Têm hoje a vida organizada longe da terra onde nasceram. São a diáspora portuguesa, qualquer coisa como cerca de cinco milhões e meio de portugueses e luso descendentes espalhados pelo Mundo, segundo as estimativas. Para muitos, regressar à Festa é a oportunidade de rever amizades e memórias. Os que a visitam pela primeira vez, cedo descobrem isso: o espaço Emigração é um ponto privilegiado de reencontro e convívio.
Uns e outros, saudados em dísticos multicolores que preenchiam a decoração interior do pavilhão, com palavras de boas vindas e em várias línguas. Homens e mulheres, na sua larga maioria, que partiram para «buscar a sorte, noutras paragens», como dizem os versos do poema «Ei-los que partem», do cantautor Manuel Freire, recordado em painel afixado numa das paredes do pavilhão.
Uma partida forçada, à procura de melhores condições de vida.
Essa foi, aliás, a razão que presidiu sempre aos grandes fluxos migratórios nos últimos 100 anos. E por isso numa outra parede podia ler-se em letras garrafais uma frase que sintetiza bem a posição de fundo do PCP sobre a problemática da Emigração: «Emigrar tem de ser um direito, não uma obrigação». Não pode ser, como sempre foi e continua a ser, a única saída para quem busca a subsistência necessária a uma vida digna que lhes é negada no seu próprio país.