FAZER DAS INJUSTIÇAS FORÇA PARA LUTAR

«os trabalhadores e o povo podem contar com o PCP»

Mantêm-se e agravam-se os traços fundamentais da situação política e social com que temos estado confrontados: aumenta o custo de vida, continuam a subir os preços dos bens essenciais, ao mesmo tempo que a política de direita – que o Governo de maioria absoluta do PS (com o apoio de PSD, CDS, Chega e IL, em tudo o que é decisivo) insiste em prosseguir – continua a desvalorizar salários e pensões e a aprofundar injustiças e desigualdades sociais.

De facto, alguns bens alimentares essenciais custam hoje mais do dobro do que custavam em 2021 e, em 2022, a subida de preços foi igual à soma dos dez anos anteriores. Já no domínio da habitação, o BCE decidiu na última semana o quinto aumento das taxas de juro. Aumentos que atingem hoje mais de um milhão de pessoas com créditos à habitação. Aumentos brutais que contrastam com os lucros da banca privada, que, só nos primeiros três trimestres de 2022, atingiram mil e duzentos milhões de euros, ultrapassando o seu lucro total de 2021.


Entretanto, o Governo vangloria-se do anunciado crescimento do PIB em 6,7% em 2022, que não teve qualquer impacto na vida concreta das pessoas. Por outro lado, é um crescimento que parte de valores muito baixos, traduzindo, isso sim, uma desacelaração económica no final do ano e um agravamento da dependência das importações, não deixando antever uma perspectiva positiva de crescimento para o futuro.

Face a esta situação, o que é verdadeiramente imprescindível é uma política alternativa – patriótica e de esquerda - que valorize os trabalhadores e os seus direitos; aumente os salários, reformas e pensões; imponha horários regulados e vínculos efectivos; aposte na produção nacional e no investimento público, como factor de desenvolvimento; assegure a fixação dos preços dos bens essenciais e combata a especulação; avance com a taxação extraordinária dos lucros e dê efectivo combate à corrupção.

O que é preciso é enfrentar os interesses dos que vivem do negócio da doença, acabar com a política do encerramento de serviços de saúde e urgências, de abandono de centros de saúde, de falta de respeito dos profissionais de saúde, dos professores e do conjunto dos trabalhadores da Administração Pública.

O que é preciso é enfrentar os lucros vergonhosos da banca, investir na habitação e travar a subida das rendas e o aumento das prestações, como o faz o PCP, nomeadamente, ao marcar para o próximo dia 15 de Fevereiro o agendamento potestativo do seu Projecto de Lei sobre protecção da habitação própria.

O que é preciso é investir na cultura, na investigação e na ciência e acabar com a precariedade e a falta de apoios nestes sectores.


É neste contexto que importa valorizar e estimular a luta dos trabalhadores em torno da acção reivindicativa nas empresas e locais de trabalho e sectores, luta que tem hoje – Dia Nacional de Indignação, Protesto e Luta, convocado pela CGTP-IN – uma nova expressão convergente com greves e paralisações, plenários, concentrações e manifestações, em todos os distritos e sectores.

E, entre as muitas lutas que continuam a desenvolver-se, destacam-se também as acções de professores nos diversos distritos que culminarão no próximo sábado na manifestação nacional de professores em Lisboa.

Do mesmo modo, é de assinalar a luta que as populações travam em defesa dos seus interesses e direitos.


O momento actual exige a elevação da força organizada que é o PCP, uma intensa intervenção dos trabalhadores e das massas populares e a convergência dos democratas e patriotas.

Do PCP, os trabalhadores e o povo sabem com o que contam. Contam com a incansável intervenção do Partido, na luta pela melhoria das suas condições de vida, pelos seus direitos, por uma política alternativa que assegure o progresso social, como o demonstram, na última semana, as inúmeras iniciativas desenvolvidas pelas organizações regionais do PCP e pela JCP e o contacto com trabalhadores da CELCAT, dando início à acção nacional «mais força aos trabalhadores», o jantar em Coimbra, a sessão pública em defesa do SNS e do direito de todos à Saúde em Viana do Castelo, o contacto com a população no Mercado de Azeitão ou a visita à A.C.M. em Setúbal, com a participação do Secretário-geral do PCP. 

Por isso mesmo é tão importante reforçar o PCP e, de acordo com as prioridades definidas, dar especial atenção à responsabilização de quadros e ao recrutamento.


O PCP, com a luta dos trabalhadores e do povo, influenciou e continuará a influenciar a vida nacional. É deste compromisso que, por mais exigente que seja a situação, o PCP não abdica e que dá força e confiança para resistir e avançar.