Números do INE dão mais razão à urgência de respostas

Das Esta­tís­ticas do Emprego, re­la­tivas ao se­gundo tri­mestre de 2023, a CGTP-IN des­tacou «o au­mento do de­sem­prego, o forte au­mento da pre­ca­ri­e­dade e a con­ti­nu­ação da perda de poder de compra dos sa­lá­rios».

Na faixa dos jo­vens há ele­vadas taxas de de­sem­prego e de pre­ca­ri­e­dade

«É pre­ciso res­ponder aos pro­blemas que per­sistem e que causam a de­gra­dação das con­di­ções de vida de quem tra­balha», in­sistiu a con­fe­de­ração, num co­mu­ni­cado de im­prensa que di­vulgou dia 9, data em que o Ins­ti­tuto Na­ci­onal de Es­ta­tís­tica pu­blicou as suas es­ti­ma­tivas sobre a evo­lução do em­prego e do de­sem­prego.

A CGTP-IN en­fa­tizou a ne­ces­si­dade de «romper com o mo­delo de pre­ca­ri­e­dade e baixos sa­lá­rios» e «va­lo­rizar o tra­balho e os tra­ba­lha­dores». Para esta va­lo­ri­zação, «entre ou­tras me­didas», são in­dis­pen­sá­veis «o au­mento geral e sig­ni­fi­ca­tivo dos sa­lá­rios e a es­ta­bi­li­dade e se­gu­rança no em­prego».

Na apre­ci­ação dos dados do INE, a In­ter­sin­dical Na­ci­onal co­meçou por ob­servar que «o de­sem­prego re­gista uma des­cida tri­mes­tral, de ca­rácter sa­zonal, mas cresce perto de 9 por cento, em re­lação ao tri­mestre ho­mó­logo, com mais 25,7 mil de­sem­pre­gados, num total de 324,5 mil».

A taxa de de­sem­prego«tem a mesma evo­lução», si­tu­ando-se em 6,1 por cento, com um au­mento ho­mó­logo de 0,4 pontos per­cen­tuais. A su­bi­da­o­correu também na faixa dos me­nores de 25 anos, para 17,2 por cento, «uma das mais ele­vadas da União Eu­ro­peia».

Para ava­liar a si­tu­ação, volta a alertar a Inter, há que con­si­derar «os tra­ba­lha­dores su­bem­pre­gados a tempo par­cial e os inac­tivos dis­po­ní­veis e in­dis­po­ní­veis, num total de 300 mil» pes­soas. Assim, «em con­junto, a su­bu­ti­li­zação da força de tra­balho abrange 625,3 mil tra­ba­lha­dores, re­pre­sen­tando 11,5 por cento da po­pu­lação ac­tiva». Neste uni­verso também ocorreu um au­mento face ao se­gundo tri­mestre do ano pas­sado.

 

Sem apoios

«Perto de dois terços do nú­mero real de de­sem­pre­gados não têm qual­quer pres­tação de de­sem­prego», as­si­nala a con­fe­de­ração, no­tando que esta pro­porção é mais ele­vada do que há um ano.

Mas, no terço que re­cebe uma pres­tação so­cial por de­sem­prego, «o valor médio fica-se pelos 575 euros», sendo que«me­tade dos de­sem­pre­gados re­cebe até 500 euros, abaixo do li­miar de po­breza».

Re­gista-se um cres­ci­mento do em­prego, mas os dados do INE mos­tram também que ele«foi con­se­guido à custa de um forte au­mento da pre­ca­ri­e­dade, que re­pre­senta 80 por cento desse au­mento», sa­li­enta a Inter, es­pe­ci­fi­cando que, num ano, «o nú­mero de tra­ba­lha­dores com vín­culos pre­cá­rios au­mentou em 88 mi­lhares (mais 13 por cento)», igual­mente su­pe­rior ao pri­meiro tri­mestre de 2023.

A partir dos dados do INE e res­sal­vando que se trata de«es­ti­ma­tivas que ficam aquém da re­a­li­dade», a CGTP-IN afirma que «há 756 mil tra­ba­lha­dores com vín­culos de tra­balho pre­cá­rios, cor­res­pon­dendo a 17,8 por cento do total». Esta par­cela atinge 57 por cento, entre os tra­ba­lha­dores me­nores de 25 anos.

«Outro as­pecto pre­o­cu­pante», para a In­ter­sin­dical, é «a des­truição de em­prego entre os tra­ba­lha­dores li­cen­ci­ados», que pas­saram a ser menos 128 mi­lhares, no es­paço de um ano.

A lem­brar que «os sa­lá­rios con­ti­nuam a perder poder de compra», a CGTP-IN afirma que, no se­gundo tri­mestre de 2023, «o ren­di­mento sa­la­rial médio mensal lí­quido dos tra­ba­lha­dores por conta de ou­trem foi de 1044 euros», o que re­pre­senta um cres­ci­mento de 0,5 por cento, em termos no­mi­nais, mas uma des­cida de 3,7 por cento, em termos reais.

 



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