe­ri­ência.» Pa­la­vras de Turner, bri­lhante zoó­logo afro-ame­ri­cano in­te­res­sado na cog­nição animal, em par­ti­cular dos in­sectos, ig­no­rado e es­que­cido nos EUA, ví­tima de dis­cri­mi­nação ra­cial. Pri­meiro di­plo­mado negro da uni­ver­si­dade de Cin­cin­nati e dou­to­rado em zo­o­logia pela uni­ver­si­dade de Chi­cago, com dis­tinção, em 1907, Turner con­sagra-se ao es­tudo dos ani­mais, à sua ana­tomia, com­por­ta­mentos, per­cep­ções e in­te­li­gência. Pu­blica o pri­meiro ar­tigo na pres­ti­giada re­vista Sci­encia, onde terá sido o pri­meiro co­la­bo­rador negro. Dis­tingue-se em 1892 com um ar­tigo sobre a cons­trução das teias de aranha, tor­nando-se no pri­meiro autor de psi­co­logia com­pa­rada afro-ame­ri­cano. Pres­ti­giado na Eu­ropa e mar­gi­na­li­zado nos EUA, nunca foi no­meado pro­fessor uni­ver­si­tário. Dá aulas no liceu Sumner de Saint-Louis, o pri­meiro liceu afro-ame­ri­cano a Oeste do Mis­sis­sipi. Desde 1897, pu­blica ar­tigos sobre a igual­dade de di­reitos, no­me­a­da­mente sobre o acesso à edu­cação, que acre­dita ser a chave para pôr fim ao ra­cismo.