No Canadá, cerca de 65 mil docentes da província de Quebec vão começar no próximo dia 23 uma greve, segundo um comunicado da Federação Autónoma de Educação (FAE). A estrutura sindical garante que as consequências da incompreensão do governo relativamente às condições salariais dos docentes e o seu alheamento face aos problemas laborais terão consequências devastadoras para a qualidade da educação nas próximas décadas.
A mais recente proposta governamental aos professores inclui um aumento salarial de 10,3 por cento em cinco anos e um pagamento único de mil dólares a cada trabalhador. Essa proposta aplica-se à FAE e a centenas de milhares de outros trabalhadores do sector público, cujos sindicatos estão a negociar ao mesmo tempo com as autoridades da província, a maior do país. As organizações sindicais, contudo, consideram que a proposta do governo não compensa o aumento da inflação.
A luta da FAE é apenas a mais recente de uma série de greves previstas ou já realizadas neste mês de Novembro.
Um grupo de sindicatos associados na Frente Comum optou por uma série de paralisações, a primeira efectuada no dia 6, envolvendo trabalhadores dos sectores de educação, saúde e serviços sociais. A Frente Comum representa 420 mil funcionários públicos, incluindo professores e pessoal de apoio escolar, trabalhadores de universidades, de serviços sociais e de saúde.
Também a Federação Interprofissional da Saúde, que integra cerca de 80 mil enfermeiros, terapeutas e outros profissionais do sector, levou a cabo, nos passados dias 8 e 9, greves por melhores salários e condições laborais.