Acções no mês de Fevereiro: sair à rua em defesa da paz
Está anunciada a realização de diversas acções públicas em defesa da paz, durante Fevereiro, em diferentes localidades do País. O lema é, uma vez mais, «Parar a Guerra! Dar uma oportunidade à Paz!».
Milhares convergiram em defesa da paz em Março, Junho e Outubro do ano passado
Dia 11, às 11,30h, tem lugar um acto público em Viseu, no Rossio. Para o dia 16, quarta-feira, foram já marcadas iniciativas, que terão lugar às 18h00: em Lisboa no Largo de Camões; em Setúbal no Largo da Misericórdia e em Évora no Largo Camões. No dia 17, à mesma hora, realiza-se uma acção em Corroios (concelho do Seixal), na estação ferroviária, e, em Coimbra, no Largo da Portagem. No dia 18, às 16h00, é no Porto, na Praça da Batalha.
Após o Apelo lançado pelo Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) a 27 de Janeiro, várias organizações tomaram a decisão de se associar à defesa da paz e outras deverão fazê-lo nos próximos dias.
Apelando a todos quantos aspiram à paz a participar nas acções que se vão realizar em diversas localidades do País, o Apelo sublinha a necessidade de «voltar de novo à rua», com a urgência de trilhar um outro caminho, que passa pela exigência de:
-
Parar a confrontação e a guerra, seja na Palestina, no Sara Ocidental, na Síria, no Iémen ou na Ucrânia, com as trágicas consequências e os sérios perigos que comportam.
-
Pôr fim à escalada armamentistas e às sanções, que atingem as condições de vida dos trabalhadores e das populações, enquanto as multinacionais do armamento, da energia, da alimentação, da distribuição, acumulam fabulosos lucros.
-
Que a diplomacia para a solução política dos conflitos substitua a ingerência, o militarismo e o uso ou a ameaça do uso da força nas relações internacionais.
-
O respeito pelos princípios da Carta das Nações Unidas e da Acta Final da Conferência de Helsínquia, caminho para assegurar os direitos dos povos, a paz, a segurança e a cooperação.
-
Que o Governo português não contribua para o agravamento do conflito, do militarismo, da guerra, e cumpra os princípios da Constituição da República Portuguesa, como o direito à auto-determinação dos povos, a não ingerência nos assuntos internos de outros Estados, a solução pacífica dos conflitos internacionais, a dissolução dos blocos político-militares, o desarmamento geral, simultâneo e controlado.
-
Afirmar que todos os povos têm direito à paz, condição essencial para a justiça e o progresso social, para o bem-estar de toda a Humanidade.
-
Repudiar as manifestações de fascismo, nazismo, xenofobia, racismo onde quer que se manifestem.
-
Promover a solidariedade e a amizade entre todos os povos.
No apelo, o CPPC recorda as acções realizadas em Março, Junho e Outubro do ano passado, quando «milhares de pessoas convergiram em defesa da paz, em importantes actos públicos, desfiles e concentrações que se realizaram por todo o País».
Março de 2022: «Parar a guerra! Dar uma oportunidade à Paz!»
A 10 de Março realizaram-se iniciativas em Lisboa, Porto, Coimbra, Évora, Santarém, Viseu, Couço, no concelho de Coruche, e noutras localidades, promovidas por diversas organizações.
Noticiando-as, o Avante! escreveu: «não se põe fim à guerra insistindo no caminho que conduziu a ela: “A guerra, o militarismo, a confrontação não são o caminho para alcançar a paz”, insistiu-se. Ouviu-se a exigência de que seja posto fim à propaganda de guerra, à incitação ao ódio e às “medidas incendiárias”, que mais não fazem do que lançar gasolina para a fogueira e, desse modo, animar a continuação da guerra – e não a busca da paz. Em claro prejuízo dos povos.»
Naquelas acções, prosseguia o Avante!, «denunciou-se ainda a hipocrisia dos que nada mais têm feito do que fomentar a confrontação e o conflito e que agora, perante a escalada, tentam esconder as suas responsabilidades. Precisamente os mesmos que, a pretexto da guerra – que continuam a alimentar – se lançam no colossal aumento das despesas militares, na intensificação da corrida armamentista, do militarismo, do negócio da guerra, da imposição de sanções – que, como já se está a comprovar, afectam desde logo e em primeiro lugar os trabalhadores e os povos». O tempo revelaria o carácter «premonitório» destas afirmações.
Junho de 2022:«Paz sim! Guerra e corrida aos armamentos não»
A 25 e 29 de Junho, realizaram-se dois grandes desfiles, em Lisboa e no Porto, na sequência de um apelo de diversas personalidades, ao qual se associaram dezenas de organizações. O lema, «Paz Sim! Guerra e Corrida aos Armamentos Não!», apontava um caminho em tudo oposto ao que era – e é, ainda – prosseguido, marcado pelo agravamento da tensão, do militarismo e das condições de vida dos povos.
O Avante escreveu: «A relação entre o brutal aumento do custo de vida que se verifica em Portugal (e não só) e as sanções impostas à Rússia pela União Europeia, aliás, é por demais evidente e foi ali sobejamnte denunciada em diversas palavras de ordem. Já os sucessivos compromissos do Governo de aumentar consideravelmente os gastos militares e os compromissos com a NATO chocam de frente com a degradação dos serviços de saúde e da escola pública, a magreza dos salários e das pensões, as carências de habitação digna ou os trocos que sobram para a Cultura: o dinheiro que for para um lado faltará no outro!»
A 29 e 30 desse mês, milhares (muitos dos quais idos de Portugal) contestaram, em Madrid, a Cimeira da NATO, que insistiu na instigação da confrontação, na escalada armamentista, no prolongamento da guerra, na continuação do alargamento da NATO, assim como da sua acção belicista até à Ásia-Pacífico, visando a China.
Outubro de 2022: «Os povos querem a Paz, não o que a guerra traz!»
A 26 e 27 de Outubro, realizaram-se concentrações em Lisboa e no Porto, num momento em que o aumento brutal do custo de vida (a pretexto da guerra, como antes da epidemia) diminuía já dramaticamente o poder de compra da esmagadora maioria da população, ao mesmo tempo que os grupos económicos da energia, dos combustíveis, da alimentação registavam lucros imensos.
Nas intervenções proferidas, o CPPC reafirmou o que dissera logo a 24 de Fevereiro, no comunicado que então emitiu. Nele, apelava à «imediata cessação das operações militares, à adopção de gestos e ao avançar de propostas que permitam abrir caminho à resolução negociada do conflito» e à promoção do diálogo e do desanuviamento das tensões, possibilitando o «encontrar de soluções com vista a assegurar a segurança colectiva na Europa e no mundo, pois todos os Estado têm direito à sua segurança».