Militar no Partido para construir uma sociedade diferente

«Quando me ins­crevi no Par­tido co­mecei a acre­ditar ainda mais que uma so­ci­e­dade me­lhor e di­fe­rente é pos­sível. Vi pes­soas que se or­ga­nizam, tra­ba­lham e cons­troem essa so­ci­e­dade. Ga­nhei a per­cepção de que essa so­ci­e­dade é ine­vi­tável», assim afirma Igor, um dos mi­li­tantes recém-ins­critos com quem o Avante! con­tactou esta se­mana. Com ele, Nelson apenas tem em comum o sítio onde vive, a mi­li­tância co­mu­nista e o ob­jec­tivo pelo qual se ins­creveu no Par­tido – o de con­tri­buir para a cons­trução de uma so­ci­e­dade di­fe­rente, mais justa

Igor tem 28 anos, é fo­to­jor­na­lista e na­tural de Viseu. Conta que, de uma ma­neira ou de outra, o Par­tido há muito que faz parte da sua vida. Isto porque sempre teve um apreço par­ti­cular por po­lí­tica e sempre fez um es­forço para a en­tender. Com isso, afirma ser in­con­tor­nável não re­co­nhecer o papel his­tó­rico do PCP. De an­ti­ca­pi­ta­lista, através do es­tudo, pes­quisa e lei­turas au­to­di­dác­ticas, passou a co­mu­nista: «En­con­trei uma ide­o­logia que re­co­nhecia os pro­blemas es­tru­tu­rais do ca­pi­ta­lismo, mas que apon­tava para a cons­trução de uma so­ci­e­dade al­ter­na­tiva», diz, em re­fe­rência ao mar­xismo-le­ni­nismo.

Pelo meio dos re­latos do seu pro­cesso de cons­trução de cons­ci­ência de classe, conta a ex­pe­ri­ência de vi­sitar a Festa do Avante!. Foi há dois anos que lá foi pela pri­meira vez, o que se cons­ti­tuiu como o seu pri­meiro con­tacto con­creto com o Par­tido. A or­ga­ni­zação, se­gu­rança e li­ber­dade que sentiu na Ata­laia im­pres­si­o­naram-no.

Igor acabou por se ins­crever em Ja­neiro. O que antes o im­pedia – algum re­ceio de pôr em causa a ob­jec­ti­vi­dade exi­gida pela sua pro­fissão com a mi­li­tância num Par­tido – de­sa­pa­receu com­ple­ta­mente quando as­sistiu às enormes cam­pa­nhas de ataque tra­vadas contra o Par­tido na co­mu­ni­cação so­cial. Em par­ti­cular, através da guerra na Ucrânia, per­cebeu que a ob­jec­ti­vi­dade que pro­cu­rava manter não existia já na im­prensa e con­cluiu que se havia mo­mento em que o Par­tido pu­desse pre­cisar de mais ajuda e mi­li­tantes, era aquele.

Já Nelson é mais velho, tem 50 anos. É na­tural de Torres Novas, mas vive em Viseu há 15 anos, onde se di­vide entre as ac­ti­vi­dades de pro­fessor no Ins­ti­tuto Su­pe­rior Po­li­téc­nico de Viseu e de de­signer 3D. É mi­li­tante co­mu­nista desde De­zembro de 2021, mas es­teve pró­ximo do Par­tido ao longo de toda a sua vida. A sua mãe era mi­li­tante e o PCP sempre foi tema de con­versa em casa. Tem me­mó­rias vivas de, na dé­cada de 70, vi­sitar o Centro de Tra­balho da sua terra. «Ir ao Centro de Tra­balho era uma coisa per­fei­ta­mente normal», conta.

Mudou-se com os seus pais para a Guiné-Bissau e, de­pois, para Mo­çam­bique. Quando voltou, a sua pro­xi­mi­dade aos co­mu­nistas atingiu um novo nível: par­ti­cipou em cam­pa­nhas au­tár­quicas e chegou mesmo a re­ceber um con­vite para se ins­crever no Par­tido, o qual acabou na al­tura por não con­si­derar.

Foi há al­guns anos, com a ma­tu­ri­dade na­tural da idade, que co­meçou a per­ceber in­tei­ra­mente o que sig­ni­fi­cava ser mi­li­tante de um par­tido como o PCP. Para além das ajudas pon­tuais que ia ofe­re­cendo, sentiu a ne­ces­si­dade de tra­ba­lhar de forma or­ga­ni­zada, estar in­se­rido num co­lec­tivo e ser mais con­se­quente com a sua acção e in­ter­venção. Ins­creveu-se e hoje está in­se­rido na Co­missão Con­ce­lhia de Viseu, no grupo de pro­pa­ganda, e acom­panha ques­tões da cul­tura a nível re­gi­onal num grupo de tra­balho.

Nelson sa­li­enta como es­sen­cial a ca­pa­ci­dade das pes­soas ava­li­arem o seu con­tri­buto in­di­vi­dual e afirma que ao longo da toda a sua vida nunca perdeu a von­tade de con­tri­buir para a cons­trução de uma so­ci­e­dade di­fe­rente.

 

 



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