Séc. XV – Impressão de Imago mundi

«Pa­rece que a imagem do mundo, ou pelo menos a des­crição que se pode fazer do mundo re­pre­sen­tando-o como num es­pelho, não é inútil para a com­pre­ensão das Sa­gradas Es­cri­turas que tantas vezes men­ci­onam vá­rias partes dele e es­pe­ci­al­mente as da terra ha­bi­tável. Foi por isso que fui com­pe­lido a es­crever este tra­tado e nele in­cluir fi­el­mente de forma abre­viada tudo o que con­si­derei digno de ser re­co­lhido junto dos sá­bios que es­cre­veram sobre o as­sunto.» Esta de­cla­ração de in­ten­ções consta do início do Imago mundi (Imagem do mundo), o livro es­crito pelo pre­lado e teó­logo francês Pi­erre d’Ailly que ins­pirou Cris­tóvão Co­lombo a partir à pro­cura das Índias, em­pre­en­di­mento que acabou por o levar à des­co­berta das Amé­ricas. A obra, pre­cioso com­pêndio sobre o es­tado da cos­mo­grafia, ge­o­grafia e as­tro­nomia na pri­meira me­tade do séc. XV, é um in­cu­ná­bulo im­presso em Lo­vaina por Johannes de West­falia. D’Ailly re­colhe no livro en­si­na­mentos de au­tores como Aris­tó­teles, Claudio Pto­lomeu, Plínio o Velho, pa­dres de Igreja como Santo Agos­tinho, e sá­bios árabes como Aver­roes e Avi­cena. O ori­ginal, que acom­pa­nhou Co­lombo na sua ex­pe­dição ma­rí­tima, conta com quase um mi­lhar de ano­ta­ções do na­ve­gador e está guar­dado na Bi­bli­o­teca Cris­tóvão Co­lombo, em Se­vilha, Es­panha.