MAIS FORÇA À CDU

«Por uma política patriótico e de esquerda»

Adensa-seo clima eleitoral com a intensificação da preparação das eleições de 10 de Marçopara a Assembleia da Repúblicae com a realização de eleições, já no próximo domingo, para a Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores. E, enquanto os partidos responsáveis pela situação política que vivemos (PS, PSD, CDS, Chega e IL) insistem, com ampla cobertura da comunicação social,em desviar as atenções dos problemas que afectam a vida dos trabalhadores e do povo, o PCP e a CDU, falando a verdade, como a prática comprova, apresentam as soluções e os compromissos, com confiança, para o contacto, o esclarecimento e a mobilização para o apoio e o voto na CDU.

De facto, a situação económica e social é marcada pelos preços elevados dos bens e serviços essenciais, em contraste com os baixos salários e as baixas pensões. Aumenta o custo de vida e assiste-se àdegradação dos serviços públicos, às dificuldades na acesso ao Serviço Nacional de Saúde eà habitação (quer pela recente decisão do BCE de manter as taxas de juro de referência nos 4,5 por cento com o impacto que tem emmais de um milhão de famílias, quer pelo aumento das rendas em 7 por cento que entrou em vigor em Janeiro). Tudo isto em flagrante contraste com os lucros extraordinários que os grupos económicos continuam a acumular.

Foi neste quadro que o PCP, após a realização de várias audições, com os muitos contributos recolhidos, nomeadamente junto de democratas e patriotas independentes, construiu e apresentou na passada quinta-feira o seu Programa Eleitoral, que reflecte a intervenção deste Partido ligado à vida, aos trabalhadores e ao povo, às suas aspirações e direitos.

Um Programa justo, necessário e urgente, como referiu Paulo Raimundo. Justo porque não se conforma e combate as injustiças e as desigualdades crescentes entre quem produz a riqueza e quem dela se apropria. Necessário porque responde aos problemas que persistem e ao agravamento dos défices estruturais resultante de décadas de política de direita. Urgente porque, perante as crescentes incertezas e os desafios de um País cada vez mais submisso a interesses que não são os seus, e a modelos económicos que não lhe servem, opta por os enfrentar.

É um Programa enquadrado na Constituição da República e inspirado nos valores de Abril, em que estão presentes a valorização do trabalho e dos trabalhadores, a concretização dos direitos sociais e das funções socais do Estado, a distribuição mais justa do rendimento nacional e da riqueza criada a favor do trabalho, o controlo pelo Estado dos sectores estratégicos; que responde a preocupações imediatas e lança as bases para um Portugal com futuro.

Um Programa e uma opção pelo trabalho, os salários, os direitos dos trabalhadores; pelo investimento nos serviços públicos, nas funções sociais do Estado, na Saúde, na Habitação, na Educação, na Ciência e na Cultura; pela defesa do Interior e do mundo rural, assente na regionalização e no ordenamento do território e numa política ambiental que salvaguarde a natureza; por uma política de defesa dos interesses nacionais. 

Sobre os últimos acontecimentos na Madeira, é bom lembrar que o PCP há muitos anos que desenvolve um coerente e persistente combate contra a promiscuidade entre o poder político e os interesses económicos, de luta contra a corrupção e suas causas.

Assim, com a perspectiva de queda do Governo Regional presidido por Miguel Albuquerque, embora institucionalmente não decorra desta situação que o Parlamento seja dissolvido, fica demonstrado que se torna imperiosa uma outra maioria parlamentar capacitada para responder aos grandes desafios que se colocam a esta Região Autónoma e capaz de estar à altura dos deveres de defesa do superior interesse regional, como dos processos do desenvolvimento humano e social. 

Entretanto, exigindo respostas imediatas para os problemas que se arrastam e que o Governo insiste em não resolver, desenvolve-se a luta de que foi importante expressão a manifestação do sábado passado pelo acesso à habitação, promovida pela plataforma «Casa para Viver», que se realizou em mais de uma dezena de localidades.

Do mesmo modo, prossegue também a acção reivindicativa nas empresas e locais de trabalho, de que foi exemplo a luta da semana passada na EDP. Prossegue também a luta das populações pelo SNS e a Escola Pública e a luta das forças de segurança pelos seus direitos.

É neste quadro de intervenção e de luta, que o PCP e a CDU afirmam a sua proposta de política alternativa, patriótica e de esquerda, para responder aos problemas. E, ao mesmo tempo, apelam aos democratas e patriotas, a todos os que sentem traídos ou injustiçados pelas opções do Governo PS (que, nas questões essenciais, contou sempre com o apoio do PSD, CDS, Chega e IL), a todos os que aspiram a uma vida melhor, a que dêem o seu contributo – na dinamização da campanha, no esclarecimento e no voto – para o reforço da CDU.