Greve nas cantinas exigiu salários com direitos

A greve na­ci­onal nas can­tinas, re­fei­tó­rios e bares con­ces­si­o­nados, dia 24, foi uma grande res­posta dos tra­ba­lha­dores, que exigem das em­presas e da AH­RESP a ne­go­ci­ação do con­trato, ne­gada há 20 anos.

Os tra­ba­lha­dores re­cusam ab­dicar de im­por­tantes e va­li­osos di­reitos

Os pa­trões deste sector, onde tra­ba­lham cerca de 20 mil pes­soas, «pre­tendem re­tirar os di­reitos dos tra­ba­lha­dores, o sub­sídio noc­turno, re­duzir o pa­ga­mento do tra­balho em dia fe­riado, impor bancos de horas e ho­rá­rios con­cen­trados», ex­plicou um di­ri­gente da Fe­de­ração dos Sin­di­catos de Agri­cul­tura, Ali­men­tação, Be­bidas, Ho­te­laria e Tu­rismo (FE­SAHT/​CGTP-IN). Fran­cisco Fi­guei­redo, ci­tado pela agência Lusa, du­rante uma con­cen­tração que teve lugar, ao fim da manhã, em frente da sede da AH­RESP, em Lisboa, con­si­derou que esta foi «uma grande res­posta dos tra­ba­lha­dores», com cen­tenas de can­tinas en­cer­radas a nível na­ci­onal.

A as­so­ci­ação pa­tronal tem im­pe­dido a ne­go­ci­ação da re­visão do con­trato co­lec­tivo de tra­balho nos úl­timos 20 anos. Os pa­trões, como ex­plicou o di­ri­gente sin­dical, «pre­tendem re­tirar di­reitos dos tra­ba­lha­dores», a troco de au­mentos sa­la­riais muito in­su­fi­ci­entes. «Nós não po­demos aceitar a re­ti­rada dos poucos di­reitos que os tra­ba­lha­dores têm», en­quanto a AH­RESP não ab­dica das suas po­si­ções, como a im­po­sição de jor­nadas de tra­balho até 12 horas.

Sem ac­tu­a­li­zação sa­la­rial anual na con­tra­tação co­lec­tiva, a fe­de­ração e os sin­di­catos es­timam que 80 por cento dos tra­ba­lha­dores re­cebam hoje re­mu­ne­ra­ções muito pró­ximas do sa­lário mí­nimo na­ci­onal.

A uma res­pon­sável da as­so­ci­ação pa­tronal, uma de­le­gação sin­dical en­tregou uma moção, con­tendo as rei­vin­di­ca­ções que mo­ti­varam a jor­nada de luta.

Na con­cen­tração, com­pa­receu Alma Ri­vera, do Co­mité Cen­tral do PCP e de­pu­tada, que ex­pressou a so­li­da­ri­e­dade do Par­tido com esta luta e os seus justos ob­jec­tivos, de­sig­na­da­mente: au­mentos sa­la­riais de 15 por cento, com o mí­nimo de 150 euros e um sa­lário ini­cial não in­fe­rior a 920 euros; pa­ga­mento de diu­tur­ni­dades, a cada quatro anos, no valor de 25 euros cada; re­dução do ho­rário de tra­balho para 35 horas se­ma­nais; 25 dias úteis de fé­rias; va­lo­ri­zação das ca­te­go­rias e das pro­fis­sões; cum­pri­mento dos ca­dernos de en­cargos das con­ces­sões; fim da con­tra­tação através de tra­balho tem­po­rário, ano após ano, para postos de tra­balho que são per­ma­nentes.



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