O Supremo Tribunal do Chile condenou, no dia 29, sete militares na reserva pelo sequestro e homicídio do cantor e compositor chileno Víctor Jara, um dos muitos crimes da ditadura fascista chilena.
Os argumentos da defesa contra a sentença proferida pelo Tribunal de Recurso em Novembro de 2021 foram rejeitados pelo Tribunal. Os sete militares estão então sentenciados a 25 anos de prisão. Ao homicídio do músico acrescenta-se o sequestro do director do Serviço Prisional da altura, Littré Quiroga.
Víctor Jara foi detido em 12 de Setembro de 1973, um dia após o golpe de Estado, e foi morto pouco tempo depois. Este era um dos casos mais importantes que estava ainda por encerrar pela justiça do país.
Jara, militante comunista e colaborador do governo da Unidade Popular e do presidente socialista Salvador Allende e uma referência da Nova Canção Chilena foi torturado no Estádio Chile, onde se encontravam mais de cinco mil detidos. O seu corpo foi encontrado junto ao Cemitério Metropolitano a 16 de Setembro e enterrado de forma clandestina dois dias depois.
A ditadura fascista do general Augusto Pinochet durou 17 anos e, entre executados, desaparecidos, presos políticos e torturados, deixou mais de 40 mil vítimas. Pelas mãos de agentes do Estado foram ainda assassinados 3.200 opositores políticos.