«Ilha a ilha», dar mais força à CDU nos Açores

No âmbito das eleições legislativas regionais do próximo dia 4, Paulo Raimundo, Secretário-Geral do PCP, realizou um périplo por diversas ilhas da Região Autónoma dos Açores, contactando os açorianos e divulgando as propostas da CDU.

CDU, única força que garante «a voz do povo»

Acompanhado de Paula Decq Mota, primeira candidata pelo Faial e pelo círculo de compensação, por Jorge Cordeiro, da Comissão Política e do Secretariado do Comité Central, e por Marco Varela, do CC e responsável pela Organização do PCP naquela Região Autónoma, o dirigente comunista apontou o reforço do PCP e da CDU como o objectivo principal, voltando a eleger deputados na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA).

São Miguel
A visita teve início, dia 19, em São Miguel, junto dos utentes do Centro de Saúde de Ponta Delgada, ao lado de Rui Teixeira, primeiro candidato pela ilha, e muitos outros activistas.Aqui, o Secretário-Geral tomou conhecimento dos muitos problemas sentidos pelos utentes, reafirmando o compromisso da CDU na defesa da qualidade do serviço regional de saúde.

Num contexto em que os micaelenses continuam a ser empurrados para o sector privado, a CDU tem denunciadoproblemas nas urgências do Hospital do Divino Espírito Santo, nos centros de saúde, bem como as longas listas de espera ou a grave carência de meios humanos.

Já à tarde, Paulo Raimundo realizou um contacto com a comunidade pesqueirade Rabo de Peixe, num diálogo caloroso e fraterno. Num sector que poderia constituir uma gigantesca fonte de riqueza para a Região e o País, a CDU tem vindo a alertar para o caminho da má gestão dos sucessivos Governos Regionais: de atrasos na regulamentação do regime de apoios comunitários aplicáveis aos Açores no quadro do MAR2030, à diminuição do pescado descarregado (com quebras de 40 por cento em Setembro de 2023, face ao mês homólogo de 2022), a que se soma os preços exíguos da venda nos mercados locais.

Aqui, o dirigente comunistadestacou o compromisso da CDU na luta por condições justas e dignas para os pescadores. «É preciso reconhecer, valorizar, aumentar-lhes o preço de venda do produto e baixar-lhes os custos de produção», afirmou, lembrando, ainda, a necessidade de assegurar garantias na reforma, para que, nessa altura,«tenham condições para viver de forma digna».

Ainda dia 19, o Secretário-Geral participou, acompanhado por candidatos, activistas e apoiantes da CDU, numa acção de campanha nas Portas da Cidade, em Ponta Delgada.

Terceira
Dia 20, na Terceira, as acções começaram no centro de Angra do Heroísmo, onde Paulo Raimundo, comPedro Bartolomeu, primeiro candidato pelo círculo da ilha, percorreu as ruas da cidade. Passando pelo mercado municipal e por diversas lojas, pôde reafirmar aquelas que são as respostas necessárias aos problemas das populações.

«Problemas concretos, como os problemas da pobreza ou do aumento do custo de vida», declarou o dirigente comunista. Dificuldades enfrentadas pelos açorianos e que a CDU tem vindo a denunciar, como é a grande incidência dos baixos salários e pensões nos Açores. Um cenário que, nos Açores, tem raiz nas opções dos sucessivos Governos Regionais, e que contrasta com os lucros das grandes empresas da Região.

Para pôr fim a este caminho, a CDU tem apresentado, em diversas acções, o que, para Paulo Raimundo, os Açores precisam: «propostas e soluções concretas», como o aumento do acréscimo regional ao salário mínimo e da remuneração complementar, bem como a subida dos complementos regionais do abono de família e de reforma/pensão.

Ainda nesse dia, o dirigente comunista visitou o porto de pesca de São Mateus, onde reforçou as propostas para o sector, participando, à noite, num jantar que reuniu dezenas de apoiantes. Aqui, reafirmou a importância de reforçar a CDU, sem o qual os problemas dos açorianos ficarão sem resposta.

Com confiança, lembrou que «a única experiência eleitoral que tivemos depois das eleições legislativas de 2022 foi a Madeira», num contexto de sondagens que previam uma queda de votos e a perda de representação. No entanto, face a este cenário, «foi tudo ao contrário!», exclamou, recordando que, inclusive, a CDU «ficou muito perto do seu segundo» mandato na assembleia madeirense.

Faial
Por fim, dia 21, concluindo o programa de acções no Faial, o Secretário-Geral contactou com produtores de leite e lavradores da freguesia de Pedro Miguel, na Horta. Aqui, foi lembrada a sua importância para a produção regional, mas, também, a preocupação de quem vê parcas recompensas por esse importante trabalho para a Região.

Numa ilha que é um exemplo da falta de interesse dos sucessivos Governos Regionais no desenvolvimento do arquipélago e no bem-estar das suas populações, a CDU tem denunciado, em diversos comunicados e acções, problemas como a falta de investimento para projectos como a requalificação dos jardins da Casa Manuel de Arriaga, as obras no Solar da Quinta de São Lourenço ou a reabilitação de várias instalações desportivas, como o Clube Naval da Horta. Também na saúde, têm sido exigidas, sem resposta, intervenções no Hospital da Horta, serviço fundamental não só para o Faial, mas, também, para as ilhas que o têm como unidade hospitalar de referência.

Já numa última acção, e encerrando um atarefado périplo, o dirigente comunista esteve presente, com Paula Decq Mota e Marco Varela, coordenador do PCP nos Açores, num almoço que contou com dezenas de activistas e apoiantes.

Aqui, a primeira candidata pelo círculo do Faial sublinhou a importância das acções de campanha que se têm vindo a realizar, «ilha a ilha», num contexto onde é necessário voltar a eleger deputados à ALRAA. «Não vimos mais nenhuma força política» a falar das pescas, da agricultura, dos transportes aéreos ou da valorização do trabalho e dos trabalhadores, «e foram 57 os deputados» na última legislatura, afirmou. «As pessoas sentiram que a nossa voz fazia falta», destacou, lembrando os inúmeros contactos já realizados, completando que «não se sentem representadas porque vêem que a vida delas não é falada» na Assembleia Legislativa.

Para a candidata, existe um descontentamento geral, «porque, depois de 24 anos do PS, e de três do governo da coligação PSD, CDS e PPM, continua tudo na mesma», num eterno «vira o disco e toca o mesmo». No entanto, advertiu, «não se pode deixar que esse descrédito», fruto das políticas de direita, «leve as pessoas a ficarem em casa ou, até, a utilizarem o seu voto como protesto em forças que em nada pretendem melhorar as suas vidas».

Para Paula Decq Mota, as populações açorianas «sabem que nós não somos iguais nem agimos da mesma forma que os outros», mas «temos de explicar porque é que precisamos de ir para» a ALRAA. «Quando falamos que somos capazes de fazer diferente, não falamos de cor, falamos porque temos um histórico», disse, recordando conquistas «que hoje em dia já ninguém questiona, como é o acréscimo ao salário mínimo, a remuneração complementar e o complemento de pensão».

Por sua vez, Paulo Raimundo fez questão de lembrar as «jogatanas» e as falsas promessas dos partidos da política de direita, que, quando «se apanham no poleiro», colocam de parte os interesses do povo açoriano em favor de «arranjos em função dos interesses dos próprios».

«Nós estamos no tempo da chuva de promessas», declarou, afirmando que «agora tudo é possível fazer», em período de campanha, quando, no governo, esses mesmos partidos, face a propostas que o PCP e a CDU avançaram, nada fizeram pela Região. «Ninguém avançou, agora é só promessas», referiu.

No entanto, face a esta situação, o Secretário-Geral deixou uma mensagem de esperança perante os vivas à «CDU!» exclamados na sala. «É preciso travar, de uma vez por todas, esta jogatana, daqueles que estiveram no governo e na ALRAA».

Segundo o dirigente comunista, tanto PS, como BE e PAN, «tinham lá deputados», na ALRAA, mas escolheram pôr-se «fora do combate!». Afigura-se, portanto, que a única solução para as vidas dos açorianos é, sem dúvida, «alterar a correlação de forças» em termos deputados, e tal só será possível, afirmou, com o reforço da Coligação PCP-PEV.

Ainda nesta intervenção, Paulo Raimundo sublinhou a determinação dos comunistas e da CDU em combater a corrupção, destacando que esse combate só é coerente e só terá sucesso se atacar a razão em que se enraíza – a promiscuidade entre o poder político e económico e o tráfico de influências, chamando a atenção para as privatizações.

Até dia 4, com medidas concretas

As acções da CDU nos Açores que têm estado a decorrer e assim continuarão durante a campanha eleitoral. De contactos com pescadores, trabalhadores e populações, esclarece-se e mobiliza-se para que, dia 4 de Fevereiro, o voto seja na CDU, única força que garante a «voz do povo», nas palavras de Paulo Raimundo.

Uma posição assegurada por um conjunto de medidas, que passamos a divulgar:

# Aumento do acréscimo regional ao salário mínimo nacional em 10 por cento

# Aumento da remuneração complementar em 15 por cento

# Aumento do complemento regional do abono de família em 20 por cento

# Aumento do complemento regional de reforma/pensão em 15 por cento

# Creches gratuitas para todas as crianças, e reforço de uma rede pública que garanta a cobertura das necessidades

# Reforço do Serviço Regional de Saúde e do direito à saúde de todos, garantindo acesso a médico de família, exames e cirurgias, e o combate urgente às listas de espera

# Direito à habitação, com o aumento da oferta de habitação pública, controlo das rendas e pondo os bancos a pagar o aumento das taxas de juro dos empréstimos

# Criação e implementação de um plano de combate à precariedade laboral

# Investimento na educação, com o reforço de docentes, auxiliares e técnicos especializados

# Defesa de uma SATA pública, com manutenção das gateways existentes na Região

# Criação de um passe intermodal (terrestre, marítimo e aéreo) para as ilhas do Triângulo

# Aquisição de duas embarcações para transporte de passageiros, carga e viaturas, que assegurem, durante todo o ano, as ligações marítimas entre todas as ilhas da Região.