RESISTIR E AVANÇAR

«com os trabalhadores e o povo»

Enfrentamos graves problemas no plano económico e social. Problemas e dificuldades que resultam de décadas de política de direita que, ora pela mão do PS, ora por PSD e CDS, tem sido imposta ao País.

Anos e anos de descarada protecção dos interesses dos grupos económicos, assente na criação de clientelas e dependências diversas, que têm levado ao enriquecimento de uns poucos à custa da exploração e do empobrecimento da imensa maioria.

De facto, a situação actual é marcada pelo agravamento das condições de vida dos trabalhadores, com a efectiva aplicação dos mecanismos de exploração pelo grande capital, que aproveita, até ao limite, as possibilidades que lhe dá o Governo do PS de maioria absoluta, ao mesmo tempo que promove as forças e projectos reaccionários e antidemocráticos, tendo sempre em vista agravar a exploração.

É uma situação marcada por profunda injustiça que, ao mesmo tempo que empurra a generalidade dos trabalhadores para o empobrecimento, favorece as principais empresas e grupos económicos.

 

Assim, crescem as dificuldades dos trabalhadores e do povo resultantes da perda do poder de compra face a uma inflação que desvaloriza salários e pensões ao mesmo tempo que as grandes empresas da distribuição ou da energia e a banca privada, a pretexto da guerra – que insistem em legitimar, contra aqueles que, como o PCP, entendem que o que é urgente é uma solução política que ponha fim ao conflito, que os EUA, NATO e UE continuam a instigar – vão mantendo uma brutal especulação, com a passividade do Governo que, em vez de fixar os preços dos bens essenciais e de tributar os lucros extraordinários desses grupos, para eles transfere milhões de euros a partir dos serviços públicos.

Situação agravada com a subida incomportável das prestações do crédito à habitação por via do aumento das taxas de juro, decidido pelo BCE e que a banca privada tem aproveitado em prol do seu negócio, assim se explicando, nomeadamente, que tenha tido no ano passado um lucro de 4,4 milhões de euros por dia.

Situação grave que não se resolve com o pacote de medidas para a habitação anunciadas pelo Governo há poucos dias. São medidas que, para além do «foguetório» mediático de que foram rodeadas, não respondem aos problemas actuais, por não enfrentarem os interesses da especulação financeira e imobiliário.

Ora, o que é necessário e o PCP defende, neste caso, é pôr os lucros da banca a pagar o aumento dessas prestações. Foi isso que, no passado dia 15 de Fevereiro, o PCP propôs na Assembleia da República, mas foi rejeitado por PS e IL, com a abstenção do PSD e do Chega.

 

Face a esta situação, o PCP apela a que se faça das injustiças força para lutar. Um apelo que se tem concretizado em muitas lutas. Lutas contra a exploração, as desigualdades e o empobrecimento; lutas pelo aumento geral dos salários, reformas e pensões, contra o aumento do custo de vida, pela fixação dos preços e tributação extraordinária dos lucros dos grupos económicos, pela defesa dos serviços públicos, pelo direito à habitação, pela defesa do ambiente, pela paz e contra a guerra.

Luta que se desenvolve a partir das empresas, locais de trabalho e sectores, em torno da acção reivindicativa, com momentos de convergência como vai ser a manifestação nacional convocada pela CGTP-IN para o dia 18 de Março, em Lisboa.

Igualmente importante vai ser a greve dos trabalhadores da Administração Pública a 17 de Março convocada pela Frente Comum dos Sindicatos da AP e, entre tantas outras, as lutas dos professores, dos agricultores, dos jovens trabalhadores e a manifestação nacional de mulheres convocada pelo MDM para o dia 4 de Março no Porto e 11 de Março em Lisboa.

Há soluções para os problemas. Há possibilidades de abrir outra perspectiva, uma verdadeira alternativa à política de direita, uma política patriótica e de esquerda, que valorize o trabalho e os trabalhadores, defenda a produção nacional, promova o emprego com direitos, defenda os serviços públicos, a Constituição da República e o regime democrático.

 

E ao afirmar esta alternativa, é necessário sublinhar também que essa política, imprescindível ao progresso social e ao desenvolvimento soberano do País, tem na luta dos trabalhadores e das massas populares e no papel determinante do PCP a força decisiva para a sua concretização.

Razão bastante para intensificar a luta e dinamizar a iniciativa, intervenção e reforço do Partido – reforço e intervenção em que se integraram, na última semana, entre centenas de outras iniciativas realizadas pelas organizações regionais do PCP, o contacto com os trabalhadores da Autoeuropa e do INATEL, a visita às Minas da Panasqueira e o contacto com os seus trabalhadores e a realização do Congresso da organização do PCP na Região Autónoma da Madeira, com a participação do Secretário-geral, Paulo Raimundo – e alargar a unidade e convergência com todos os democratas e patriotas que reconhecem no PCP esta força necessária, indispensável e insubstituível para resistir e avançar rumo à construção de um Portugal com futuro.