Cuba comemorou o Dia Internacional dos Trabalhadores com acções descentralizadas. Entre diversos eventos, realce para um «Encontro Internacional de Solidariedade com Cuba e o anti-imperialismo a 200 anos da Doutrina Monroe», em Havana, com a participação de mais de um milhar de delegados.
Por ocasião das celebrações em Cuba do Dia Internacional dos Trabalhadores, o presidente Miguel Díaz-Canel afirmou que o país não esquece as causas do proletariado mundial. O chefe do Estado cubano destacou que a nação caribenha luta por um mundo que seja mais humano, «em que realmente o homem aprenda a ser irmão do homem».
Juntamente com o líder da Revolução Cubana, Raúl Castro, Díaz-Canel encabeçou, na sexta-feira, 5, em Havana, uma concentração de milhares de trabalhadores que se reuniram no Malecón para comemorar o 1.º de Maio.
Em toda a ilha, realizaram-se marchas e desfiles nas principais praças das cidades, sob o lema «À Pátria, mãos e coração».
Em Cuba, as actividades previstas para o 1.º de Maio foram transferidas, devido ao mau tempo, para o dia 5. Antes disso, desde finais de Abril, tinham já sido levadas a cabo jornadas de trabalho voluntário, reuniões científicas, debates e entregas de condecorações.
Nas acções realizadas na sexta-feira, destaque para a participação em Pinar del Rio, no desfile de homenagem aos trabalhadores do mundo, da brigada de trabalho voluntário Ernesto Che Guevara, que viajou do Canadá.
Por seu turno, a cidade de Sancti Spíritus acolheu a XVI Brigada Internacional 1.º de Maio, de Trabalho Voluntário e Solidariedade com Cuba, cujos membros desfilaram na celebração local do Dia Internacional dos Trabalhadores. Formaram a brigada 245 voluntários de 29 países, sobretudo dos Estados Unidos da América e do Reino Unido, mas também do Brasil, Chile, Gana, Espanha e Portugal, portadores de um abraço solidário ao povo cubano. «Com a vossa presença aqui, romperam o bloqueio dos EUA contra Cuba», foi-lhes dito.
Em Santa Clara, mais de 100 mil pessoas desfilaram na cidade, numa marcha de homenagem aos trabalhadores de todo o mundo, que também constituiu uma jornada de apoio à Revolução Cubana e de resposta contundente aos seus inimigos.
Retirar Cuba da lista terrorista dos EUA
Mais de mil delegados em representação de 271 organizações políticas, juvenis, sindicais e sociais de 58 países exigiram a imediata exclusão de Cuba da ilegítima lista dos EUA sobre alegados patrocinadores do terrorismo.
Segundo a declaração final do «Encontro Internacional de Solidariedade com Cuba e o anti-imperialismo a 200 anos da Doutrina Monroe», no dia 2, em Havana, essa lista foi «imposta de maneira unilateral, ilegal e imoral pelo governo dos EUA» numa «decisão arbitrária que carece de qualquer justificação».
Os participantes deixaram plasmada a exigência a Washington de devolução a Cuba do território ilegalmente ocupado em Guantánamo, no extremo oriental da ilha, e defenderam o carácter humanitário das brigadas médicas cubanas, perante as campanhas difamatórias e de tergiversação sobre o seu nobre propósito.
Mobilizar e articular iniciativas em defesa da revolução cubana, promovendo acções nos cinco continentes para exigir que o governo dos EUA ponha fim ao recrudescido bloqueio económico, comercial e financeiro é outro dos aspectos destacados na declaração do encontro.
Esse cerco hostil que dura há mais de seis décadas «danifica o desenvolvimento e bem-estar do povo cubano e afecta as relações de Cuba com terceiros pelo seu carácter extraterritorial», sublinha o texto.
A declaração propõe a criação de uma ampla frente nacional e internacional na luta pela paz e contra a guerra, pelo que convocou uma mobilização para 21 de Setembro de 2023, Dia Mundial da Paz. Além disso, aponta para o incremento de acções de solidariedade com as justas causas dos povos da Venezuela, Nicarágua, Palestina, Porto Rico e República Árabe Sarauí Democrática.