Séc. VI – Dias da semana com novo nome

«[...] a Igreja, na sua li­turgia, baniu os nomes mi­to­ló­gicos, subs­ti­tuindo-os por feria (feria se­cunda, f. tertia, f. quarta. f. quinta, f. sexta), con­ser­vando o sab­batum he­breu. [...] os Ju­deus con­cen­travam o culto no dia de sá­bado, mas a Igreja subs­ti­tuiu-o pelo dia se­guinte, porque foi neste (prima sab­bati, Mat., XX­VIII, 1) que Cristo res­sus­ci­tado apa­receu pela pri­meira e se­gunda vez aos após­tolos reu­nidos no Ce­ná­culo e que, pas­sados 50 dias, o Es­pí­rito Santo desceu sobre os dis­cí­pulos. O pri­meiro dia da se­mana tornou-se assim o dia do Se­nhor (dies do­mi­nica), como já se lê no Apo­ca­lipse (I, 10).» Ex­certo do ar­tigo «se­mana», in­serto na ve­tusta Grande En­ci­clo­pédia Por­tu­guesa e Bra­si­leira, onde se dá conta de que a de­sig­nação não en­trou no uso cor­rente, nem em Roma. Só em Por­tugal e na Ga­liza o nome de fe­riae se im­plantou, por obra de S. Mar­tinho de Dume, bispo de Braga, que quis nomes menos pa­gãos pelo menos na Se­mana Santa, toda de­di­cada ao des­canso e oração. O nome do pri­meiro fe­riado, Do­mingo de Ramos, o «Dia do Se­nhor», não so­freu al­te­ração. Os res­tantes foram cha­mados com os nomes usados na li­turgia da Igreja: se­gundo fe­riado («se­cunda feria»), ter­ceiro fe­riado («tertia feria»), quarto fe­riado («quarta feria»), etc. O tempo passou, os nomes fi­caram.