Acção de contacto do PCP para pôr o País a andar para a frente

An­te­ontem, 14, ar­rancou a acção do PCP «É hora de mudar de po­lí­tica, au­mentar sa­lá­rios e pen­sões», que chegou a mais de 200 lo­ca­li­dades e lo­cais de tra­balho de todo o País. Paulo Rai­mundo, Se­cre­tário-Geral do Par­tido, es­teve com os tra­ba­lha­dores e po­pu­lação no La­ran­jeiro, Al­mada, num con­tacto que «vai con­ti­nuar e in­ten­si­ficar-se».

«Sobra cada vez mais mês de­pois do fim do sa­lário»

«A de­missão do pri­meiro-mi­nistro e a con­vo­cação de elei­ções são con­sequência da fra­gi­li­zação do Go­verno, que é in­dis­so­ciável das suas op­ções po­lí­ticas que deixam sem res­posta os prin­ci­pais pro­blemas dos tra­ba­lha­dores e do povo», lê-se num fo­lheto que está a ser dis­tri­buído à porta de em­presas e ser­viços pú­blicos, nos trans­portes, es­colas, co­mércio tra­di­ci­onal e grandes su­per­mer­cados, entre ou­tros lo­cais, onde são sen­tidos os in­su­por­tá­veis au­mentos nos preços dos ali­mentos, nos com­bus­tí­veis ou na ha­bi­tação.

«As “contas certas” do Go­verno, que sig­ni­ficam in­cer­tezas na vida de quem tra­balha ou tra­ba­lhou, só servem os lu­cros es­can­da­losos dos grupos eco­nó­micos», afirmam os co­mu­nistas, con­tra­pondo: «Não tem de ser assim! Temos di­reito ao au­mento geral dos sa­lá­rios e pen­sões, que va­lo­rize o poder de compra; à ha­bi­tação com a re­dução dos seus custos; à de­fesa e me­lhoria dos ser­viços pú­blicos, em par­ti­cular o Ser­viço Na­ci­onal de Saúde (SNS) e à Es­cola Pú­blica, com o in­ves­ti­mento ne­ces­sário e a va­lo­ri­zação dos pro­fis­si­o­nais; à con­cre­ti­zação da creche gra­tuita para todas as cri­anças».

Opor­tu­ni­dade para a mu­dança

As pró­ximas elei­ções são, por isso, «uma opor­tu­ni­dade para a mu­dança de po­lí­tica que o País pre­cisa». «Para que não fique tudo na mesma, ou pior, com o PS e o PSD, apoi­ados ou não por CDS, Chega e IL, para cons­truirmos uma vida me­lhor, é pre­ciso dar mais força à CDU», re­fere-se no do­cu­mento, onde se apela: «Junta-te a nós!».

Isso mesmo foi con­fir­mado por Paulo Rai­mundo, du­rante uma tri­buna pú­blica no La­ran­jeiro. Além de uma «mol­dura hu­mana cheia de força e com­ba­ti­vi­dade» que er­gueu or­gu­lho­sa­mente as ban­deiras ru­bras do Par­tido, es­ti­veram Luís Palma, pre­si­dente da Junta de Fre­guesia de La­ran­jeiro e Feijó, Da­niel Fi­guei­redo, res­pon­sável pela Or­ga­ni­zação Con­ce­lhia de Al­mada do PCP, e Ar­mindo Mi­randa, da Co­missão Po­lí­tica do PCP.

A ac­tual «crise po­lí­tica» es­teve na ordem dos tra­ba­lhos. «Sa­bemos as cir­cuns­tân­cias em que o pri­meiro-mi­nistro [An­tónio Costa] se de­mitiu, mas não es­que­cemos que a sua der­rota, nesta fase, não tem apenas a ver com aquilo que foi tor­nado pú­blico», mas «com a sua po­lí­tica er­rada, que não res­ponde aos pro­blemas das pes­soas e dos tra­ba­lha­dores», sa­li­entou o di­ri­gente co­mu­nista, muito sau­dado pelos par­ti­ci­pantes. «Também é ver­dade que a crise na vida de cada um não co­meçou» no dia 7 de No­vembro, con­ti­nu­ando a agravar-se o «em­po­bre­ci­mento» de «am­plas ca­madas da nossa so­ci­e­dade», re­forçou.

Porque «os pro­blemas não podem ficar adi­ados para daqui a quatro meses», Paulo Rai­mundo apelou ao re­forço da luta «que vai con­di­ci­onar o fu­turo pró­ximo». As elei­ções an­te­ci­padas de 10 de Março para eleger de­pu­tados para a As­sem­bleia da Re­pú­blica são uma das pró­ximas ba­ta­lhas e «uma opor­tu­ni­dade para re­forçar o PCP e a CDU, con­dição fun­da­mental para pôr o País a andar para a frente». Esta «não é uma afir­mação de cam­panha», as­se­gurou, aler­tando para as «nar­ra­tivas» que estão a ser cons­truídas «com toda a força» para travar a mu­dança po­lí­tica: que as elei­ções são para eleger um pri­meiro-mi­nistro; as son­da­gens «para todos os gostos e fei­tios» que co­locam o PCP a de­sa­pa­recer, como se as­sistiu nas re­centes elei­ções da Ma­deira; a bi­po­la­ri­zação entre a «falsa» es­querda e a «falsa» di­reita.

Assim, «o con­fronto que tem lugar no dia 10 de Março» é entre «a po­lí­tica que serve os grupos eco­nó­micos – os tais 25 mi­lhões de euros de lu­cros por dia – e os três mi­lhões de tra­ba­lha­dores em Por­tugal que ga­nham menos de mil euros por mês», mas também entre «os 12 mi­lhões de euros de lu­cros por dia da banca e os mi­lhares que não con­se­guem pagar a pres­tação da casa», acres­centou o Se­cre­tário-Geral do PCP.

Ter­minou com um apelo: «Vamos apro­veitar a opor­tu­ni­dade que estas elei­ções an­te­ci­padas abriram para afirmar as nossas pro­postas (ver caixa), para mo­bi­lizar mais gente para o voto na CDU».

 

Em todo o País

A acção na­ci­onal do PCP – que se de­sen­volve até ao final do mês de No­vembro – está a per­correr todos os cantos de Por­tugal.

 

Pro­postas

Au­mento geral dos sa­lá­rios, nos sec­tores pú­blico e pri­vado, de 15 por cento, no mí­nimo de 150 euros;

Sa­lário mí­nimo na­ci­onal em 910 euros em Ja­neiro, atin­gindo os 1000 euros em 2024;

Au­mentar as pen­sões, re­pondo o poder de compra per­dido nos úl­timos anos;

Atracção e fi­xação de mi­lhares de tra­ba­lha­dores em falta nos ser­viços pú­blicos e o re­forço do SNS e da Es­cola Pú­blica, acesso à Jus­tiça;

In­vestir na Ha­bi­tação Pú­blica. Parar o des­pejos. Re­duzir as rendas e as pres­ta­ções à banca;

Rede pú­blica de cre­ches;

Pro­moção da cri­ação e fruição ar­tís­ticas e cul­tu­rais;

De­fender a pro­dução na­ci­onal – agri­cul­tura, pescas, in­dús­tria, apoiar os pe­quenos e mé­dios agri­cul­tores e as micro, pe­quenas e mé­dias em­presas;

Re­vo­gação das normas gra­vosas da le­gis­lação la­boral, de­sig­na­da­mente a ca­du­ci­dade da con­tra­tação co­lec­tiva e a re­po­sição do prin­cípio do tra­ta­mento mais fa­vo­rável aos tra­ba­lha­dores;

Mais jus­tiça fiscal. Ali­viar os im­postos sobre o tra­balho e o con­sumo de bens es­sen­ciais. Acabar com os re­gimes de pri­vi­légio das grandes for­tunas e lu­cros;

Re­cusa da pri­va­ti­zação e do fa­vo­re­ci­mento ao grande ca­pital. Com­bate à cor­rupção;

Com­bate a todo o tipo de dis­cri­mi­na­ções;

• Me­didas de sal­va­guarda e pro­tecção am­bi­ental e de mi­ti­gação e adap­tação face às al­te­ra­ções cli­má­ticas.

 



Mais artigos de: Em Destaque

Novas exigências, novas respostas

Faz agora um ano que se realizou a Conferência Nacional do PCP Tomar a iniciativa, reforçar o Partido, responder às novas exigências. Num contexto de agravamento dos problemas dos trabalhadores, do povo e do País, de uma intensa campanha antidemocrática de forte pendor anticomunista, de...

PCP e CDU mais fortes são garantia de uma vida melhor

«Esta é a hora dos pa­tri­otas, dos de­mo­cratas, dos tra­ba­lha­dores, do povo, de todos os que cá vivem e tra­ba­lham, darem um sinal forte, de as­su­mirem, com a sua acção, a sua luta e o seu voto, a exi­gência de um ca­minho di­fe­rente, o ca­minho da al­ter­na­tiva», afirmou Paulo Rai­mundo, co­men­tando a de­cisão do Pre­si­dente da Re­pú­blica de con­vocar elei­ções an­te­ci­padas para 10 de Março.