Séc. VI a.C. – ‘Nasce’ o teatro

Não há uma data para a origem do te­atro, essa ac­ti­vi­dade nas­cida da ne­ces­si­dade dos ho­mens de par­ti­lhar his­tó­rias e ex­pe­ri­ên­cias, de ser es­pelho da so­ci­e­dade para a trans­formar. No Egipto, 3000 anos a.C., os sa­cer­dotes já se apre­sen­tavam junto aos tem­plos com danças e can­ções du­rante as ce­le­bra­ções dos Mis­té­rios de Osíris, sendo comum em di­versas cul­turas o uso de más­caras para re­pre­sentar di­vin­dades. Mas cabe à Grécia o di­reito de re­clamar o sur­gi­mento do te­atro, pa­lavra de­ri­vada do grego théa­tron, «lugar de onde se vê», nome dado às ar­qui­ban­cadas onde o pú­blico as­sistia à en­ce­nação, ao ar livre. Reza a his­tória que os gregos an­tigos se reu­niam duas vezes por ano para ho­me­na­gear Di­o­nísio, deus do vinho, das festas, da ale­gria, e o único filho de uma mortal a ser trans­for­mado em deus em toda a mi­to­logia grega. Consta que, no séc. IV a.C., um bardo cha­mado Thepsis teve a ideia bri­lhante de se mas­carar para re­pre­sentar di­fe­rentes per­so­na­gens. Nascia o actor, co­nhe­cido pelo nome de Tra­gikoï (em latim tra­go­edia), que sig­ni­fica «canto do bode» em alusão aos se­gui­dores de Di­o­nísio que se dis­far­çavam de sá­tiros, «ho­mens-bodes». O te­atro nasce como tra­gédia, o pri­meiro gé­nero te­a­tral, que os dra­ma­turgos Ésquilo, Só­fo­cles e Eu­rí­pides elevam à ca­te­goria de arte.