PAICG e aliados vencem na Guiné-Bissau

A coligação PAI – Terra Ranka, encabeçada pelo PAIGC, ganhou com maioria absoluta as eleições legislativas na Guiné-Bissau, conquistando 54 dos 102 lugares do parlamento guineense. Aguarda-se agora a formação de um novo governo.

Combate à fome e defesa dos sectores da saúde e educação são prioridades da coligação vencedora

As eleições legislativas na Guiné-Bissau, realizadas no dia 4, foram ganhas pela Plataforma Aliança Inclusiva (PAI) – Terra Ranka, encabeçada pelo PAIGC.

A coligação elegeu 54 dos 102 deputados à Assembleia Nacional Popular e a sua vitória ampla, numa votação com elevada participação (acima dos 70 por cento), foi reconhecida por partidos adversários e instituições guineenses logo que a Comissão Nacional de Eleições anunciou os resultados.

Além do PAIGC, integram a coligação vencedora o Partido Social Democrata (PSD), o Movimento Democrático Guineense (MDG), o Partido da Convergência Democrática (PCD) e a União para Mudança (UM).

O líder da PAI – Terra Ranka e presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira, foi recebido na terça-feira, 14, em Bissau, pelo presidente da República, Umaru Sissoko Embalo, com quem manteve uma conversa «tranquila» de três horas e debateu «assuntos de interesse» para o país.

Foi anunciado no final do encontro que vai ser criada uma equipa de transição da coligação vencedora para trabalhar com o governo cessante, tendo em vista começar a tomar medidas urgentes, nomeadamente para a descida dos preços de produtos de primeira necessidade e a comercialização da castanha de caju, principal produto agrícola e de exportação do país.

Em relação à data da entrada em funções do novo parlamento e consequentemente do governo, Simões Pereira reafirmou a vontade da PAI – Terra Ranka em ver encurtados os prazos legais, mas reconheceu que há alguns que são de cumprimento obrigatório, por força da Constituição da República.

Combater a fome, mais saúde e educação
Anteriormente, no sábado, 10, o líder do PAIGC, intervindo num grande comício comemorativo da vitória eleitoral, felicitou o povo da Guiné-Bissau pelo seu civismo, apelou à unidade nacional e definiu como prioridade do futuro governo o combate à fome. «A fome deve ser combatida agora, baixando os preços de todos os produtos da primeira necessidade para que possamos ter uma boa alimentação», insistiu.

Outra prioridade é a saúde, pelo que Simões Pereira prometeu criar um espaço de diálogo entre os guineenses para que os técnicos de saúde nacionais que foram afastados da Função Pública voltem a trabalhar nos hospitais e centros de saúde para «salvar a vida dos guineenses». «Se o Fundo Monetário Internacional diz que é preciso reduzir as despesas, vamos dizer-lhe que preferimos reduzir o número de conselheiros, assessores, acompanhantes nas viagens e o per diem [subsídio diário] de viagens, mas não reduzir técnicos de saúde e professores, porque a nossa população precisa muito desses profissionais», assegurou.

 

PCP felicita PAIGC

Perante os resultados das eleições legislativas na Guiné-Bissau, o PCP enviou ao Comité Central do PAIGC e a Domingos Simões Pereira, presidente do PAIGC, uma mensagem de felicitações pela vitória do PAIGC no quadro da coligação PAI – Terra Ranka.

Na mensagem enviada e assinada pelo Secretariado do Comité Central, o PCP considera tratar-se de uma vitória que, alcançada «num quadro de discriminação e de perseguição ao PAIGC» e quando a Guiné-Bissau se prepara para comemorar o centenário do nascimento de Amílcar Cabral, se reveste de «grande significado político».

Ao enviar as «melhores saudações dos comunistas portugueses», a mensagem do PCP sublinha ainda «a solidariedade com a corajosa luta do PAIGC em prol das aspirações de liberdade, soberania e progresso social do povo da Guiné-Bissau».



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