Aumenta oposição interna em Israel, crescem ataques contra palestinianos

Em Is­rael, au­menta a con­tes­tação à re­forma ju­di­cial que o go­verno pre­tende impor e que pro­vocou uma vaga de ma­ni­fes­ta­ções desde o co­meço de 2023.

No pas­sado dia 29, cerca de 200 mil pes­soas ma­ni­fes­taram-se em Te­la­vive e nou­tras ci­dades, na­quele que foi o 30.º sá­bado de pro­testos de rua contra a ini­ci­a­tiva.

As ma­ni­fes­ta­ções contra a re­forma ju­di­cial au­men­taram após uma vo­tação no par­la­mento ter eli­mi­nado a cha­mada «cláu­sula da ra­zo­a­bi­li­dade», que per­mitia à jus­tiça is­ra­e­lita re­vogar de­ci­sões go­ver­na­men­tais. A emenda foi apro­vada pelos 64 de­pu­tados do bloco que apoia o go­verno de ex­trema-di­reita, sem que tenha ha­vido votos contra, já que a opo­sição se re­tirou do ple­nário.

Essa me­dida é a chave da re­forma im­pul­si­o­nada pelo pri­meiro-mi­nistro Ben­jamin Ne­tanyahu, uma vez que res­tringe a ca­pa­ci­dade do Tri­bunal Su­premo para re­jeitar leis, per­mi­tindo ao par­la­mento voltar a le­gislar leis im­pug­nadas por esse órgão de jus­tiça. A re­forma pos­si­bi­lita ainda ao go­verno con­trolar a no­me­ação de ma­gis­trados.

Di­versos sec­tores, desde mé­dicos e uni­ver­si­tá­rios até sin­di­ca­listas e em­pre­sá­rios, or­ga­nizam ma­ni­fes­ta­ções de rua em di­versos pontos do país, con­tes­tando a re­forma apoiada pela di­reita. Jun­tando-se ao pro­testo, mi­lhares de re­ser­vistas anun­ci­aram a sua in­tenção de não com­pa­recer se con­vo­cados, o que mo­tivou «grande pre­o­cu­pação» aos co­mandos mi­li­tares.

Me­na­chem Mazuz, ex-pro­cu­rador-geral e juiz apo­sen­tado do Tri­bunal Su­premo, apelou a este órgão que anule a re­forma, clas­si­fi­cando-a de an­ti­de­mo­crá­tica e cor­rupta, porque «mina o papel da jus­tiça como con­trolo e equi­lí­brio entre o par­la­mento e o go­verno».

 

Tropas e co­lonos in­cre­mentam agres­sões

Mi­li­tares is­ra­e­litas as­sas­si­naram um jovem pa­les­ti­niano, de 14 anos, du­rante uma ope­ração na ci­dade de Qalqilyq, na Cis­jor­dânia ocu­pada, na noite de 27 de Julho. O mi­nis­tério da Saúde pa­les­ti­niano in­dicou que o jovem, gra­ve­mente fe­rido por tiros is­ra­e­litas, foi ainda trans­por­tado para o hos­pital, mas não re­sistiu.

A en­trada de tropas is­ra­e­litas na ci­dade pro­vocou pro­testos e ma­ni­fes­ta­ções da po­pu­lação, re­pri­mida com dis­paros de balas de bor­racha e gra­nadas de gás la­cri­mo­géneo.

Antes, no dia 25, o go­verno em Ra­mala clas­si­ficou como crime de guerra a morte de três pa­les­ti­ni­anos aba­tidos a tiro por sol­dados is­ra­e­litas na ci­dade nor­tenha cis­jor­dana de Na­blus. «Esta nova agressão é a con­ti­nu­ação da po­lí­tica de cas­tigo co­lec­tivo a que está su­jeito o povo pa­les­ti­niano», de­nun­ciou o porta-voz da pre­si­dência, Nabil Abu Ru­deina. «Os as­sas­si­natos diá­rios, os as­saltos às nossas ci­dades, os ata­ques a cen­tros re­li­gi­osos e os planos de ane­xação não trarão se­gu­rança e es­ta­bi­li­dade a nin­guém, porque a única forma de lo­grar a paz é ou­torgar ao povo pa­les­ti­niano os seus di­reitos pa­les­ti­ni­anos», ad­vertiu. Res­pon­sa­bi­li­zando Te­la­vive por essas agres­sões, cri­ticou o si­lêncio da co­mu­ni­dade in­ter­na­ci­onal, em par­ti­cular dos Es­tados Unidos da Amé­rica, si­lêncio que alenta «a ocu­pação is­ra­e­lita a con­ti­nuar os crimes contra o povo pa­les­ti­niano».

Desde o início do ano, pelo menos 202 pa­les­ti­ni­anos, in­cluindo 37 me­nores de idade e 11 mu­lheres, mor­reram ví­timas de agres­sões do exér­cito e de co­lonos is­ra­e­litas. De­pois da che­gada ao go­verno em Te­la­vive da co­li­gação li­de­rada por Ne­tanyahu, au­men­taram nos ter­ri­tó­rios pa­les­ti­ni­anos os ata­ques por mi­li­tares e co­lonos.

 



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