Que as soluções de que Portugal precisa não faltem à mesa nestas festas

Belmiro Magalhães (Membro da Comissão Política)

Multipliquemos os contactos e não deixemos conversas por fazer

A época de festas é propicia a palavras que frequentemente têm tanto de bonitas como de vazias. O que as pessoas precisam é de resposta para os seus problemas e o País de uma política alternativa. Os portugueses aspiram a melhores salários, ao reforço dos serviços públicos, a mais justiça fiscal, ao acesso a uma habitação.

Aspirações que dependem do reforço da CDU nas eleições que estão no horizonte. Em Março os portugueses serão chamados a eleger 230 deputados a partir das listas apresentadas por partidos, ou coligações de partidos, em círculos eleitorais. São eleições que definirão a composição da Assembleia da República. Como não é demais relembrar, o próximo governo resultará da composição da Assembleia da República e do posicionamento das forças representadas.

Sendo certo que os deputados representam todo o País e não apenas os cidadãos do círculo eleitoral pelo qual foram eleitos, devem manter uma proximidade às populações das regiões de origem. Um trabalho de contacto com os trabalhadores e as populações, com os problemas regionais, com as dificuldades dos serviços públicos, com as instituições. Agir na defesa do povo que representam, levando até à Assembleia da República as questões que reclamam resposta. Bater-se por soluções para os problemas.

Em diversos círculos, os deputados são actualmente apenas de PS, PSD, CH e IL. As eleições são uma oportunidade para voltar a eleger deputados da CDU por mais círculos eleitorais. O trabalho dos deputados eleitos pela CDU em legislaturas anteriores em regiões como Braga, Faro, Évora ou Santarém é reconhecido. Um trabalho distintivo, com provas dadas. Foram verdadeiramente a voz das populações e dos trabalhadores. Uma voz que a vida tem confirmado ser indispensável.

 

Intervenção sem paralelo

O momento actual é também de prestação de contas. O Grupo Parlamentar do PCP tem um acervo de intervenção e propostas de grande alcance, incluindo em torno de problemas locais de regiões onde não tem deputados eleitos. Na recente discussão em torno do Orçamento do Estado, o Grupo Parlamentar do PCP somou a propostas de fundo em torno de grandes problemas do país, um conjunto alargado de propostas sobre questões regionais.

Os deputados da CDU fazem na Assembleia da República aquilo que localmente afirmam mas os eleitos pelas forças das políticas de direita não podem dizer o mesmo. Os que na Assembleia Municipal de Braga aprovaram a exigência do reforço dos meios do Hospital de Braga e a construção de uma nova ala cirúrgica, impediram na AR a aprovação da proposta do PCP. Aqueles que na Assembleia Municipal de Barcelos reclamam a construção de um novo hospital no concelho, rejeitaram na AR a proposta do PCP. Os mesmos que na Assembleia Municipal de Guimarães dizem pretender a ligação ferroviária directa com Braga, chumbaram na AR a proposta do PCP. E poderíamos dar dezenas de outros de exemplos de norte a sul do país. A CDU é a força que o que diz nas regiões cumpre na Assembleia da República. Mais deputados da CDU e a eleição de deputados da CDU por mais círculos eleitorais significará dar mais voz às populações. Cada deputado da CDU não será apenas mais um eleito. Será um porta-voz das aspirações das populações.

 

Multiplicar contactos

Este é o momento para aprofundar o debate em torno dos problemas concretos e para confrontar cada força política com a sua intervenção. À agenda mediática que concentra as atenções na superficialidade de casos, intrigas e de cenários, importa opor a discussão daquilo que verdadeiramente importa ao povo, aos trabalhadores e ao país.

Não há operação de reciclagem do PS que volte a enganar os muitos que justamente sentem o seu voto traído nas últimas eleições. As pessoas não têm memória curta.

As inquietações de democratas sobre a evolução da situação nacional devem ser transformadas em impulso para a mobilização confiante que se impõe.

Mais CDU, uma vida melhor. Amigo a amigo, colega a colega, familiar a familiar, vizinho a vizinho, multipliquemos os contactos e não deixemos conversas por fazer. Que as soluções que Portugal precisa não faltem à mesa nestas festas.




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