Catástrofe na Líbia destruída pela NATO

Atingida por um ciclone, que fez colapsar duas barragens, em Derna, no nordeste do país, a Líbia destruída e dividida desde a agressão da NATO enfrenta nova catástrofe, com milhares de mortos, feridos, desaparecidos e deslocados.

País dividido após a agressão militar da NATO, em 2011, a Líbia vive nova tragédia

Em Trípoli, uma equipa nomeada pelo Governo de Unidade Nacional, que domina a parte ocidental do país, informou que há milhares de mortos, feridos e desaparecidos na cidade oriental de Derna, após a passagem do ciclone Daniel e o colapso de duas barragens.

Do seu lado, o ministro do Interior do governo que controla a zona leste da Líbia, Issam Bouzriba, confirmou milhares de vítimas e considerou a situação «catastrófica».

No dia 17, uma semana após a tragédia, desconhecia-se o número exacto de mortos, pois os socorristas ainda retiravam cadáveres do mar, arrastados pela água, e sob os escombros.

O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), citando o Crescente Vermelho da Líbia, informou que pelo menos 11.300 pessoas morreram em Derna e outras 10 mil estavam desaparecidas. As inundações provocaram ainda cerca de 40 mil deslocados.

Em Trípoli, o procurador-geral, Al-Siddiq Al-Sour, ordenou uma investigação sobre o colapso das duas barragens. O objectivo é determinar se houve corrupção e negligência após anos de deterioração por falta de manutenção daquelas infra-estruturas.

A Líbia, rica em petróleo, foi alvo, em 2011, de uma agressão militar da NATO, liderada pelos Estados Unidos da América. Com a agressão, o país – até aí um dos mais desenvolvidos da África – foi em grande medida destruído e mergulhado na guerra, deixando de existir como Estado unificado. A Líbia continua até hoje dividida, sendo uma parte, ocidental, governada a partir de Trípoli, e outra, oriental, a partir de Benghazi. Cada uma das partes é apoiada por milícias armadas e conta com apoios externos.




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