- Nº 2591 (2023/07/27)

PCP: a opção imprescindível

Opinião

Não há dissimulação da realidade que possa apagar uma situação dos trabalhadores e das massas populares marcada pelo agravamento da exploração, a degradação das condições de vida, o ataque aos direitos, ao mesmo tempo que os lucros e dividendos atingem valores colossais, aumentando as injustiças e desigualdades sociais.

Uma situação que é consequência na natureza do capitalismo, do processo de exploração, da concentração e centralização do capital, do domínio dos grupos económicos e financeiros, das multinacionais, do comprometimento da soberania nacional com a submissão à União Europeia e ao imperialismo em geral, tudo isto à margem e em confronto com a Constituição da República.

A situação do nosso País reflecte a contradição entre o que se alcançou na Revolução de Abril e as consequências do processo contra-revolucionário, com a destruição de muitas dessas conquistas e os grandes retrocessos que lhes correspondem. Os inimigos dos trabalhadores, os inimigos de Abril têm hoje uma parte determinante do poder, o essencial do poder económico, dominam a comunicação social, influenciam uma grande parte do poder político, que está submetido ao poder económico.

Não é aceitável. É preciso acabar com o favorecimento e o poder dos grupos económicos e financeiros, as desigualdades, as injustiças e a corrupção que o caracterizam, é preciso cumprir a Constituição, aplicar os direitos que ela consagra.

 

Resistência e transformação

Esse caminho não só é necessário, como é possível. A situação actual revela essas potencialidades, expressas pelo desenvolvimento da luta dos trabalhadores e do povo, a sua intensidade, os resultados obtidos e pela perspectiva que coloca de defesa de direitos e avanço nos salários, pensões e condições de vida, no combate à exploração, na ruptura com a política de direita, na afirmação do rumo alternativo de que Portugal precisa.

Nesse processo de resistência e transformação, em que o desenvolvimento da luta dos trabalhadores e das massas populares, a elevação da sua força organizada, a convergência dos democratas e patriotas, são importantes componentes, o PCP é essencial. A opção pelo apoio e o reforço do PCP é imprescindível.

Na longa noite fascista o PCP foi o único partido que resistiu e cumpriu o seu papel, tal como na Revolução de Abril e na defesa das suas conquistas, sempre com os trabalhadores, na luta pela liberdade, a democracia e o socialismo.

Orgulha e inspira esta história ímpar, mas não é apenas um elemento que ficou lá atrás. Esse exemplo está presente e revive-se permanentemente. O Partido marca posição com coragem e audácia. Diz sim ou diz não quando é preciso, sejam quais forem as dificuldades, as pressões ou chantagens. Quando os trabalhadores e o povo precisam o PCP marca presença, não deserta, não hiberna, ao contrário de outros partidos cuja natureza de classe e atitude política contrasta com a coragem e a coerência do PCP.

Muitos conformam-se com o que temos, outros querem a reacção e o retrocesso, o PCP luta todos os dias por uma vida melhor, cujo sentido se cumpre com a aplicação dos direitos inscritos na Constituição, a alternativa patriótica e de esquerda, uma democracia avançada e a superação revolucionária do capitalismo pelo socialismo.

 

Confiança no Partido e na luta

Os trabalhadores e o povo podem contar com o PCP e precisam dum PCP mais forte e mais influente. Um PCP mais forte e mais influente concretizando as conclusões da Conferência Nacional e a consequente dinâmica de confiança e alegria na luta que travamos e nos objectivos que nos norteiam. Confiança e alegria no Partido mas que, acima de tudo, importa transmitir aos trabalhadores, à juventude, às massas populares.

Francisco Lopes