Veto ao «Mais Habitação» é oportunidade para corrigir opção pelos especuladores

O Go­verno tem de optar entre manter po­lí­ticas de ha­bi­tação que fa­vo­recem os grandes in­te­resses imo­bi­liá­rios e a banca, ou ga­rantir o di­reito à ha­bi­tação, con­si­dera o PCP.

O Go­verno sa­cri­fica as fa­mí­lias aos in­te­resses imo­bi­liá­rios e da banca

O di­lema foi ex­posto, se­gunda-feira, em con­fe­rência de im­prensa, por Vasco Car­doso. Re­a­gindo ao veto do Pre­si­dente da Re­pú­blica ao pa­cote «Mais Ha­bi­tação», pro­posto pelo Go­verno, o membro da Co­missão Po­lí­tica do Par­tido dis­tin­guiu as ra­zões in­vo­cadas por Mar­celo Re­belo de Sousa da­quelas apon­tadas pelos co­mu­nistas.

Su­bli­nhou, de­sig­na­da­mente, que «as in­su­fi­ci­ên­cias e op­ções er­radas pre­sentes na le­gis­lação do Go­verno não estão nos me­ca­nismos que, em­bora de forma li­mi­tada e de­le­gada nos mu­ni­cí­pios, per­mitam o uso co­er­civo de fogos para ar­ren­da­mento (pre­en­chendo a di­mensão da função so­cial ne­ces­sa­ri­a­mente as­so­ciada ao di­reito à pro­pri­e­dade), já pre­visto na Lei, mas no facto de, glo­bal­mente, o “Mais Ha­bi­tação” estar con­ce­bido en­quanto ins­tru­mento de fa­vo­re­ci­mento da es­pe­cu­lação imo­bi­liária».

Acresce o facto de, na pro­posta do exe­cu­tivo da mai­oria PS, estar au­sente a «res­posta que se impõe em ques­tões cru­ciais como as dos custos e es­ta­bi­li­dade do ar­ren­da­mento» ou a «di­mensão in­su­por­tável das pres­ta­ções do cré­dito da ha­bi­tação» e a a «pro­moção de ha­bi­tação pú­blica».

Nesse sen­tido, Vasco Car­doso re­alçou que «o que se impõe são me­didas que per­mitam en­frentar o au­mento das pres­ta­ções de quem tem cré­dito à ha­bi­tação, seja pela fi­xação de uma mo­ra­tória que isente de pa­ga­mento a parte de­vida de ca­pital», seja «pela im­pu­tação aos bancos do pa­ga­mento com os seus lu­cros desse au­mento».

O di­ri­gente do PCP também sa­li­entou a ur­gência de fixar «um spread de 0,25% pela CGD» e de «re­forçar ga­ran­tias no ar­ren­da­mento», neste úl­timo caso «seja pela sua es­ta­bi­li­dade, seja pelo con­trolo e tra­vagem dos seus custos, o que exige um in­ves­ti­mento a sério do Es­tado na pro­moção de ha­bi­tação pú­blica».

Opção ina­diável

«Ou seja, me­didas ao ser­viço do di­reito à ha­bi­tação, não da es­pe­cu­lação», sin­te­tizou Vasco Car­doso, para quem «o Go­verno do PS terá de fazer uma opção: ou per­siste em po­lí­ticas para pro­teger os in­te­resses da banca, dos fundos imo­bi­liá­rios, da­queles que ga­nham mi­lhões de euros à custa das di­fi­cul­dades da larga mai­oria da po­pu­lação, e terá para isso o apoio do PSD, do Chega e da Ini­ci­a­tiva Li­beral, ou se junta às pro­postas do PCP, essas sim, que com­batem a es­pe­cu­lação, os in­te­resses dos pro­mo­tores imo­bi­liá­rios e da banca».

Pro­postas co­mu­nistas que criam «con­di­ções para baixar o valor das pres­ta­ções que os por­tu­gueses pagam à banca, para re­duzir o valor das rendas, para com­bater as be­nesses da es­pe­cu­lação imo­bi­liária e para pro­mover de forma séria a cons­trução de ha­bi­tação pú­blica em Por­tugal», in­sistiu, antes de la­mentar, a pro­pó­sito da in­tenção do Grupo Par­la­mentar do PS de re­a­pre­sentar a mesma pro­posta, «o com­pro­misso do PS com os grupos eco­nó­micos e fi­nan­ceiros, com a banca, com os fundos de in­ves­ti­mento imo­bi­liário, des­con­si­de­rando o pro­blema com que grande parte do povo por­tu­guês está con­fron­tado: o di­reito à ha­bi­tação».



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