Cresce a contestação dos utentes e trabalhadores da saúde

Continuando o movimento de luta levado a cabo há longos meses pela CDU, em conjunto com muitos milhares de utentes, no sábado, 17, realiza-se um «buzinão pela saúde», às 10h00, na cidade de Torres Vedras.

Há um retrocesso grave nos serviços de saúde prestados

«Torres Vedras continua a definhar no que toca a cuidados de saúde. O número de utentes sem médico de família não pára de aumentar e o Governo continua sem dar uma resposta sobre a construção do novo Hospital do Oeste», refere a CDU, em nota de imprensa de 6 de Junho.

O «buzinão» tem início junto ao Parque de Exposições de Torres Vedras (Expotorres) e termina junto ao Mercado Municipal com uma tribuna pública que contará com a presença de Bernardino Soares, do Comité Central do PCP.

Região Oeste
No dia 7 de Junho, a CDU entregou no Ministério da Saúde mais de seis mil «receitas» assinadas por habitantes da região do Oeste e um abaixo-assinado subscrito por mais de duas mil pessoas reivindicando melhores cuidados de saúde. A delegação integrou representantes dos vários concelhos do Oeste: Cadaval, Lourinhã, Torres Vedras, Mafra e Sobral de Monte Agraço. Na acção, o presidente da Câmara Municipal de Sobral de Monte Agraço, que lamentou o facto de nenhum responsável governamental ter recebido a delegação, alertou para a degradação acentuada nos cuidados de saúde na região. Por outro lado, valorizou as diversas acções já realizadas em defesa do SNS.

Portimão
No mesmo dia, 7, a Comissão de Utentes do Hospital de Portimão promoveu uma concentração à porta daquele equipamento para denunciar a falta de especialistas que afecta o funcionamento do bloco de partos da maternidade e as urgências pediátricas do hospital.

Aos utentes juntaram-se os trabalhadores do hospital. Apesar do reforço, durante o Verão, de dez médicos, anunciado pela Direcção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS), o bloco de partos vai continuar a fechar de 15 em 15 dias ao fim de semana. Nessa altura os partos são encaminhados para o hospital de Faro. Utentes e profissionais da saúde estão também preocupados com o anúncio de obras na maternidade, que obrigam ao seu encerramento e que coincidem com o fecho da pediatria por falta de médicos.

«As mulheres, as crianças e toda a população não podem ficar reduzidos a uma maternidade no Hospital de Faro para meio milhão de habitantes», refere o texto de uma moção aprovada no local, onde se afirma que «a perda das valências de Obstetrícia e Pediatria põem em causa os direitos das mulheres, das famílias e o progresso social, e limita o acesso à saúde e ao bem-estar, num centro hospitalar que serve os concelhos de Albufeira, Lagoa, Silves, Portimão, Lagos, Monchique e Aljezur e uma população de mais de 213 mil habitantes».

Face à degradação dos serviços de saúde no Algarve e em particular em Portimão, reivindica-se do Governo – entre outras medidas – a garantia efectiva do direito das crianças a nascer e ser cuidado no Hospital de Portimão, com a manutenção da Maternidade, Serviço de Obstetrícia e Pediatria, melhorando a qualidade de todos estes serviços; a colocação de todos os médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico, e todos os outros profissionais em falta nos quadros do SNS, de forma a garantir prestação de cuidados de saúde de qualidade; a recuperação e melhoria de todos os serviços e valências dos hospitais de Portimão; a construção célere do Hospital Central do Algarve, de modo a dotar a região de mais especialidades.

 



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