É NECESSÁRIA OUTRA POLÍTICA

«Responder aos problemas, desenvolver o País»

Foi numa situação política marcada pelas desastrosas consequências das opções políticas do Governo e de décadas de política de direita da responsabilidade do PS, PSD e CDS a que se juntam agora o Chega e a IL com profundos impactos nacionais e, em particular, nas zonas do interior do País, que se realizaram, esta semana na Serra da Estrela, as jornadas parlamentares do PCP, com a participação de Paulo Raimundo, Secretário-geral do Partido.

De facto, a pretexto da guerra e das sanções – como antes, a pretexto da epidemia – e numa atitude de submissão às imposições da UE e ao domínio do grande capital, o Governo do PS de maioria absoluta prossegue a política de direita. Política de direita que é responsável pelo aumento do custo de vida, pela erosão dos salários e pensões, pela degradação dos serviços públicos e pelo alastramento da pobreza. Realidade que contrasta com a acumulação dos lucros fabulosos dos grupos económicos e o consequente agravamento das injustiças e desigualdades sociais.

É uma política de consequências desastrosas, a nível nacional, mas cujos efeitos não deixam de ser particularmente perniciosos no interior do País, de que são manifestação concreta as situações que hoje encontramos - e cujas causas o PCP denunciou nestas jornadas - nos distritos de Castelo Branco e da Guarda, onde estas jornadas parlamentares tiveram lugar. Regiões particularmente atingidas pela desertificação e o défice demográfico que tudo têm a ver com a desindustrialização, os cortes nos apoios à agricultura familiar e às MPME, o encerramento de escolas, maternidades e extensões de saúde, postos da GNR, estações e postos dos CTT, a eliminação de freguesias, a manutenção de portagens, a redução e eliminação de carreiras rodoviárias ou de meios de transporte ferroviário.

Ora, é esta política que é preciso interromper e substituir com urgência por uma política alternativa – patriótica e de esquerda - com medidas concretas que melhorem as condições de vida dos trabalhadores e do povo; promovam o aumento geral dos salários e pensões; defendam e promovam a produção nacional; criem emprego com direitos; invistam nos serviços públicos e valorizem as funções sociais do Estado; assegurem melhores condições de trabalho.

É por estas medidas e por esta política alternativa que se continua a desenvolver e se amplia a luta em defesa dos trabalhadores, dos reformados, dos jovens, dos utentes. De todos aqueles que são atingidos pela política de direita.

É por esta política ao serviço do desenvolvimento do País, com respostas às necessidades, direitos e aspirações dos trabalhadores e do povo que se desenvolve a luta nas empresas e locais de trabalho.

É pelo aumento dos salários e garantia dos direitos, contra o aumento do custo de vida, pelo direito à saúde e à habitação que se vai realizar na próxima quarta-feira, 28, o Dia Nacional de Luta, marcado pela CGTP-IN com greves paralisações e concentrações em todos os sectores e em todo o País.

E é também por esta política que se desenvolve a luta pela paz e contra a guerra de que foram expressão concreta as iniciativas levadas a cabo na semana passada pelo CPPC e outras organizações, sob o lema «parar a guerra, dar uma oportunidade à paz», no Porto, Coimbra, Faro, Lisboa e Funchal. Iniciativas que contaram com a solidariedade activa do PCP.

Mas para que se abra caminho à concretização desta alternativa patriótica e de esquerda é condição essencial dinamizar a intervenção, a iniciativa e o reforço do PCP.

Foi no quadro desta intensa intervenção ao serviço dos trabalhadores, do povo e do País que o PCP estimulou a luta de massas pela resolução dos seus problemas. Problemas para os quais o PCP tem soluções, materializadas numa grande diversidade de propostas que, no plano da intervenção institucional (na Assembleia da República, na Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, em numerosas Autarquias Locais e no Parlamento Europeu) o PCP não se tem cansado de apresentar e defender e entre as quais se incluem as diversas iniciativas legislativas anunciadas no âmbito das jornadas parlamentares na Serra da Estrela.

E foi também no quadro da sua intervenção que o PCP rejeitou e repudiou as expressões de arrogância e ingerência que a Presidente do PE decidiu exercitar na passada sexta-feira, na sua passagem pela Assembleia da República. Tal como o foi a sessão evocativa do nascimento de José Dias Coelho esse homem de cultura, artista e militante revolucionário, corajoso e firme combatente pela liberdade, a democracia e o socialismo, a quem o fascismo ceifou a vida aos 38 anos.

Neste quadro, prossegue também a acção nacional de afirmação da CDU «com a CDU, futuro de confiança», dando visibilidade ao trabalho, à obra e à intervenção da Coligação PCP-PEV e que se prolonga até 30 de Junho.

Intervenção, iniciativa e reforço que prosseguem por um PCP mais forte e interventivo. Partido insubstituível na luta por um Portugal desenvolvido, de progresso social e de paz.