MAIS FORÇA À FORÇA DE ABRIL

«É hora. Dar mais força à CDU»

Dis­sol­vida ofi­ci­al­mente a As­sem­bleia da Re­pú­blica, avança a pre­pa­ração das elei­ções de 10 de Março. Noutro plano, avança também a cam­panha elei­toral para as elei­ções para a As­sem­bleia Le­gis­la­tiva da Re­gião Au­tó­noma dos Açores mar­cadas para 4 de Fe­ve­reiro.

Assim, en­quanto o Go­verno per­siste em não dar res­posta aos pro­blemas eco­nó­micos e so­ciais que se avo­lumam – au­mento dos preços bens e ser­viços es­sen­ciais, baixos sa­lá­rios e baixas pen­sões, ataque aos di­reitos la­bo­rais, de­ne­gação, na prá­tica, do acesso à saúde e à ha­bi­tação, di­fi­cul­dades cres­centes na es­cola pú­blica, pro­blemas que afectam os tra­ba­lha­dores, o povo e o País – PS, PSD, CDS, Chega e IL, através de su­ces­sivas ope­ra­ções de mis­ti­fi­cação, des­res­pon­sa­bi­li­zação e pro­pa­ganda, com ampla pro­jecção na co­mu­ni­cação so­cial, pro­curam dis­si­mular os seus com­pro­missos com os grupos eco­nó­micos e as mul­ti­na­ci­o­nais.

Foi neste con­texto que se re­a­lizou no sá­bado pas­sado (dia 13), o En­contro Na­ci­onal do PCP sobre elei­ções e a acção do Par­tido «É hora. Mais Força à CDU», com im­por­tante sig­ni­fi­cado po­lí­tico: pela par­ti­ci­pação, pelos con­teúdos das mais de quatro de­zenas de in­ter­ven­ções, pelo en­tu­si­asmo gal­va­ni­zador, pela uni­dade e con­fi­ança na afir­mação do pro­jecto, dos ob­jec­tivos e das pro­postas da CDU para uma vida me­lhor. Como as­si­nalou o Se­cre­tário-Geral do PCP, na in­ter­venção de en­cer­ra­mento, «Aqui há força, aqui há von­tade, aqui há de­ter­mi­nação para cons­truir um grande re­sul­tado elei­toral da CDU nas pró­ximas ba­ta­lhas elei­to­rais que vamos travar para a As­sem­bleia da Re­pú­blica, para o Par­la­mento Eu­ropeu e também para a As­sem­bleia Le­gis­la­tiva Re­gi­onal dos Açores. Um re­sul­tado que res­ponda às exi­gên­cias da si­tu­ação ac­tual, num País que en­frenta in­to­le­rá­veis de­si­gual­dades e uma brutal in­jus­tiça na dis­tri­buição da ri­queza criada. Re­a­li­dades in­se­pa­rá­veis de dé­cadas de po­lí­tica de di­reita pelas mãos de PS, PSD e CDS, a que se juntam Chega e IL».

 

Após a re­a­li­zação de au­di­ções sobre ques­tões eco­nó­micas e sociais com di­ver­si­fi­cada par­ti­ci­pação e im­por­tantes con­tri­butos,a 25 de Ja­neiro, o PCP apre­sen­tará o seu Pro­grama Elei­toral com o con­junto global de res­postas que cor­res­pondem às ne­ces­si­dades, an­seios e as­pi­ra­ções dos tra­ba­lha­dores, dos re­for­mados, dos jo­vens, das mu­lheres, dos MPME e de muitos ou­tros sec­tores e ca­madas. Mas também com as res­postas para os pro­blemas es­tru­tu­rais que o País vive.

É, pois, hora de dar mais força à CDU e com o seu re­forço e a luta dos tra­ba­lha­dores e das po­pu­la­ções, con­cre­tizar a po­lí­tica al­ter­na­tiva ne­ces­sária ao País, a po­lí­tica pa­trió­tica e de es­querda. Uma po­lí­tica que, vin­cu­lada aos va­lores de Abril, va­lo­rize o tra­balho e os tra­ba­lha­dores, pro­mova o au­mento geral dos sa­lá­rios (in­cluindo o Sa­lário Mí­nimo Na­ci­onal para mil euros a partir de Maio deste ano) e o au­mento ex­tra­or­di­nário das pen­sões; que de­fenda e re­force o Ser­viço Na­ci­onal de Saúde e va­lo­rize a es­cola pú­blica; re­solva os pro­blemas da ha­bi­tação; com­bata as pri­va­ti­za­ções, o trá­fico de in­fluên­cias e a cor­rupção, as­se­gure e pro­mova me­didas desal­va­guarda e pro­tecção am­bi­ental e de mi­ti­gação e adap­tação face às al­te­ra­ções cli­má­ticas.

Mas a ba­talha elei­toral que se trava é um acon­te­ci­mento po­lí­tico de grande exi­gência. É uma ba­talha po­lí­tica que é pre­ciso travar com mo­bi­li­zação con­fi­ante, con­tando com os meios pró­prios, de­sen­vol­vendo o con­tacto di­recto, con­ver­sando e es­cla­re­cendo nas em­presas e lo­cais de tra­balho, nas ruas, nos bairros e al­deias, casa a casa, nos cafés, nas es­colas, nos mer­cados e feiras e em todos os es­paços, ga­nhando os tra­ba­lha­dores, os jo­vens, o povo, os de­mo­cratas e pa­tri­otas, para o apoio, para o re­forço, para o voto na CDU.

 

Foi também no quadro do de­sen­vol­vi­mento da luta que se re­a­lizou, no do­mingo pas­sado, a ma­ni­fes­tação pela paz, que per­correu im­por­tantes ar­té­rias da ci­dade de Lisboa, entre as em­bai­xadas dos EUA e de Is­rael, no mesmo dia em que se com­ple­tavam 100 dias sobre os bom­bar­de­a­mentos de Is­rael sobre a Pa­les­tina.

Foram mi­lhares de par­ti­ci­pantes a exigir a in­de­pen­dência para a Pa­les­tina e a paz para todo o Médio Ori­ente numa grande de­mons­tração de so­li­da­ri­e­dade e de re­sis­tência. Uma luta que vai pros­se­guir, com novas ac­ções, uma das quais já mar­cada para 24 de Ja­neiro na ci­dade do Porto.

Uma de­le­gação do PCP in­te­grando o Se­cre­tário-Geral do Par­tido es­teve pre­sente e trans­mitiu aos ma­ni­fes­tantes a so­li­da­ri­e­dade e apoio do PCP. PCP que de­fende que o Go­verno Por­tu­guês re­co­nheça o Es­tado da Pa­les­tina, nas fron­teiras an­te­ri­ores a 1967 e com ca­pital em Je­ru­salém Ori­ental, con­forme de­ter­mi­nado pelas re­so­lu­ções das Na­ções Unidas; que as­suma essa po­sição no âm­bito da Or­ga­ni­zação das Na­ções Unidas e nou­tras ins­tân­cias in­ter­na­ci­o­nais em que está pre­sente; e con­duza a sua ação nas re­la­ções in­ter­na­ci­o­nais com vista à efe­tiva con­cre­ti­zação de um Es­tado da Pa­les­tina so­be­rano, in­de­pen­dente e viável, con­forme de­ter­mi­nado pelas re­so­lu­ções da ONU.

 

É hora de dar mais força à CDU. Como su­bli­nhou Paulo Rai­mundo no sá­bado pas­sado, «há cada vez mais gente, gente di­versa e até gente que apoiou ou­tros par­tidos, que se junta a esta força, a força da mu­dança que se impõe, a força de Abril».