Lutas contra o subfinanciamento do Ensino Superior

Sob o lema «Outra vez arroz?», os es­tu­dantes da Uni­ver­si­dade de Lisboa (UL) con­cen­traram-se frente à Can­tina Velha, no dia 16 de No­vembro, para con­testar o au­mento do preço do prato so­cial, bem como as más con­di­ções nas can­tinas.

«Acção So­cial não existe em Por­tugal»

Em causa es­teve o au­mento, desde 1 de Ou­tubro, do preço das re­fei­ções so­ciais para três euros, um valor que os es­tu­dantes dizem pesar na car­teira ao final do mês, prin­ci­pal­mente para quem faz todas as re­fei­ções diá­rias nas can­tinas.

À Lusa, Ma­riana Me­telo, da di­recção da As­so­ci­ação de Es­tu­dantes da Fa­cul­dade de Le­tras (AEFL) da UL, disse que o au­mento do preço das re­fei­ções (20 cên­timos) «pode pa­recer in­sig­ni­fi­cante, mas se mul­ti­pli­carmos por todas as re­fei­ções, no final do mês, pesa muito na car­teira dos es­tu­dantes».

Num abaixo-as­si­nado com mi­lhares de as­si­na­turas, são também exi­gidas as me­lho­rias das con­di­ções das can­tinas da UL.

En­tre­tanto, os Ser­viços de Acção So­cial da Uni­ver­si­dade de Lisboa (SASUL), através da po­lícia, tentou im­pedir a dis­tri­buição de do­cu­mentos nesse dia, bem como a re­colha de as­si­na­turas da pe­tição. Os es­tu­dantes man­ti­veram-se du­rante mais de uma hora e gri­taram pa­la­vras de ordem como «Acção So­cial não existe em Por­tugal» e «Tenho fome, quero comer».

A JCP saudou esta luta. «Os pro­blemas que os es­tu­dantes sentem não se en­con­tram des­li­gados de um ca­minho de de­sin­ves­ti­mento no En­sino Su­pe­rior» e são «re­flexo ob­jec­tivo da in­su­fi­ci­ente Acção So­cial Es­colar, fi­cando pa­tente a ne­ces­si­dade do seu re­forço», afirmam os jo­vens co­mu­nistas.

Outros pro­testos
Na sequência do anúncio do en­cer­ra­mento da re­si­dência Ra­fael Bor­dalo Pi­nheiro, nas Caldas da Rainha, no dia 22 de No­vembro re­a­lizou-se uma con­cen­tração de es­tu­dantes sob o lema «A re­si­dência não pode fe­char». Num abaixo-as­si­nado di­ri­gido ao Mi­nis­tério da Ci­ência, Tec­no­logia e En­sino Su­pe­rior, os es­tu­dantes de­nun­ciam a in­cer­teza re­la­tiva às datas em que a re­si­dência es­tará en­cer­rada, a falta de so­lu­ções pro­vi­só­rias ou per­ma­nentes de alo­ja­mento es­tu­dantil pu­blico, o in­cum­pri­mento do PNAES e o en­cer­ra­mento da re­si­dência em tempo lec­tivo.

No pro­testo de quinta-feira, pro­mo­vido por es­tu­dantes da Es­cola Su­pe­rior de Arte e De­sign das Caldas da Rainha, Polo do Ins­ti­tuto Po­li­téc­nico de Leiria, rei­vin­dicou-se um ca­len­dário es­pe­cí­fico das datas de en­cer­ra­mento e aber­tura da re­si­dência a ser for­ne­cido com a má­xima ur­gência a todos os re­si­dentes; o au­mento do valor dos com­ple­mentos de alo­ja­mento e des­lo­cação e o alar­ga­mento a todos os es­tu­dantes; o cum­pri­mento do PNAES e das suas metas, no­me­a­da­mente a cons­trução da «Nova Re­si­dência das Caldas da Rainha»; um es­cla­re­ci­mento re­la­ti­va­mente às obras que serão re­a­li­zadas e se im­plicam o en­cer­ra­mento du­rante o ca­len­dário lec­tivo.

Em Braga, os es­tu­dantes da Uni­ver­si­dade do Minho, re­si­dentes e não re­si­dentes das re­si­dên­cias dos SASUM, en­tre­garam na Rei­toria da Uni­ver­si­dade do Minho um abaixo-as­si­nado a re­clamar mais fi­nan­ci­a­mento para o En­sino Su­pe­rior e o re­forço da Acção So­cial Es­colar, fo­cado nas ques­tões do alo­ja­mento, na falta de re­si­dên­cias pú­blicas e de ma­nu­tenção das exis­tentes.

O PCP ques­ti­onou o Go­verno sobre a re­qua­li­fi­cação das re­si­dên­cias es­tu­dantis do Ins­ti­tuto Po­li­téc­nico de San­tarém, bem como sobre o ponto da si­tu­ação da anun­ciada cons­trução de uma nova re­si­dência. Se­gundo os co­mu­nistas, as ac­tuais ins­ta­la­ções so­frem de in­fil­tra­ções, portas par­tidas, co­zi­nhas ino­pe­ra­ci­o­nais, bases de duche en­fer­ru­jadas, entre ou­tros pro­blemas.

Ir­re­gu­la­ri­dades
No dia 23 de No­vembro, es­tu­dantes do Ins­ti­tuto Su­pe­rior de Ci­ên­cias So­ciais e Po­lí­ticas da Uni­ver­si­dade de Lisboa (ISCSP) con­cen­traram-se frente à ins­ti­tuição para de­nun­ciar as ir­re­gu­la­ri­dades do pro­cesso elei­toral para a (AE) As­so­ci­ação de Es­tu­dantes, que foi an­te­ce­dido por uma As­sem­bleia Geral que de­mons­trou inú­meros en­traves à par­ti­ci­pação dos es­tu­dantes. Exige-se, por isso, a re­toma do pro­cesso, de forma es­ta­tu­tária e legal, que ga­ranta que todos os es­tu­dantes têm o di­reito, no con­creto, e de forma de­mo­crá­tica, a con­correr aos ór­gãos so­ciais da AEISCSP.

 



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