- Nº 2603 (2023/10/19)

Trabalhadores franceses exigem melhores salários

Europa

Dezenas de milhares de pessoas – 200 mil, segundo a CGT – manifestaram-se em Paris e outras cidades de França por melhores salários e contra as medidas do governo que atacam direitos e condições de vida. Os protestos foram convocados pelas principais centrais sindicais.

Respondendo ao apelo das maiores centrais sindicais de França – CGT, CFDT, FO, UNSA, CFCT e Solidaires –, mais de 220 manifestações foram organizadas, na sexta-feira, 13, para dizer não às políticas do governo que atacam os direitos e as condições de vida dos trabalhadores e das populações e sim ao aumento de salários.

O cenário de fundo destas novas mobilizações dos trabalhadores é o continuo aumento do custo de vida e os planos do governo para reduzir as despesas sociais no orçamento de Estado do próximo ano.

«Em França e na Europa, o patronato e os governos procuram impor políticas de austeridade. Esta escolha é um impasse: deteriora os serviços e os bens públicos, enfraquece as nossas indústrias em proveito da finança que se apropria das riquezas criadas pelo trabalho. O pacto de austeridade impacta o quotidiano dos trabalhadores em França e por toda a Europa» – considera a Confederação Geral do Trabalho (CGT), uma da centrais sindicais a convocar as manifestações.

Foi neste contexto social que o governo francês impôs recentemente o aumento da idade de reforma. Fortalecidas pela mobilização histórica contra essa medida, determinadas e unidas, as centrais sindicais propuseram então uma nova jornada de acção em defesa dos direitos dos trabalhadores.

Diversos sectores de actividade apoiaram este protesto com greves e 20 sindicatos de 12 países da Europa solidarizaram-se com as reivindicações dos trabalhadores franceses – cerca de um milhar de sindicalistas europeus estiveram em Paris para dizer não à austeridade.

Uma delegação da CGTP-IN participou na manifestação expressando a sua solidariedade com a luta dos trabalhadores e do povo francês pelo aumento dos salários, por uma mais justa distribuição da riqueza, pela igualdade entre homens e mulheres, pelos serviços públicos, pelos direitos, incluindo o direito à reforma sem o aumento da idade da reforma.

Com expressões diferenciadas entre países, a luta em Portugal e em França trava-se no essencial por objectivos comuns.