Intensificam-se ataques israelitas contra palestinianos na Cisjordânia

Pros­se­guem e in­ten­si­ficam-se os ata­ques do exér­cito e dos co­lonos is­ra­e­litas contra po­pu­la­ções pa­les­ti­ni­anas na Cis­jor­dânia ocu­pada. Há re­gisto de mais mortos – in­cluindo me­nores de idade –, fe­ridos e presos pa­les­ti­ni­anos, pe­rante o si­lêncio da pro­cla­mada «co­mu­ni­dade in­ter­na­ci­onal».

À feroz re­pressão is­ra­e­lita nos ter­ri­tó­rios ocu­pados não es­capam nem mesmo pa­les­ti­ni­anos de menor idade

Forças is­ra­e­litas ma­taram no do­mingo, 6, três pa­les­ti­ni­anos, dis­pa­rando contra a vi­a­tura em que se­guiam perto da lo­ca­li­dade de Ar­raba, no norte da Cis­jor­dânia ocu­pada.

O mi­nis­tério da Saúde pa­les­ti­niano, em Ra­mala, con­firmou através de um co­mu­ni­cado a morte dos três jo­vens e de­nun­ciou que os mi­li­tares im­pe­diram as equipas mé­dicas de se apro­ximar do local.

En­tre­tanto tropas is­ra­e­litas pren­deram de­zenas de pa­les­ti­ni­anos no dia 3, na Cis­jor­dânia, a maior parte na re­gião de He­bron.

Se­gundo a agência de no­tí­cias Wafa, os mi­li­tares is­ra­e­litas de­ti­veram, nesse ter­ri­tório, 16 pes­soas, entre as quais um jovem de 14 anos e dois de 17. No de­correr das ope­ra­ções, houve con­frontos com a po­pu­lação, que foi re­pri­mida com balas de bor­racha, bombas de atur­di­mento e gás la­cri­mo­géneo. Pelo menos duas pes­soas fi­caram fe­ridas em re­sul­tado da acção das forças ocu­pantes.

Por outro lado, após as­salto às suas ha­bi­ta­ções, foram presos quatro pa­les­ti­ni­anos, na al­deia de Jayyous, no no­ro­este da Cis­jor­dânia, e ou­tros cinco em Bur­quin, na vi­zinha re­gião de Jenin.

No po­voado de Qa­balan, em Na­blus, foi preso Ja­afar Marwan, do­cente da Uni­ver­si­dade de Na-Najah.

No dia 4, sol­dados is­ra­e­litas ma­taram um pa­les­ti­niano de 18 anos no campo de re­fu­gi­ados de Nur Shams, si­tuado no leste da ci­dade cis­jor­dana de Tul­karem. O mi­nis­tério da Saúde pre­cisou que Mah­moud Abu Sa’na foi atin­gido na ca­beça por um tiro à queima-roupa e foi le­vado para um hos­pital, onde fa­leceu. A Wafa no­ti­ciou que o exér­cito is­ra­e­lita ir­rompeu de ma­dru­gada no campo e uti­lizou contra os ha­bi­tantes armas com mu­ni­ções de com­bate e gra­nadas de atur­di­mento e gás la­cri­mo­géneo.

Dois dias antes, sol­dados is­ra­e­litas ma­taram um jovem de 15 anos, du­rante um as­salto à al­deia de Al-Asumo, na re­gião de He­bron, no sul da Cis­jor­dânia.

 

As­sas­si­nadas em 2023

31 cri­anças pa­les­ti­ni­anas

As forças is­ra­e­litas as­sas­si­naram 31 me­nores de idade pa­les­ti­ni­anos desde início deste ano, de­nun­ciou a or­ga­ni­zação não-go­ver­na­mental (ONG) De­fense for Chil­dren In­ter­na­ti­onal.

Em de­cla­ra­ções à rádio Voz da Pa­les­tina, em Ra­mala, esta or­ga­ni­zação re­velou que 160 ado­les­centes e jo­vens estão de­tidos nos cár­ceres is­ra­e­litas, 21 deles ao abrigo da po­lí­tica de «de­tenção ad­mi­nis­tra­tiva». Essa me­dida é uti­li­zada para prender pa­les­ti­ni­anos por pe­ríodos re­no­vá­veis de três a seis meses com base em mo­tivos não di­vul­gados, que in­clu­si­va­mente o ad­vo­gado do de­tido está proi­bido de co­nhecer.

A De­fense for Chil­dren In­ter­na­ti­onal alertou que o as­sas­si­nato e a prisão de pa­les­ti­ni­anos me­nores de idade in­ten­si­fi­caram-se de modo sem pre­ce­dentes. E cri­ticou a de­no­mi­nada «co­mu­ni­dade in­ter­na­ci­onal» por nem dar pro­tecção a esses me­nores de idade, nem res­pon­sa­bi­lizar Is­rael pelos seus crimes.





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