Re­co­nhe­cido como o mais im­por­tante as­tró­nomo ob­ser­va­ci­onal desde o séc. 15, Ulugh Beg viveu em plena Idade Média, na Ásia cen­tral, e é um exemplo de de­di­cação à pes­quisa ci­en­tí­fica. Filho de Ta­merlão, o len­dário emir da Ásia Menor nas­cido em Kesh, pró­ximo de Sa­mar­canda, em 1336, que as­cendeu de forma me­teó­rica no pa­no­rama po­lí­tico mi­litar ori­ental dando origem ao se­gundo im­pério mongol, Ulugh Beg nasceu no Irão e co­meçou por se­guir a tra­dição fa­mi­liar tor­nando-se, aos 16 anos, go­ver­nador de Sa­mar­canda. Mas ao invés da po­lí­tica e da con­quista, pri­vi­le­giava o es­tudo e a ob­ser­vação do uni­verso. O ob­ser­va­tório ira­niano de Ma­ragha, man­dado cons­truir no séc. XIII por um des­cen­dente de Gengis Khan, atraía-o mais do que as gló­rias mi­li­tares. Ponto de en­contro de sá­bios, foi ali que pri­meiro se ques­ti­onou as te­o­rias de Pto­lomeu sobre o mo­vi­mento dos pla­netas, con­tes­tação que só viria a ser va­li­dada três sé­culos de­pois por Co­pér­nico. Com o seu pre­ceptor, o ma­te­má­tico Qadi-Zadeh, Ulugh Beg apro­funda os es­tudos ma­te­má­ticos re­la­ci­o­nados com a as­tro­nomia, tri­go­no­me­tria e ge­o­me­tria es­fé­rica. A ele se deve o Ob­ser­va­tório de Sa­mar­canda, um dos me­lhores do mundo mu­çul­mano na época e o maior da Ásia Cen­tral, que fez da ci­dade a ca­pital as­tro­nó­mica do mundo.