Programa Eleitoral do PCP: as soluções de que o País precisa

«Este Pro­grama é esse com­pro­misso, o com­pro­misso de que com a força e luta dos tra­ba­lha­dores e do povo e o re­forço do PCP e da CDU, é pos­sível, ur­gente e ne­ces­sário uma outra po­lí­tica, pa­trió­tica e de es­querda», sa­li­entou Paulo Rai­mundo na apre­sen­tação do Pro­grama Elei­toral do PCP às elei­ções le­gis­la­tivas, re­a­li­zada no dia 25 num hotel de Lisboa.

Pro­grama do PCP é justo, ne­ces­sário e o País tem con­di­ções para o con­cre­tizar

A sala en­cheu-se por com­pleto para co­nhecer o pro­grama dos co­mu­nistas. Entre mi­li­tantes do PCP e do PEV, mem­bros da As­so­ci­ação In­ter­venção De­mo­crá­tica, apoi­antes e amigos da CDU, foram muitos os que par­ti­ci­param na ini­ci­a­tiva apre­sen­tada por Jorge Pires, da Co­missão Po­lí­tica do Co­mité Cen­tral do Par­tido.

«Baixos sa­lá­rios e pen­sões, au­mento do custo de vida, brutal agra­va­mento dos va­lores das rendas e das pres­ta­ções à banca, de­gra­dação dos ser­viços pú­blicos, é este o le­gado do Go­verno de mai­oria ab­so­luta do PS», afirmou Paula Santos, pre­si­dente do Grupo Par­la­mentar e membro da Co­missão Po­lí­tica, a pri­meira a usar da pa­lavra.

 

«Ao con­trário do que diz a pro­pa­ganda, os por­tu­gueses sentem todos os dias que a sua vida está pior», cons­tatou, acres­cen­tando que «por mais que tente, o PS não con­segue ocultar a sua res­pon­sa­bi­li­dade na de­gra­dação das con­di­ções de vida dos tra­ba­lha­dores e do povo – res­pon­sa­bi­li­dade par­ti­lhada com PSD, CDS, Ini­ci­a­tiva Li­beral e Chega».

«De­pois de terem ar­ras­tado o País para uma si­tu­ação de do­mínio do poder eco­nó­mico sobre todas as es­feras da vida na­ci­onal, com um apa­relho pro­du­tivo pro­fun­da­mente de­bi­li­tado, com um in­su­fi­ci­ente in­ves­ti­mento pú­blico, des­po­jado de ins­tru­mentos para o seu de­sen­vol­vi­mento so­be­rano e sub­me­tido aos di­tames e cri­té­rios do euro e da União Eu­ro­peia», é a po­lí­tica de di­reita que PS, PSD, CDS, IL e Chega am­bi­ci­onam agora in­ten­si­ficar.

«A prin­cipal questão que está co­lo­cada nas pró­ximas elei­ções le­gis­la­tivas é o re­forço do PCP e da CDU, para romper com a po­lí­tica de di­reita e abrir ca­minho a uma po­lí­tica al­ter­na­tiva e a uma al­ter­na­tiva po­lí­tica ca­pazes de as­se­gurar as so­lu­ções de que o País pre­cisa», acres­centou a di­ri­gente – e pri­meira can­di­data pelo cír­culo elei­toral de Se­túbal – antes de enu­merar os vá­rios pontos cen­trais do pro­grama.

Pro­grama justo, ne­ces­sário e ur­gente

As pri­meiras pa­la­vras de Paulo Rai­mundo foram di­rec­ci­o­nadas a todos os pre­sentes, aos com­pa­nheiros do PEV e da In­ter­venção De­mo­crá­tica e a todos os que, não tendo fi­li­ação par­ti­dária, en­con­tram na CDU um pro­jecto de fu­turo. A sau­dação foi ainda es­ten­dida a todos os que se «en­vol­veram, em­pe­nharam e aju­daram a cons­truir o pro­grama elei­toral do PCP» nas vá­rias au­di­ções re­a­li­zadas, nos muitos con­tri­butos re­co­lhidos e nos múl­ti­plos con­tactos que pon­tu­aram as úl­timas se­manas.

«O pro­grama que aqui hoje apre­sen­tamos é re­sul­tado desse pro­cesso de par­ti­ci­pação e cons­trução, mas é também fruto de um tra­balho con­tínuo do nosso dia-a-dia, um Pro­grama que re­flecte a in­ter­venção de um Par­tido li­gado à vida, aos tra­ba­lha­dores e ao povo, às suas as­pi­ra­ções e di­reitos», acres­centou o di­ri­gente co­mu­nista, para quem o pro­grama apre­sen­tado é «justo, ne­ces­sário e ur­gente»: justo porque «não se con­forma e com­bate as in­jus­tiças e as de­si­gual­dades cres­centes entre quem produz a ri­queza e quem dela se apro­pria»; ne­ces­sário porque «res­ponde aos pro­blemas que per­sistem e ao agra­va­mento dos dé­fices es­tru­tu­rais re­sul­tante de dé­cadas de po­lí­tica de di­reita»; ur­gente porque pe­rante as «cres­centes in­cer­tezas e os de­sa­fios de um País cada vez mais sub­misso a in­te­resses que não são os seus, e a mo­delos eco­nó­micos que não lhe servem, opta por os en­frentar».

«Não de­sis­timos do País, co­nhe­cemos as suas ca­pa­ci­dades, meios e acima de tudo co­nhe­cemos e con­fi­amos na força que o nosso povo tem, essa força que levou por di­ante a Re­vo­lução de Abril», sa­li­entou o Se­cre­tário-Geral.

Pro­jecto de Abril

«Abril», afirmou, «é a nossa re­fe­rência, é a nossa ins­pi­ração, Abril é pro­jecto que se re­flecte neste pro­grama elei­toral». Para Paulo Rai­mundo, é mais do que evi­dente que «não é pre­ciso in­ventar a roda, nem co­meçar do zero», pois há um «pa­tri­mónio in­subs­ti­tuível e uma base para que Por­tugal ul­tra­passe os seus dé­fices es­tru­tu­rais e trilhe um rumo de pro­gresso e bem-estar so­cial, de jus­tiça e de­sen­vol­vi­mento».

«Há um ins­tru­mento fun­da­mental re­sul­tante da nossa luta co­lec­tiva, a Cons­ti­tuição da Re­pú­blica, a lei fun­da­mental que con­sagra os di­reitos ne­ces­sá­rios para que a vida de todos e de cada um me­lhore. É na Re­vo­lução, na Cons­ti­tuição e nos va­lores de Abril, é nesta re­fe­rência de de­mo­cratas e pa­tri­otas que as­senta o nosso pro­grama elei­toral», es­cla­receu.

«O voto na CDU conta e é o que trava o passo à di­reita. O voto na CDU é o que de­ter­mina o rumo de que pre­cisa o pró­ximo go­verno», as­se­gurou Paulo Rai­mundo.

«O PCP tem so­lu­ções para o País», disse, es­cla­re­cendo que são «so­lu­ções in­se­pa­rá­veis de uma clara opção por uma po­lí­tica de es­querda em que estão pre­sentes a va­lo­ri­zação do tra­balho, a con­cre­ti­zação dos di­reitos so­ciais e das fun­ções so­ciais do es­tado, a dis­tri­buição mais justa a favor do tra­balho, do ren­di­mento na­ci­onal e da ri­queza criada».

Al­gumas pri­o­ri­dades

No final da in­ter­venção de Paulo Rai­mundo, foi aberto um pe­ríodo de per­guntas dos jor­na­listas pre­sentes. Res­pon­didas uma a uma pelo Se­cre­tário-Geral e pri­meiro can­di­dato por Lisboa, as ques­tões co­lo­cadas in­ci­diram sobre os au­mentos de sa­lá­rios, re­formas e pen­sões pro­postos pelo Par­tido, a re­po­sição do tempo de car­reira per­dido pelos pro­fes­sores, a de­fesa da Es­cola Pú­blica, a re­dução do nú­mero de alunos por turma e a fi­xação de pro­fis­si­o­nais no SNS.

 

Po­derá ler mais sobre o Pro­grama Elei­toral do PCP na edição do Avante! desta se­mana aqui.

 



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