União Europeia planeia enviar tropas para mais países da África Ocidental
A União Europeia dispõe-se a lançar uma nova denominada «missão civil-militar» na África Ocidental, na região do Golfo da Guiné, com o propósito anunciado de, dizem, «combater o terrorismo», noticiou a imprensa em Berlim.
Embora outras missões criadas a pretexto do dito «apoio à luta contra o terrorismo» no Mali, no Burkina Faso e, mais recentemente, também no Níger, sobretudo com tropas francesas, tenham servido, segundo as autoridades de alguns destes países, para impor a presença militar estrangeira e não para combater os grupos terroristas, a UE pretende enviar novos contingentes militares para países oeste-africanos – assinala o jornal alemão Welt am Sonntag.
A região inclui, entre outros países, a Costa do Marfim, Benin, Togo, Camarões, Guiné Equatorial, Nigéria e Gabão. Estes três últimos países figuram entre os maiores produtores de petróleo da África subsariana, destacam especialistas.
No Mali e Burkina Faso, onde nos últimos tempos chegaram ao poder militares para dirigir governos de transição, a presença de missões militares de países que integram a UE foi considerada ineficaz e desnecessária no combate contra grupos terroristas.
Apesar disso, os países que integram a União Europeia acordaram o arranque da chamada «missão civil-militar» em países do Golfo da Guiné a partir do próximo Outono. Polícias e militares de países que integram a UE serão colocados no Togo, Costa do Marfim e Benin, segundo a publicação alemã.
Bruxelas espera que na reunião de Outubro próximo dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos países da UE seja aprovada a referida missão, a qual também incluiria acções para reforçar as forças de militares dos países africanos envolvidos e «oferecer-lhes apoio técnico».
Na sequência de idênticas decisões tomadas por países desta região de África, no Níger, rico não em petróleo mas em urânio, o Conselho Nacional de Salvação da Pátria, criado após a deposição por militares do presidente Mohamed Bazoum, a 26 de Julho passado, não pretende a continuação do contingente militar francês ali estacionado desde 2013 a pretexto do denominado «combate ao terrorismo».